Chefs investem R$ 300 mil em caminhão de comida em SP
Anna Fagundes
Do UOL, em São Paulo
13/12/2013 17h32
Com a aprovação pela Câmara dos Vereadores de um projeto que regulamenta em São Paulo a existência dos "food trucks", ou caminhões de comida, chefs começam a se agitar para colocar suas cozinhas no meio da rua.
É o caso de Márcio Silva e Jorge Gonzalez, que atendem desde a segunda semana de dezembro no Buzina Food Truck. Com um cardápio que inclui salada de abóbora com queijo de cabra (R$ 15) e frango orgânico ao curry com cuscuz (R$ 19), a dupla aposta na culinária artesanal para conquistar o público.
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"Temos certeza que o 'food truck' tem tudo a ver com a cidade", diz Márcio Silva. "Acreditamos que ele será bem recebido pelos clientes e que se tornará uma febre, como é nos Estados Unidos e na Europa". A dupla planeja vender entre 200 e 250 refeições diárias, dependendo do local onde o caminhão for estacionado.
Os chefs também apostam em uma carta de hambúrgueres, como o que leva o nome da "casa" (com queijo, batata sauté, alface, tomate e maionese do dia, R$ 16).
Feedback na hora
Os donos do Buzina já passaram por cozinhas estreladas mundo afora -o nova-iorquino Jorge Gonzales trabalhou em Londres e, em São Paulo, passou pelo D.O.M. e fundou o Buena Fé, um restaurante móvel que promove jantares em eventos culturais e beneficentes.
Já Márcio Silva morou parte da vida em Nova York, berço da cultura dos caminhões de comida, e abriu em São Paulo o restaurante Oryza. Ele também estagiou no Mugaritz, quarto lugar na lista dos 50 melhores restaurantes do mundo promovida pela revista britânica "Restaurant".
E o que atraiu os chefs para a rua? "Trabalhamos em restaurantes de alta gastronomia, mas sentíamos falta do contato com o público, de ter o feedback diretamente do cliente, ouvir o que ele tinha achado da comida", explica Márcio. "Ficamos mais de um ano pesquisando o tema e como poderíamos lançar uma proposta diferente, oferecendo comida com toque de chef em um caminhão".
O caminhão em questão foi totalmente adaptado para conter uma cozinha tradicional, ao custo de R$ 300 mil. "O Buzina possui todo um aparato de segurança, como gerador de energia e um sistema que desliga automaticamente o gás caso seja identificado algum problema", explica Márcio. "É complicado cozinhar no caminhão, mas ao mesmo tempo é divertido".
Para saber o itinerário do Buzina, consulte o site oficial do caminhão. Por enquanto, o local não aceita cartões.