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Ex-tenista Boris Becker deixa a prisão e volta à Alemanha

Ex-astro do tênis, o alemão Boris Becker foi condenado a dois anos de prisão por esconder bens após falência - Neil Mockford/Getty
Ex-astro do tênis, o alemão Boris Becker foi condenado a dois anos de prisão por esconder bens após falência Imagem: Neil Mockford/Getty

16/12/2022 08h14

Após oito meses em uma prisão britânica onde cumpria pena por crimes financeiros, o ex-tenista alemão Boris Becker foi libertado ontem e viajou imediatamente à Alemanha.

"Nosso cliente Boris Becker foi libertado de sua detenção na Inglaterra e deixou o país hoje para a Alemanha", anunciou seu advogado, Christian-Oliver Moser.

Becker, de 55 anos, "cumpriu sua pena e não é alvo de nenhuma restrição penal na Alemanha", acrescentou.

O ex-tenista chegou em Munique esta tarde a bordo de um avião Cessna da companhia Air Hamburg, segundo o jornal Der Spiegel.

O avião teria sido fretado, segundo a imprensa britânica, por uma empresa audiovisual, cujo nome não foi divulgado, e que teria pago uma generosa soma para contar sua história.

A plataforma Apple TV exibirá em breve um documentário em que o ex-campeão faz declarações.

Vencedor de seis títulos de Grand Slam, que vivia no Reino Unido desde 2012, Becker foi condenado em abril por ocultar ou transferir ilegalmente milhões de euros e libras para evitar o pagamento de suas dívidas após declarar falência.

O ex-tenista, que teve uma carreira profissional de 1984 a 1999, foi condenado em 29 de abril a dois anos e meio de prisão pela Justiça britânica após ser considerado culpado de ter ocultado 2,5 milhões de libras (US$ 3 milhões).

A princípio, ele deveria cumprir metade de sua pena na prisão antes da possibilidade de recorrer ao benefício da liberdade condicional.

Sua mãe, Elvira Becker, de 87 anos, chamou de o "melhor presente de Natal" o retorno de seu filho à Alemanha, segundo o jornal The Sun.

Depois de declarar falência em 2017, Becker foi condenado por acusações que incluem subtração de bens, ocultação de patrimônio e ocultação de dívidas.

Durante o processo, o Ministério Público declarou que Becker recebeu 1,13 milhão de euros da venda de uma concessionária Mercedes que ele possuía na Alemanha. O valor foi depositado em uma conta bancária profissional que usava como "cofrinho pessoal" para pagar por compras de luxo e a escola de seus filhos.

"A condenação de Boris Becker mostra claramente que a ocultação de bens no âmbito de uma falência é um delito grave, pelo qual processamos quem a comete", ressaltou o diretor-geral do Insolvency Service, o organismo governamental britânico que supervisiona as falências.

Há 20 anos, Becker já havia sido condenado na Alemanha a uma pena de prisão, cuja aplicação foi suspensa, devido a problemas com o fisco.

A juíza britânica Deborah Taylor censurou o tenista por não ter levado em consideração a advertência que aquela primeira condenação deveria ter significado para ele.

Seu advogado, Jonathan Laidlaw, considerou então que Becker "não conseguia encontrar trabalho e tinha que contar com a caridade de outras pessoas para sobreviver".

O tenista, que negou todas as acusações, foi absolvido de outras 20 acusações, incluindo as que se referiam ao desaparecimento dos seus troféus. Durante as audiências, ele afirmou que não sabia onde eles estavam.

Ele vendeu parte de seus troféus em um leilão por 700 mil libras.

De acordo com o ex-tenista, a falência e o tratamento recebido na imprensa prejudicaram a "marca Becker".

Ele também teve problemas com a Justiça espanhola por dívidas não pagas relacionadas a obras em sua casa em Mallorca e também com a Justiça suíça, por não ter pago o pastor que realizou seu casamento em 2009.