UFC: Quem é o cacique que faz 'preparação espiritual' de Alex Poatan

Os cocares e pinturas corporais que Alex Poatan utiliza antes das lutas no UFC evidenciam as origens indígenas, mas há uma figura importante nesta relação: Ubiranan Pataxó, cacique pajé da Aldeia Siratã Mantxó.

Ubiranan é o responsável pela "preparação espiritual" do lutador, campeão dos meio-pesados no UFC 295.

Conheço o Poatan há mais de oito anos. Eu faço a reparação espiritual da vida dele. Sou filho do 1º Pagé, entro em oração sobre a vida dele para que ele possa sempre ter as portas abertas, ganhar as lutas e conquistar os objetivos. Ubiranan Pataxó

Alex Poatan e Ubiranan Pataxó se conheceram através de amigos em comum. O cacique pataxó faz capoeira e pratica lutas, e eles foram apresentados.

A Aldeia Siratã Mantxó fica em Santa Cruz Cabrália, no sul da Bahia. Poatan frequenta a localidade e já levou o cinturão.

Ele vai à nossa aldeia, dorme conosco, faz treino de lutas indígenas. Sempre que tem oportunidade, ele vai nos prestigiar e leva o cinturão para mostrarmos que é um guerreiro lutador e que está vencendo.

Poatan é um apelido que Alex adotou e é da língua tupi-guarani. "Quer dizer 'mão de pedra' ou 'voo da águia', o local de onde a águia, da pedra onde a águia voa. Um nome forte".

"Ele representa um líder, tem descendência no povo indígena e hoje está levando o nome não só da luta, mas dos povos indígenas. Todos os povos indígenas estão orgulhosos em vê-lo com os nossos adereços, representando as primeiras etnias do Brasil. Ele leva essa missão no maior evento de luta do mundo", disse o cacique.

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Ubiranan Pataxó vai estar presente no UFC 301. O evento ocorre neste sábado, 4, na Barra da Tijuca.

Ele já esteve no Rio de Janeiro para participar também do Rio +20. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável foi realizada em 2012.

'É uma liderança'

Alex Poatan falou sobre a relação Ubiranan Pataxó. Ele disse que o conheceu no primeiro contato que teve com uma aldeia indígena.

"Sabia da minha história, mas ainda não tinha tido contato com uma aldeia indígena. Aprendo com ele, é um cara que luta muito pelo povo dele. A humildade que ele tem é fora do comum. É um cara feliz, pai de família, já tive várias vezes na casa dele, e todo mundo que chega ali é bem recebido. Essa humildade dele contou muito para mim, fora esse lado guerreiro que ele passa. Ele fala de família, garra, e trago isso para a minha luta", ressaltou o lutador.

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