Quem é Filipe Toledo, o brasileiro que lidera o ranking mundial de surfe
Do UOL, em São Paulo
21/04/2022 04h00
Líder do Circuito Mundial de Surfe e dono de uma das melhores manobras aéreas do mundo, Filipe Toledo está na crista da modalidade. Campeão da etapa de Bells Beach, na Austrália, Filipinho é o líder do ranking mundial da WSL (Liga Mundial de Surfe, em livre tradução do inglês) e tem boas chances de levantar o caneco pela primeira vez.
Sem Gabriel Medina —que ainda não estreou na temporada após dar um tempo das competições por questões físicas e mentais—, e com uma temporada discreta de Italo Ferreira, o natural de Ubatuba (SP) desponta como principal representante brasileiro no WCT em 2022. Mas não é de hoje que Filipe Toledo está entre os principais surfistas do mundo.
Hoje com 27 anos, Filipinho —filho do bicampeão brasileiro de surfe, Ricardo Toledo— ingressou na elite do surfe mundial em 2013, quando foi eleito o melhor estreante da temporada. No ano seguinte, se mudou com toda a família para São Clemente, na Califórnia (EUA), para aprimorar seu surfe.
A mudança surtiu efeito, Filipe venceu três etapas do circuito no ano seguinte (Gold Coast, na Austrália, Rio Pro, no Rio de Janeiro, e Peniche, em Portugal) e terminou a temporada pela primeira vez entre os quatro primeiros do ranking mundial.
Lesão e polêmica
O bom momento de Filipe Toledo, porém, foi atrapalhado por uma lesão no fêmur na semifinal da etapa de Gold Coast, em 2016. A questão física tirou o brasileiro das duas competições seguintes e atrapalhou seu desempenho no decorrer do ano.
Já em 2017, Toledo se envolveu em uma polêmica. Revoltado após os juízes apontarem interferência em bateria com Kanoa Igarashi (JAP) na terceira fase do Rio Pro, o camisa 77 tentou invadir uma área proibida para surfistas e foi contido por seguranças. Pelo episódio, acabou suspenso da etapa de Fiji.
Show de surfe e sonho de título
Passada a polêmica, Filipe Toledo deslanchou no Circuito Mundial e esteve próximo de conquistar o sonhado título mundial. Em 2018, foram três finais, com dois títulos e um vice-campeonato, que colocaram o brasileiro no topo do ranking mundial em grande parte da temporada. Filipe, porém, deixou o título escapar ao amargar resultados ruins na reta final do circuito.
No ano seguinte, o brasileiro repetiu o bom desempenho e foi para Pipeline, no Havaí, última etapa do ano, com chances de ser campeão mundial, mas foi eliminado precocemente e viu Italo Ferreira ficar com o troféu. O desempenho também tirou Filipe das Olimpíadas de Tóquio, já que, além do potiguar, Gabriel Medina terminou à frente do natural de Ubatuba.
Filipe bateu na trave novamente em 2021. Após se classificar para o WSL Finals —competição com os cinco melhores surfistas da temporada, que definem o título mundial— ele eliminou Italo Ferreira na semifinal, mas perdeu a melhor de três baterias para Gabriel Medina, amargando o vice.
Dono da camisa amarela —usada pelo líder do ranking— neste ano, Filipe se prepara para a etapa de Margaret River, na Austrália, —cuja janela começa neste fim de seman— e busca a terceira final consecutivas para se distanciar ainda mais do vice-líder Kanoa Igarashi.