Por que ESPN dispensou cúpula e parte dos comentaristas
A demissão da cúpula da ESPN mostra uma mudança de postura da emissora para o futuro. A nova gestão, que ficará alinhada aos interesses do Grupo Disney, terá como prioridade reduzir a quantidade de programas de debates da grade e adquirir o direito de novos torneios e eventos para transmissões.
Na visão da cúpula, somente assim será possível reverter a queda de audiência e de interesse na busca por pacotes vendidos ao consumidor.
Ontem (14), a emissora rescindiu o contrato de João Palomino, vice-presidente de jornalismo e produção da sede da ESPN no Brasil.
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Além de Palomino, a ESPN rescindiu com seis comentaristas participantes dos programas de debate da casa. Deixam o canal Arnaldo Ribeiro, Claudio Arreguy, Eduardo Tironi, Juca Kfouri, Maurício Barros e Rafael Oliveira. O apresentador João Canalha também foi dispensado.
A curto prazo, a prioridade será trocar os programas de debate por noticiários. No futuro, a ESPN pretende equilibrar sua grande entre atrações noticiosas e jogos ao vivo. Atualmente, o canal tem como carro-chefe os direitos de transmissão do Campeonato Inglês. Com um aporte maior do Grupo Disney, que focará as atenções no canal no Brasil, o objetivo será adquirir outros torneios de peso.
Com Fox e Sportv dominando a audiência, ficou claro para os novos responsáveis do grupo Disney que o modelo de programa de debate "o dia inteiro" já não se sustentava.
A emissora ainda não descarta novas mudanças. A direção do canal avalia os formatos já existentes na programação e o quadro de funcionários. Inicialmente, no entanto, novas trocas não devem afetar - ainda mais - a redação do canal.
A mudança de postura tem relação com a compra de parte da FOX pelo Grupo Disney, empresa gestora da ESPN. Para aprovar o negócio, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) exigiu que o FOX Sports seja vendido pela Disney de "porteira fechada" para outra empresa. Ou seja, a empresa que comprar o canal levará junto todos os imóveis da emissora, equipamentos, 200 funcionários, contratos com 11 ligas esportivas e o acordo com as operadoras de TV a cabo.
Em um primeiro momento, a fusão dificultará a vida da ESPN na compra de direitos de transmissão. O Cade determinou que o Grupo Disney não poderá participar da próxima rodada de contratações das ligas pertencentes ao FOX Sports. A principal delas é a Libertadores.