Longe de casa

Brasileiros se unem para sair da Ucrânia enquanto guerra muda a vida e o futebol na Europa

Adriano Wilkson, Beatriz Cesarini e Bruno Fernandes Do UOL, em São Paulo e Maceió Odd Andersen-14.abr.2015/AFP

Quando o exército russo invadiu o território ucraniano levando a guerra de volta à Europa ontem, o sonho de dezenas de jogadores de futebol brasileiros se metamorfoseou rapidamente em um sombrio pesadelo. O campeonato local foi suspenso, mas ele deixou de ser a principal preocupação dos jogadores.

"Estamos pedindo ajuda de vocês nesse vídeo devido à falta de combustível na cidade, fronteira fechada, espaço aéreo fechado, não tem como gente sair", disse o zagueiro Marlon, criado nas categorias de base do Fluminense, e hoje defendendo o Shakhtar Donetsk. Ele e outros brasileiros estão concentrados em um hotel na capital Kiev à espera de uma ajuda do governo brasileiro para deixar o país.

"Meu pensamento é um só: sair fora do país. Amanhã eu e meus amigos vamos pegar dois carros e tentar sair fora", afirmou ao UOL o atacante Lucas Rangel, do Vorskla Poltava.

De acordo com o Itamaraty, cerca de 500 brasileiros vivem na Ucrânia e muitos deles são jogadores e suas famílias. Há 20 anos a liga ucraniana tem sido destino importante da mão de obra do futebol brasileiro, principalmente por funcionar como uma vitrine para mercados maiores na Europa. Hoje 30 brasileiros atuam na primeira divisão e outros 10 na segunda. O Brasil é, de longe, o país que mais fornece estrangeiros ao campeonato ucraniano.

Enquanto a guerra se aproxima de Kiev, com seu rastro de destruição, morte, caos e imagens de bombardeios transmitidas em tempo real para o mundo todo, esses jogadores vivem um período de medo e incerteza. A seguir o UOL conta como o conflito entre Rússia e Ucrânia pelo controle de regiões conflagradas tem afetado o futebol local e o que ele pode significar para a carreira dos jogadores que vivem lá.

Odd Andersen-14.abr.2015/AFP

Brasileiros ficam sem notícias e não conseguem deixar o país

Desde que os conflitos entre Rússia e Ucrânia começaram, os jogadores brasileiros de equipes como o Dínamo de Kiev e Shakhtar Donestsk foram proibidos pelos clubes de conversarem com a imprensa sobre a tensão militar. Há duas semanas, UOL tenta o contato com jogadores, sem sucesso.

Maycon, do Shakhtar, se colocou à disposição e gostaria de comentar a situação do país. Mas, de acordo com a assessoria de imprensa do atleta, o clube negou a solicitação. Vitinho, do Dínamo, também mencionou a mesma orientação. A assessoria de imprensa explicou que clube da capital tinha receio de causar conflitos dentro do próprio elenco, que tem atletas russos.

Aflitos com o início da guerra, jogadores e suas famílias se uniram em um hotel em Kiev e gravaram um vídeo para suplicar por ajuda do governo brasileiro para deixarem a Ucrânia. Marlon (ex-Fluminense), Pedrinho (ex-Corinthians), David Neres (ex-São Paulo), Vitinho (ex-Athletico-PR) e Dodô (ex-Coritiba) publicaram a gravação em seus perfis nas redes sociais e relataram a situação em que vivem no momento.

Na cidade de Zaporizhya, no noroeste da Ucrânia, os brasileiros Juninho, Cristian e Guilherme Smith do Zorya Luhansk vivem o mesmo drama. A cidade de Luhansk fica no epicentro do atual conflito, mas o clube já havia se mudado para Zaporizhya. O problema é que eles estão longe da capital Kiev, onde fica a embaixada do Brasil.

"Estamos passando por uma situação muito difícil. Pedimos que compartilhem esse vídeo para que possa chegar até o governo brasileiro para que eles possam nos ajudar. As fronteiras estão fechadas, o espaço aéreo não está mais operando, peço ajuda que esse vídeo chegue às autoridades brasileiras. Eles pedem para ficarmos tranquilos, mas não tem como ficarmos tranquilos nesse momento", afirmou.

Reprodução
Lucas Rangel

"O clima é de pânico geral, desesperador", diz atacante gaúcho

O atacante Lucas Rangel defende o Vorskla Poltava desde o ano passado. A cidade de Poltava ainda não havia sido bombardeada pelas forças armadas russas, mas fica a apenas 140 km de Kharkiv, cidade que sofreu fortes ataques ontem. O jogador de 27 anos, revelado pelo Londrina, falou com a reportagem sobre o clima de pânico na cidade.

"O clima na cidade é de pânico geral, as pessoas estão correndo aos supermercados que tão fechando, só alguns estão abertos. Gasolina você só pode abastecer 20 litros por carro e com 20 litros você não vai muito longe. Os bancos só dão 200 dólares por família e isso não é muito porque os preços aumentaram de uma hora pra outra, foi um escândalo. O clima é de tensão máxima aqui", afirmou.

O jogador afirma que está com outros quatro atletas brasileiros na cidade, um deles com a esposa. "Graças a Deus minha família está no Brasil", disse Rangel. Ele conta ter ficado assustado com o início do conflito, tão perto de sua casa.

"Eu acordei com meus amigos me ligando, e logo que eu acordei fui lavar a cara e a sirene da cidade tocou, o alerta de emergência." Questionado sobre como serão seus próximos passos na Ucrânia, o jogador afirmou que no momento tudo o que ele e os amigos querem é deixar o país. Como o espaço aéreo está fechado, eles decidiram cruzar a fronteira de carro.

Não adianta eu mentir, estou preocupado e aflito. Tenho que manter a cabeça no lugar pra achar a melhor solução. Meu pensamento é um só: sair fora do país. Amanhã eu e meus amigos vamos pegar dois carros e tentar sair fora. O trânsito está complicado, mas não adianta esperar sentado, vamos tentar sair fora."

O jogador disse que entrou em contato com a embaixada brasileira em Kiev e ouviu que era necessário ter paciência e permanecer em casa. "Eles só dizem pra gente ficar dentro de casa que é o lugar mais seguro, mas nesse momento não tem lugar seguro, tudo pode acontecer. É desesperador esse momento que estamos vivendo. É a primeira vez que passamos por isso e espero que seja a última, não desejo isso pra ninguém."

Isac Nobrega/Presidência da República

Bolsonaro diz estar "empenhado em auxiliar" brasileiros na Ucrânia

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse ontem que está "totalmente empenhado no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros" na Ucrânia. O pronunciamento feito nas redes sociais veio depois de diversos jogadores virem a público pedir ajuda para deixar o país.

À BBC Brasil o embaixador Norton Rapesta afirmou que o Itamaraty irá "evacuar os brasileiros", incluindo os jogadores de futebol que vivem na Ucrânia, mas não deu detalhes sobre como será essa operação.

Em publicação nas redes sociais e no site do governo federal, a embaixada do Brasil em Kiev recomendou que os brasileiros que não estejam na capital na Ucrânia tentem se deslocar para lá por meios próprios, se possível.

Ainda segundo a autoridade, a recomendação para os brasileiros que vivem em Kiev é de não sair da capital por causa dos grandes engarrafamentos. É preciso aguardar por novas orientações.

Brasileiros que estão na região leste, a região mais perigosa, devem tentar se deslocar a Kiev. Se não conseguirem por meios próprios, precisam contatar a embaixada pelo número de telefone +380 50 384 5484.

Sonho europeu na Ucrânia

David Ramos/Getty Images

Marlon: do Flu ao Barça

Porta-voz dos brasileiros que estão hospedados em um hotel em Kiev, Marlon iniciou a carreira no Fluminense em 2014 e, dois anos depois, foi emprestado ao Barcelona por uma temporada. A equipe espanhola acertou a compra do carioca e o emprestou ao Nice, da França, em 2017. O zagueiro também atuou no Sassuolo da Itália até o ano passado, quando foi transferido ao Shakhtar para seguir o seu sonho no futebol europeu.

EDUARDO CARMIM/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Bill: da base do Fla à Europa

Revelado pela base do Flamengo, Bill foi negociado com o Dnipro em dezembro de 2021. O time ucraniano pagou 400 mil euros (cerca de R$ 2,5 milhões) por 60% dos direitos econômicos do jogador de 22 anos. A equipe se interessou no atleta porque viu potencial de crescimento e, portanto, venda a outros clubes do futebol europeu. Nesta temporada, ele atuou em 11 partidas, marcou um gol e deu uma assistência.

Divulgação Pedrinho comemora gol com Dentinho e Marlos, que já deixaram o Shakhtar, além de Maycon, Ismaily e Marlon

Pedrinho comemora gol com Dentinho e Marlos, que já deixaram o Shakhtar, além de Maycon, Ismaily e Marlon

Os times com mais brasileiros na Ucrânia

O Brasil é o país que tem mais representantes entre os estrangeiros que jogam na primeira divisão do futebol ucraniano: ao todo, são 30 atletas.

Shakhtar

  • Marlon Santos

    Zagueiro (ex-Fluminense e Sassuolo)

    Imagem: Reprodução
  • Vitão

    Zagueiro (ex-Palmeiras)

    Imagem: Anadolu Agency/Anadolu Agency via Getty Images
  • Ismaily

    Lateral (ex-Braga e seleção brasileira)

    Imagem: Shakhtar Donetsk/Oficial
  • Dodô

    Lateral (ex-Coritiba)

    Imagem: Stanislav Vedmid/Getty
  • Vinicius Tobias

    Lateral (ex-Internacional)

    Imagem: Ricardo Duarte/SC Internacional
  • Marcos Antônio

    Meia (ex-Athletico-PR)

    Imagem: Getty Images
  • Maycon

    Meia (ex-Corinthians)

    Imagem: James Williamson/Getty Images
  • Alan Patrick

    Meia (ex-Santos, Palmeiras, Inter e Flamengo)

    Imagem: Divulgação/Site oficial do Shakhtar Donetsk
  • David Neres

    Atacante (ex-São Paulo e Ajax)

    Imagem: Divulgação
  • Tetê

    Atacante (ex-Grêmio)

    Imagem: Divulgação/Shakhtar Donetsk
  • Pedrinho

    Atacante (ex-Corinthians e Benfica)

    Imagem: Instagram
  • Fernando

    Atacante (ex-Palmeiras e Sporting)

    Imagem: Divulgação/Site oficial do Shakhtar Donetsk
  • Júnior Moraes

    Atacante (ex-Santos e naturalizado ucraniano)

    Imagem: JEFF PACHOUD / AFP

Zorya

  • Juninho

    Lateral (ex-Salgueiro)

    Imagem: Giuseppe Maffia/NurPhoto via Getty Images
  • Cristian

    Atacante (ex-Botafogo-PB)

    Imagem: Reprodução
  • Guilherme

    Atacante (ex-Botafogo)

    Imagem: Reprodução

Metalist

  • Fabinho

    Meia (ex-Teresópolis)

    Imagem: Reprodução
  • Marlyson

    Atacante (ex-Madureira)

    Imagem: Reprodução
  • Derek

    Atacante (ex-Figueirense)

    Imagem: Reprodução

Dnipro

  • Busanello

    Lateral (ex-Chapecoense)

    Imagem: Reprodução
  • Felipe Pires

    Atacante (ex-Palmeiras e Fortaleza)

    Imagem: Reprodução
  • Bill

    Atacante - (ex-Flamengo)

    Imagem: Reprodução/Instagram
Alexander Demianchuk/Reuters
Mircea Lucescu

Modelo de negócio do Shakhtar abriu as portas na Europa

Há cerca de 20 anos o Shakhtar tem sido o clube europeu que mais contrata brasileiros, graças a um modelo de negócio que rendeu títulos e muito dinheiro ao clube, que se tornou o mais importante e vencedor do país. Em 2004, o treinador romeno Mircea Lucescu inaugurou a tradição de comprar jovens e desconhecidos brasileiros com potencial, ganhar títulos com eles e vendê-los por valores muito maiores.

Lucescu costuma dizer que uma viagem ao Brasil nos anos 60, ainda como jogador, o fez se apaixonar pelo país e pelo futebol praticado aqui. Quando passou a comandar o Shakhtar, dispondo do dinheiro do bilionário Rinat Akhmetov, Lucescu apostou em europeu para a defesa e brasileiros para o meio e o ataque.

Jogadores como Jadson, Willian e Douglas Costa, entre outros, passaram a ser visados pela seleção brasileira e por gigantes europeus depois de começaram a vestir a camiseta do Shakhtar. Mesmo após a saída de Lucescu, a política do clube segue firme e hoje ele continua sendo o time mais brasileiro da Europa. Outras equipes ucranianas tentaram replicar a abordagem brasileira do Shakhtar, sem sucesso.

Getty Images
Donbass Arena hoje; abaixo, fotos da destruição de 2014

Expansão russa afetou estádio e expulsou Shakhtar de casa

A equipe do Shakhtar fazia uma intertemporada na Turquia e, nesta semana, retornou à sua sede em Kiev para a retomada no campeonato nacional. Mas a liga foi suspensa por causa do decreto de lei marcial, autorizando o governo ucraniano a tomar medidas para se defender do ataque russo. O time enfrentaria o Metalist, no sábado (26), em Kharkov.

O Shakhtar é um clube de Donestk, na região palco do atual conflito, mas treina e joga em Kiev. A decisão de partir para uma cidade a 700 quilômetros de distância do núcleo original aconteceu após conflito que ocorreu no leste da Ucrânia entre 2013 e 2015, que resultou na anexação da Crimeia pela Rússia, além de um referendo pela independência em Donetsk em relação à Ucrânia.

Em agosto de 2014, a Donbass Arena, o estádio do Shakhtar, foi bombardeada. Não houve feridos. Na época, o clube contava com 13 brasileiros no elenco, entre eles Alex Teixeira, Dentinho, Douglas Costa e Bernard. Desde então, o clube manda suas partidas no Estádio Olímpico de Kiev e nunca mais retornou à Donestk, com exceção de casos com extrema necessidade. Agora, a cidade, situada numa região reconhecida pela Rússia como uma república independente, vive novos momentos de tensão com a guerra se expandindo pelo país inteiro.

Em 2014, estádio do Shakhtar foi bombardeado

Putin tenta mostrar força ao Ocidente ao invadir Ucrânia

A invasão iniciada ontem é o ponto alto da escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia, o conflito com maior potencial de dano em território europeu desde o fim da Guerra Fria. Vladimir Putin, o presidente da Rússia, justificou a invasão não provocada como uma forma de se defender da influência das potências ocidentais sobre os países que fazem fronteira com o território russo, o que poderia significar um "perigo existencial" à Rússia, segundo suas palavras.

A Ucrânia declarou sua independência da União Soviética em 1991, o que foi um golpe mortal à integridade da antiga potência. Em discursos recentes, Putin tem enfatizado a narrativa segundo a qual Ucrânia e Rússia são — ou deveriam ser — o mesmo país, já que compartilham um passado comum. Isso fica ainda mais claro em regiões mais à leste da Ucrânia, perto da fronteira com a Rússia, onde a maior parte da população fala russo e defende maior aproximação com os vizinhos.

Em 2014, depois que protestos em Kiev derrubaram um presidente pró-Rússia, Putin respondeu tomando da Ucrânia a Crimeia, uma península dominada por separatistas. Agora, ele volta a se movimentar sobre o território ucraniano, tentando anexar a região separatista de Donbass, onde ficam Donetsk e Luhansk, duas importantes cidades ucranianas. Seu avanço sobre a capital Kiev pode indicar também um desejo de derrubar o atual governo para trazer a Ucrânia como um todo para sua esfera de influência, dizem analistas internacionais.

A guerra em frases

Alexey Nikolsky/Kremlin/Sputnik via Reuters

Vladimir Putin

"Quem tentar interferir, ou ainda mais, criar ameaças para o nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e levará a consequências como nunca antes experimentado na história."

REUTERS/Umit Bektas

Volodmir Zelensky

"Vizinhos sempre enriquecem culturalmente uns aos outros. No entanto, isso não os torna um único todo. Somos diferentes, mas isso não é motivo para sermos inimigos. Queremos determinar, construir nosso futuro nós mesmos, de forma pacífica, calma e honesta."

Reprodução

Joe Biden

"O presidente Putin escolheu uma guerra premeditada que trará uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano. A Rússia sozinha é responsável pela morte e destruição que este ataque trará, e os Estados Unidos e seus aliados e parceiros responderão de forma unida e decisiva."

Eric Verhoeven/Soccrates/Getty Images Roman Yaremchuk comemora gol do Benfica sobre o Ajax pela Liga dos Campeões e mostra camiseta com símbolo nacional ucraniano

Roman Yaremchuk comemora gol do Benfica sobre o Ajax pela Liga dos Campeões e mostra camiseta com símbolo nacional ucraniano

Reprodução/Facebook

Se a Rússia vencer a guerra, o que acontece com o Shakhtar?

Opinião de Rafael Reis, blogueiro do UOL, especialista em futebol internacional

Depende do que vai acontecer com a Ucrânia. Se ela continuar existindo como país independente, não há por que o Shakhtar mudar de nacionalidade. O máximo que pode acontecer com o clube é se transferir definitivamente para Kiev caso Donbass (a região onde fica Donetsk) seja anexada à Rússia ou se transforme em uma nação solo (já é reconhecida pelo governo Putin como tal).

Mas se a Ucrânia virar apenas mais uma região da Rússia, o Shakhtar terá de passar por uma grande transformação. O caminho natural seria ser aceito pela Premier League russa e começar a disputar todos os campeonatos do país ao qual sua terra natal foi anexada. Isso já aconteceu lá atrás com o Rapid Viena, que até foi campeão alemão no período em que a Áustria foi conquistada pelos nazistas

Existe ainda a chance (bem mais remota) de o Shakhtar não aceitar entrar no sistema do futebol russo (por discordar dos critérios, como em qual divisão entrar, ou mesmo por rejeição da torcida) e pedir uma licença especial para ser acolhido pela liga de algum outro país da região. Essa atitude não seria inédita. Alguns clubes de Gales, por exemplo, jogam o Campeonato Inglês. Já o FC Vaduz, a equipe mais forte de Liechtenstein, participa de campeonatos na Suíça.

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OLGA MALTSEVA/AFP
Gazprom Arena, em São Petersburgo

Uefa pode tirar final da Liga dos Campeões da Rússia

A guerra ligou um sinal de alerta na Uefa, que está cogitando tirar a final da Liga dos Campeões da Rússia em meio à tensão militar envolvendo o país e a Ucrânia. A decisão está marcada para dia 28 de maio na Gazprom Arena, em São Petersburgo.

A entidade máxima do futebol europeu se vê sob crescente pressão para mudar o local da grande decisão desde que Putin anunciou o envio de tropas para a região de Donbass, no leste da Ucrânia. Agora, com a guerra instaurada, é ainda mais possível que a final tenha uma nova sede.

Nos últimos dias, a pressão foi vocalizada por parlamentares do Reino Unido, que tem grandes chances de ter equipes na final da competição europeia. O primeiro-ministro Boris Johnson afirmou que novas sanções serão feitas contra a Rússia após a invasão.

Nadine Dorries, a secretária de Cultura do governo, afirmou ter "sérias preocupações com eventos esportivos que serão sediados na Rússia como a final da Liga dos Campeões" e disse que vai "conversar com as entidades responsáveis".

"Não permitiremos que o presidente Putin explore esses eventos mundiais para legitimar sua invasão ilegal à Ucrânia", acrescentou ela, segundo o jornal "The Mirror".

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