A era das zebras

Anos 2000 renderam vitórias históricas de pequenos sobre grandes no Brasil e ajudaram a revelar técnicos

Diego Salgado, Marcello de Vico e Vanderlei Lima Do UOL, em São Paulo REUTERS/Paulo Whitaker

Não dá para dizer que tenha sido um Maracanazo, para não banalizar o termo. Mas que o Santo André deixou o Maracanã calado, ao derrubar o Flamengo e conquistar a Copa do Brasil em 2004, não há dúvida. Chocante, não? Ainda mais depois do espanto causado pela semifinal formada pelo próprio time do ABC paulista com os gaúchos do XV de Campo Bom. Pois então o que dizer quando, no ano seguinte, o Paulista de Jundiaí repetiu a dose de improbabilidade ao superar o Fluminense e fazer uma dobradinha de zebras no torneio de mata-mata nacional?

Aí você pode falar: justamente, o formato de mata-mata está aí para abrir espaço a surpresas como essas. Acontece que as zebras não se restringiram apenas à Copa do Brasil. Os casos se alastraram pelo país, no âmbito regional. O time de Jundiaí, mesmo, já havia disputado a decisão do Paulistão um ano antes de ser campeão nacional. Uma final, vejamos, com o então emergente São Caetano, que levantou a taça.

E lá vamos Brasil afora. Volta Redonda e Madureira chegaram à final do Campeonato Carioca em 2005 e 2006, respectivamente, depois de conquistar Taça Guanabara e Taça Rio. Já o Colo Colo, de Ilhéus, quebrou uma hegemonia de 37 anos da dupla Bahia e Vitória e conquistou o Baiano, em 2006. De volta ao Sudeste, um ano antes, o Ipatinga ganhou o Mineiro. O triênio de 2004 a 2006 foi realmente pródigo em títulos inesperados.

Esses exemplos mostram como, na verdade, os anos 2000 se tornaram um foco de vitórias históricas de times pequenos sobre potências nacionais. Desde então, as surpresas são cada vez mais raras. Na Copa do Brasil, por exemplo, nenhum clube de menor expressão repetiu o feito de Santo Andre e Paulista.

O UOL Esporte mostra nesta reportagem como a década passada apresentou um propício cenário para a ascensão dos azarões no futebol brasileiro e revelaram gente relevante para a seleção brasileira. Recentemente, porém, a porta parece mais cerrada para o pelotão alternativo.

AP

Cenário distinto

A aparição de zebras no futebol brasileiro ganhou força em 2004, três anos depois de uma importante decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). De 2001 a 2012, seu torneio já conhecido pelo caráter democrático por acolher clubes de todos os estados e do Distrito Federal, a Copa do Brasil, deixou de abrigar times que jogariam a Copa Libertadores no mesmo ano.

O próprio técnico do Paulista em 2005, Vagner Mancini, admite que a medida ajudou os times pequenos a irem mais longe na competição nacional. "Isso permitia por exemplo que um clube de menor expressão com menor investimento chegassem às fases decisivas", disse o treinador em entrevista ao UOL Esporte.

Mancini lembra, porém, que o Paulista, que disputava a Série B nacional em 2005, desbancou nada menos que seis times de Série A na campanha vitoriosa. Antes de bater o Fluminense na final, passou pelo Cruzeiro (semifinal), Inter (quartas), Figueirense (oitavas), Botafogo (segunda fase) e Juventude (primeira fase).

Na visão do treinador, a chegada dos times da Libertadores a partir a oitavas de final torna bem inviável a repetição do feito de Santo André e Paulista. "Os clubes vêm muito fortes porque têm um orçamento maior e acabam fazendo a diferença com isso quando entram na Copa do Brasil."

Reprodução/UOL Esporte

Ajuda extra

Os clubes grandes costumeiramente apresentam orçamento mais polpudo. Mas há 15 anos a distância para os pequenos poderia encurtar, dependendo de caso a caso, com um componente político influenciando o jogo. O investimento nas, digamos, franjas passou a aumentar, num processo iniciado ainda com o São Caetano, finalista da Copa João Havelange em 2000 e, em 2002, da Libertadores. Com um apoio decisivo de dinheiro público, inclusive.

"Clubes pequenos, inclusive com ajuda de Prefeituras e/ou empresários, conseguiram montar equipes mais fortes do que o normal", disse Mauro Cezar Pereira, colunista do UOL Esporte, que também ressalta a saída dos times da Libertadores na competição nacional.

Outro ponto contribuía para uma maior igualdade do ponto de vista financeiro entre clubes de Série A e B . Na comparação com atual cenário, as cifras ligadas às receitas de TV eram bem menores. Além do mais, muitos "gigantes" brasileiros também já se encontravam em situação de debilidade financeira, convivendo com dívidas do passado. Por outro lado, não dá para dizer que esse último elemento tenha mudado tanto assim nos dias atuais.

Mauro Cezar, por isso, alerta que, por deficiência estratégica, muitas vezes os clubes grandes simplesmente não conseguiam traduzir seu maior poderio financeiro em resultados no campo. "O Flamengo somente em 2019 começou a ganhar títulos, e o Corinthians se endividou como nunca no período em que a TV passou a pagar mais", disse, para aí apontar um elemento em comum nessa história: "Maior volume de dinheiro não combina com as péssimas gestões".

Lucas Uebel/Getty Images

Zebras são raras

Um levantamento feito pelo UOL Esporte mostra como os clubes menores tiveram mais êxito entre 2001 e 2007 na Copa do Brasil. De 1989 a 2019, os 12 maiores times do país foram eliminados 62 vezes por adversários de divisões inferiores. A média, portanto, é de exatas duas quedas por edição.

Nas sete primeiras edições da década de 2000, as eliminações desse tipo aconteceram 27 vezes. A média, então, sobe para quase quatro quedas por torneio, o dobro do registrado em toda a história da competição.

Nos últimos anos, as zebras ficaram ainda mais escassas. De 2013 a 2019, também em sete edições, os times de divisões inferiores derrotaram um dos 12 grandes em apenas dez oportunidades, numa média inferior até em relação à registrada em toda a história do torneio (1,2).

Desde quando os times da Libertadores passaram a entrar na Copa do Brasil nas oitavas de final, as surpresas não atingiram nem mesmo o top 4. Semifinalista em 2013, o Goiás foi o único clube fora do grupo dos 15 maiores clubes do Brasil, que traz Atlético-MG, Athletico-PR, Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Inter, Palmeiras, Santos, São Paulo, Sport e Vasco.

Em contrapartida, clubes que estão fora dessa lista participaram das semifinais em 12 ocasiões entre 2001 e 2007: Coritiba e Ponte Preta (2001), Brasiliense (2002), Goiás (2003), Santo André e 15 de Novembro (2004), Paulista e Ceará (2005), Ipatinga (2006) e Figueirense e Brasiliense (2007).

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Maracanã calado

Derrotar o Flamengo por 2 a 0 em pleno Maracanã não foi a única façanha do Santo André do técnico Péricles Chamusca. Para chegar à decisão da Copa do Brasil 2004, o time do ABC paulista eliminou outros dois times grandes na campanha. Primeiro, o Atlético-MG, na segunda fase.

Nas quartas de final, passou pelo Palmeiras num confronto eletrizante, marcado por dois empates repletos de gols. Depois de um 3 a 3 no jogo de ida, o Santo André conseguiu arrancar um 4 a 4 no antigo Palestra Itália, depois de ficar dois gols atrás do time palmeirense a apenas 11 minutos do fim. Incrível. "Esse jogo contra o Palmeiras foi de muita emoção e eu diria que realmente foi um divisor de águas", disse Sandro Gaúcho, autor de dois gols naquele dia.

A campanha ainda foi marcada pela virada diante do 15 de Novembro na semifinal. O time paulista perdeu o primeiro confronto por 4 a 3, mas teve forças para vencer por 3 a 1 no jogo de volta.

Na decisão, o Santo André recebeu o Flamengo no Palestra Itália. O fato, segundo Sandro Gaúcho, só complicou a situação. "Foi muito difícil. Nosso estádio não comportava a torcida. O regulamento exigia uma capacidade maior e fomos jogar no estádio do Palmeiras", relembra. Nem mesmo o empate por 2 a 2 na condição de mandante diminuiu o ímpeto do Santo André, como conta Sandro Gaúcho:

O Chamusca montou uma estratégia para não levar gol no primeiro tempo, de levar a decisão para o segundo tempo a nossa decisão. Nós íamos para o tudo ou nada, iríamos para cima. Nossa equipe era experiente, já havíamos passados por vários jogos difíceis."

Diante de 72 mil torcedores, a equipe fez dois gols no segundo tempo. Sandro Gaúcho marcou o primeiro. Élvis, o segundo. O Flamengo ficou atônito, o Santo André fez a festa no Maracanã.

O Flamengo era o grande favorito pela sua tradição, pela sua camisa, pelo elenco que tinha. O Santo André era um franco-atirador naquele jogo. Poucos acreditavam que nós pudéssemos conseguir uma vitória lá.

Sandro Gaúcho, Ex-atacante do Santo André

Chegamos ao Maracanã e realmente era um público enorme. Quando entramos em campo, o barulho era imenso. Aquilo ali foi um sonho para muitos jogadores, de ter oportunidade de enfrentar uma grande equipe naquele estádio.

Sandro Gaúcho, Ex-atacante do Santo André

Ana Carolina Fernandes/Folhapress Ana Carolina Fernandes/Folhapress

Sucesso já em 2004

A vitória histórica do Paulista sobre o Fluminense há 15 anos marcou um período de sucesso para o clube de Jundiaí. No Paulistão 2004, a equipe chegou pela primeira vez a uma decisão estadual. Embora tenha sido derrotado pelo São Caetano, o Paulista tirou lições para conquistar o Brasil um ano depois.

"Eu assumi na segunda metade do ano. Para 2005 nós reforçamos bem a equipe. Nós já tínhamos uma base bem montada. O Paulista tinha ainda alguns jogadores remanescentes daquela estrutura do Etti Jundiaí, que era bancada pela Parmalat. Esse time que chegou à final da Copa do Brasil tinha vários atletas que jogaram juntos desde o sub-17", explicou.

Do Paulista à Copa do Brasil, o Paulista manteve nomes como o meia Márcio Mossoró, que abriu o placar no jogo de ida, em Jundiaí. O atacante Léo marcou o segundo a sete minutos do fim do jogo.

"Poderia até ter sido mais, foi um jogo que nós poderíamos ter feito três, quatro. Tivemos mais chances e acabamos perdendo. Não tomar gol dentro de casa nos deu uma motivação boa", contou o ex-jogador.

Na decisão, o Paulista, que contava com jovens como o zagueiro Réver e o volante Cristian, conseguiu segurar o empate sem gols. Técnico do Fluminense, Abel Braga, dessa forma, amargou o segundo vice seguido da Copa do Brasil, em roteiro similar ao do ano anterior, com derrota na posição de favorito.

Foi uma campanhas surpreendente. Nos primeiros jogos, pensamos 'vamos ver o que vai dar'. A gente foi ganhando, ganhando confiança. A gente tirou times só da primeira divisão do futebol."

Léo, Ex-atacante do Paulista

O Paulista tinha uma geração vencedora, vários atletas jogaram juntos desde o sub-17. Então se tornou uma equipe com uma capacidade muito grande de reação, existia muita amizade no elenco."

Vagner Mancini, Técnico do Paulista em 2004

Ana Carolina Fernandes/Folhapress Ana Carolina Fernandes/Folhapress
Agência RBS/Folha Imagem

Novos técnicos aparecem

As vitórias dos pequenos sobre os grandes ajudaram ainda a revelar técnicos no futebol brasileiro. Ainda em 2000, o Caxias conseguiu conquistar o Campeonato Gaúcho sob o comando de Adenor Leonardo Bachi, o Tite, que levaria o Grêmio ao título da Copa do Brasil já no ano seguinte. Dali a 14 anos, o treinador chegou à seleção brasileira.

A campanha do 15 de Novembro fez Mano Menezes trilhar caminho parecido. Quase um ano depois, ele foi contratado pelo Grêmio para a retomada do clube após o rebaixamento de 2004. No clube tricolor, atingiu a final da Libertadores de 2007. No ano seguinte, Mano deu início à sua primeira passagem pelo Corinthians, até assumir a seleção brasileira em 2011 —se antecipando a Tite—, apenas seis anos depois de levar o 15 de Novembro à semifinal da Copa do Brasil.

"Foi dali que saiu Mano Menezes, porque antes era só Mano", disse Dauri. "Depois disso a cidade de Campo Bom (RS) também ficou conhecida no Brasil inteiro. A Copa do Brasil tem essas coisas, por vezes aparece um time pequeno que faz história".

Além de Péricles Chamusca e Vagner Mancini, Ney Franco também foi revelado, em meio à campanha do Ipatinga no Campeonato Mineiro 2005, campeão daquela edição. Na Copa do Brasil 2006, o time mineiro eliminou Botafogo e Santos, caindo apenas na semifinal, diante do futuro campeão Flamengo, que contratou Ney Franco pouco antes dos jogos decisivos com o Vasco.

"Na primeira passagem, eu fiquei um ano e três meses à frente do Flamengo, com a conquista da Copa do Brasil e uma conquista do Campeonato Carioca de 2007. Eu bati uma marca do Zagallo, que era o último treinador que tinha ficado mais de um ano à frente do clube. O Flamengo vinha numa troca de treinadores de três em três meses", disse o treinador.

Divulgação

Haja zebra

Os títulos de Santo André e Paulista não poderiam ser mais emblemáticos, já que as zebras se multiplicaram naquelas duas edições de Copa do Brasil. O 15 de Novembro, por exemplo, disputou a semifinal e quase conseguiu chegar à decisão.

O time dirigido por um então desconhecido Mano Menezes, entretanto, sofreu uma virada do Santo André. Nada que tenha apagado a classificação obtida contra o Vasco na segunda fase, marcada por uma vitória história por 3 a 0 em pleno São Januário. Vale lembrar que o time gaúcho estava fora das quatro divisões do Brasileirão à época. "Para muitos jogadores foi muito importante. Muitos foram para clubes grandes ou voltaram para clubes grandes, inclusive o Perdigão, Patricio, Nilson, foram para Grêmio e Internacional, Bebeto para o Corinthians", disse o ex-atacante Dauri.

Em 2004, além da escalada do time do Santo André, com vitórias sobre Atlético-MG, Palmeiras e Flamengo durante a campanha vitoriosa, o Gama eliminou o Botafogo na segunda fase.

As zebras vieram à tona novamente em 2005. O Vasco se tornou vítima pela segunda vez seguida, com outra derrota por 3 a 0 em casa. Dessa vez, para o Baraúnas, do Rio Grande do Norte, que disputava a Série C do Brasileirão. Na ocasião, um veterano Romário saiu inconformado de campo dizendo que ele e o time todo mereciam ser xingados: "Foi uma vergonha. Não fizemos p... nenhuma".

"Na realidade, ninguém acreditava, os torcedores, uns diziam que ia ser de cinco para lá, outros diziam que ia ser de 8 a 0, mas a gente, os jogadores mesmos, acreditávamos que poderíamos ter um resultado bom lá", relembrou Cícero Ramalho, autor de um dos gols contra o Vasco.

Alguns rostos entre as zebras

  • Sandro Gaúcho

    O herói do Santo André continuou no mundo do futebol. Seu último trabalho foi numa equipe semiamadora da Flórida, nos Estados Unidos. Hoje, 16 anos depois, o ex-atacante relembra como o time conseguiu a façanha. "Criou-se a expectativa de que o Flamengo já tinha uma festa marcada, nós absorvemos tudo aquilo."

    Imagem: Divulgação
  • Cícero Ramalho

    O ex-atacante, que fez história ao marcar contra o Vasco aos 40 anos, aposentou-se em 2007, dois anos depois. Cícero hoje mora em um sítio nos arredores de Mossoró e é diretor do Mossoró Esporte Clube, presidido pelo mesmo dirigente que estava no Baraúnas. "Tenho certeza que vão ouvir falar muito desse nome aí".

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  • Rodrigo Posso

    Goleiro do Ipatinga em 2006, ele também manteve a ligação com o futebol depois de parar de jogar em 2013. O ex-atleta se formou em Educação Física e abriu uma escolinha na cidade onde se consagrou. "Nossa intenção agora é fazer com que os garotos tenham a oportunidade de um dia jogar o Mineiro", afirmou.

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  • Dauri

    O meia que ajudou o 15 de Novembro a alcançar a semifinal da Copa do Brasil tem hoje uma loja de calçados, além de uma padaria em Garopaba, no litoral catarinense, onde nasceu. Está aposentado desde 2009 --seu último time foi o Pelotas. "Fui artilheiro daquela Copa do Brasil, ao lado do Alex Alves (Botafogo). Fiz oito gols", ressaltou.

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  • Jânio

    "Mesmo hoje, depois de 18 anos, ainda me falam sobre aquela vitória sobre o Palmeiras. De Maceió do aeroporto até Arapiraca foi uma carreata bonita viu?", afirma o ex-jogador do ASA,que viu o time alagoano despachar o Alviverde pela primeira fase da Copa do Brasil de 2002. Ele parou de jogar só em 2013 e hoje é técnico.

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  • Léo Aro

    "Uma hora você está em clubes bons, campeonatos legais até que vai. Mas a realidade do futebol é outra: você joga em times menores, salários baixos, não recebe em dia", diz o atacante ex-Paulista que se aposentou há três anos, pelo Taubaté.Formado em Educação Física, hoje trabalha em empresa de intercâmbio esportivo.

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Eduardo Knapp/Folha Imagem

As zebras nos Estaduais

A ascensão de times pequenos anos atrás começou no Rio Grande do Sul, pouco antes da década de 2000. Em 1998, o Juventude colocou ponto final à hegemonia de Inter e Grêmio, que começou em 1955. O time de Caxias do Sul ainda conquistou a Copa do Brasil 1999, após uma vitória sobre o Botafogo, com quase 100 mil pessoas no Maracanã. Dois anos depois, foi a vez do rival Caxias vencer o Estadual.

Em São Paulo, o São Caetano enfim conseguiu conquistar um título ao bater o Paulista de Jundiaí no Paulistão de 2004. O time do ABC paulista, vale lembrar, foi vice brasileiro duas vezes seguidas em 2000 e 2001, além de bater na trave na Libertadores 2002, quando perdeu a final para o Olimpia, do Paraguai.

O Campeonato Carioca manteve a tendência de títulos dos quatro grandes — desde 1966, com o Bangu, a taça fica com os grandes. Mas, em 2005 e 2006, a segunda posição ficou com os times pequenos, fato que não acontecia desde a década de 1960, justamente com o Bangu, em 1967. O Volta Redonda conquistou a Taca Guanabara, mas não foi páreo para o Fluminense na final do Estadual. No ano seguinte, o Madureira levou a Taça Rio e, na decisão, foi derrotado pelo Botafogo.

No Mineiro, campeonato marcado pela hegemonia de Cruzeiro e Atlético-MG, com algumas conquistas pontuais do América-MG, a façanha coube ao Ipatinga, de Ney Franco, em 2006, numa final contra a equipe cruzeirense.

A surpresa na Bahia foi o Colo Colo, de Ilhéus, que em 2006 bateu o Vitória duas vezes, por 4 a 3 e 4 a 2. Seis anos depois, já na década de 2011, o Bahia de Feira repetiu a façanha no Estadual baiano, como o Vitória na condição de vice mais uma vez.

Pedro H. Tesch/AGIF

Pandemia freia ascensão

As boas campanhas de times pequenos até começaram a se desenhar nesta temporada de 2020, antes da paralisação dos campeonatos por causa da pandemia no novo coronavírus. No Campeonato Gaúcho, o Caxias faturou o primeiro turno ao bater o Grêmio na final, disputada em 22 de fevereiro. A equipe brigava pelas primeiras posições na fase de grupos do segundo turno.

O Campeonato Mineiro hoje tem o tem o América na primeira colocação, é verdade, mas o Tombense aparece em segundo e a Caldense, em quarto. O Atlético-MG está em terceiro, enquanto o estremecido Cruzeiro tenta entrar na briga, vindo em quinto.

No Paulista, o Santo André, novamente aprontando, registrou a melhor campanha depois de dez rodadas disputadas. O time conquistou 19 pontos, mesmo número do Palmeiras, mas ficou à frente pelo número de vitórias. Depois de três meses sem jogos, o cenário é outro em relação ao elenco. Como mostrou o UOL Esporte, dos 26 inscritos no Estadual, restaram apenas 15. Agora, a diretoria busca alternativas no mercado para compor o grupo.

"Perdemos 11 jogadores e sobraram 15, que têm acordo para retornar assim que voltarmos provavelmente no dia 30. A gente deve inscrever cinco da base e contratar quatro jogadores, sendo um goleiro, um zagueiro, um volante e um centroavante", afirmou Edgard Montemor Filho, diretor-executivo do Santo André. Quer dizer: se e quando retornar o Estadual, o Santo André vai precisar evocar sensações de 16 anos atrás para superar grandes adversários e silenciar enormes torcidas. Será?

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