Medalha, medalha!

Quem são os maiores medalhistas do Brasil, e quem pode ampliar suas marcas em Tóquio

Rafael Valesi Do UOL, em São Paulo Daniel Varsano/COB

"Medalha, medalha, medalha!". Os mais antigos certamente se recordam desta inesquecível expressão do vira-lata Muttley, fiel companheiro de Dick Vigarista no desenho animado Corrida Maluca. O simpático cão era obsessivo, e não escondia sua felicidade toda vez que era premiado. A cena não deixa de ser uma verdadeira metáfora olímpica, especialmente agora, no início dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Pois, no fim das contas, o que todo atleta quer é "medalha, medalha, medalha".

Em sua história esportiva, até antes do início do evento na capital japonesa, o Brasil possui 129, entre disputas individuais e coletivas. Esta história começou em 1920, na Antuérpia, e teve seu último capítulo há cinco anos, no Rio de Janeiro. Ao longo de um século, ídolos acumularam pódios, atletas um pouco mais desconhecidos também alcançaram a glória olímpica, e muitos outros saíram de mãos vazias.

Em meio a esta rica trajetória, dois nomes se destacam, ambos da vela. Torben Grael e Robert Scheidt são os recordistas de medalhas olímpicas no esporte brasileiro, com cinco cada. Serginho do vôlei, e Gustavo Borges, da natação, estão logo atrás, com quatro. Em seguida, uma turma composta por 11 atletas soma três.

Nesta lista, quem se destaca é Scheidt, que poderá se tornar em Tóquio o maior da história, já que competirá na classe Laser. Isaquias Queiroz, Bruno Rezende e Rodrigo Pessoa, que também estão no Japão, terão a chance de escalar degraus da mesma maneira.

Abaixo, o UOL Esporte relaciona os maiores medalhistas olímpicos do esporte brasileiro, e também aqueles que nunca penduraram uma no pescoço.

Daniel Varsano/COB
Reprodução

Recordes no mar

Ninguém ganhou mais medalhas olímpicas do que os velejadores Torben Grael e Robert Scheidt. Cada um deles subiu no pódio cinco vezes. Em termos de "qualidade", Scheidt leva pequena vantagem. Ambos foram bicampeões olímpicos, mas o paulistano de 48 anos tem duas pratas, contra uma de Torben. Em bronzes, a relação é inversa. E Scheidt pode se tornar em Tóquio o líder isolado nesta estatística, já que competirá na classe Laser.

Tom Pennington/Getty Images

Quatro medalhas

Em um patamar abaixo, com quatro medalhas olímpicas, estão Serginho, do vôlei, e Gustavo Borges, da natação. O ex-líbero da seleção brasileira disputou quatro finais seguidas, entre Atenas-2004 e Rio-2016, e levou para casa duas medalhas de ouro, e duas de prata. Já o nadador, apesar da carreira brilhante nas piscinas, nunca subiu no lugar mais alto do pódio. Foram duas pratas e dois bronzes, entre Barcelona-1992 e Sydney-2000.

Jonne Roriz/COB

Eles querem mais

Uma turma de peso forma o grupo de atletas brasileiros com três medalhas olímpicas. São onze no total, com destaque para Bruno Rezende (vôlei), Isaquias Queiroz (canoagem) e Rodrigo Pessoa (hipismo), os únicos que poderão subir na tabela, já que competirão em Tóquio. Outros atletas desta lista são Cesar Cielo (natação), Dante, Rodrigão, Giba e Fofão (vôlei), Ricardo e Emanuel (vôlei de praia), e Marcelo Ferreira (vela).

AFP PHOTO / KIRILL KUDRYAVTSEV

Bicampeões

O rol de brasileiros com duas medalhas olímpicas no currículo começou a ser criada há 101 anos, com Guilherme Paraense e Afrânio Costa, do tiro esportivo, nos Jogos Olímpicos da Antuérpia em 1920. Ao longo das décadas, outros atletas e equipes repetiram o feito, como a geração de Wlamir Marques no basquete, bronze em Roma-1960 e Tóquio-1964, ou então Neymar e Marta, no futebol. Mas ninguém mais se destacou nesta estatística do que Adhemar Ferreira da Silva, do atletismo, e os jogadores de vôlei Giovane, Maurício, Fabi, Fabiana, Jaqueline, Sheilla, Paula Pequeno e Thaisa. Todos eles são bicampeões olímpicos, um feito para poucos.

REUTERS/Sergio Moraes

Única, mas valiosa

A relação de atletas brasileiros com uma medalha olímpica no currículo é bem mais democrática do que as estatísticas acima, pois reúne tanto ídolos do esporte nacional quanto nomes que não ganharam tanta fama assim. Magic Paula e Hortência (basquete), Thiago Braz (atletismo) e Jaqueline Silva (vôlei de praia), entre outros ícones, possuem a mesma quantidade de láureas do que José Telles da Conceição (atletismo), Chiaki Ishii (judô) e Manoel dos Santos (natação).

Divulgação/oscarschmidt.com.br

Ficaram no quase

Todo atleta sabe a dificuldade que é conquistar uma medalha olímpica e o que é preciso para superar inúmeras barreiras. Muitos deles dedicam uma vida inteira a isso, e mesmo assim não alcançam o tão sonhado objetivo. No esporte brasileiro, isso não é diferente. Apesar de terem trajetórias respeitáveis e notáveis mundo afora, atletas como Oscar Schmidt (basquete), Gustavo Kuerten (tênis), Fabiana Murer (atletismo) e Daiane dos Santos (ginástica artística) encerraram a carreira sem subir no pódio olímpico.

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