Eu quero buscar o conhecimento dos meus orixás, quero saber quem me guia, quem habita em mim".
Foi desta forma que Paulinho, ainda aos 17 anos, revelou à mãe Ana Christina a vontade de descobrir sua ancestralidade e espiritualidade por meio do Candomblé, religião de origem africana já seguida por ela e também pela irmã mais velha, Ana Carolina. Hoje, aos 20 anos, o jovem jogador rompe a imagem de que só atletas cristãos se expressam em campo e expõe que há racismo dos brasileiros no futebol.
Convocado para as Olimpíadas de Tóquio, o camisa 7 agradeceu ao chamado do técnico André Jardine com uma mensagem nas redes sociais: "Nunca foi sorte, sempre foi Exú". Em campo, fez um dos gols dos 4 a 2 sobre a Alemanha e comemorou com o gesto da flecha de Oxóssi, uma das divindades do que chama de "filosofia de vida". Os gestos provocaram ataques de intolerância religiosa e preconceito na internet.
O que o UOL Esporte explica agora é como a voz do Paulinho pode ser compreendida como o grito de resistência e encorajamento daqueles que são repudiados por seguirem a sua crença de origem africana. Também explicamos as bases desta religião cultuada pelo atacante do Bayer Leverkusen-ALE e como o racismo a transforma numa prática reprimida no futebol.