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Conheça Zahavi, atacante 'convocado' por Textor e que anima botafoguenses

Eran Zahavi, em ação pelo PSV Eindhoven, da Holanda - Prestige/Soccrates/Getty Images
Eran Zahavi, em ação pelo PSV Eindhoven, da Holanda Imagem: Prestige/Soccrates/Getty Images

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

03/06/2022 04h00

Nos últimos dias, o nome de Eran Zahavi tem movimentado a torcida do Botafogo. E uma publicação de John Textor nas redes sociais, na tarde de ontem (2), deixou os alvinegros animados. Afinal, o investidor da SAF do Alvinegro a endereçava ao atacante de 34 anos, desejo antigo e grande alvo do clube para nesta janela de transferência.

Quem não acompanha de perto, porém, pode não ter entendido as referências utilizadas pelo empresário. Na postagem, Textor aparecia em um camarote do Nilton Santos, casa do Glorioso, e, na parede, os dizeres, "Fogo Hebreu". Zahavi é nascido em Rishon LeZion, Israel.

Os primeiros passos no futebol foram em um time da sua cidade natal, mas a caminhada engrenou ao chegar ao Hapoel Tel Aviv, tradicional clube de Tel Aviv, ainda na base. Após empréstimo inicial ao Ironi Ramat HaSharon, retornou ao clube, onde conquistou duas Copas do Estado de Israel e um Campeonato Israelense.

Aos 23 anos, transferiu-se para o Palermo, da Itália, mas a trajetória não foi como a imaginada. Atrapalhado por algumas lesões, não conseguiu ter sequência e, após duas temporadas, retornou a Israel. Desta vez, porém, para defender o Maccabi Tel Aviv.

Com a camisa de um dos principais clubes do país, Zahavi deslanchou. Tricampeão do Isralense, ele também foi três vezes artilheiro da competição e eleito duas vezes o "jogador do ano". Ao todo, foram 117 gols em 153 jogos disputados.

O atacante se despediu novamente de Israel e embarcou para a China, onde defendeu o Guangzhou R&F e voltou a mostrar o faro artilheiro. Em 2019, bateu o recorde de gols em uma edição, que, até então, pertencia ao brasileiro Elkeson, que, em 2014, fez 28 gols pelo Guangzhou Evergrande.

Após quatro temporadas e meia, foi para o PSV, da Holanda, clube pelo qual foi campeão da Supercopa dos Países Baixos e da Copa dos Países Baixos, em finais contra o maior rival, o Ajax.

Recentemente, ele passou por uma cirurgia e, em local não detalhado. O jogador, porém, contou, em entrevista ao podcast "Frequent Traveler", que cogitou se aposentar

"Aconteceu no meu último treino no PSV, peguei um pequeno pedaço de cartilagem e havia desgaste. Eu disse a mim mesmo: 'que momento ruim, eu deveria assinar com uma nova equipe e agora aconteceu isso'. Já me passou pela cabeça não treinar e jogar mais. Então, aconteceu o que aconteceu, informei para minha família, minha mãe e minha esposa que parecia que eu estava encerrando a carreira após essa lesão", disse.

Zahavi, porém, desistiu da ideia. No mesmo bate-papo, revelou que conversou com Paulo Sousa, técnico do Flamengo e com quem trabalhou no Maccabi Tel Aviv, mas, à época, ressaltou que ainda não havia tomado uma decisão sobre os próximos passos na carreira.

"Ele [foi o treinador que] mais me influenciou. Não vou esquecer que ele me disse que eu deveria representar Israel, mostrar que os israelenses podem trabalhar duro e nos representar com dignidade. Deu-me esse selo para acreditar em mim até o fim, e eu fiz isso. Falei com o Paulo Sousa, perguntei o que tenho que perguntar sobre o Botafogo. Estou muito dividido sobre essas coisas, todas as opções são boas", apontou.

"Para mim, é inacreditável que um jogador israelense de 35 anos [vai completar em 25 de julho] seja desejado no Brasil, que eles ofereçam o que oferecem e os fãs reajam freneticamente. É muito importante para mim representar Israel, certamente neste período do que se pensa de nós no mundo. Isso é algo que é muito importante para mim. Ao mesmo tempo, Israel também pode ser maravilhosamente representado. Ainda não decidi", completou.

Desejo antigo para velha lacuna

Zahavi não é um desejo novo no Botafogo. O nome do jogador está à mesa da diretoria já desde o início das movimentações no mercado após a concretização da SAF. Tanto que já houve contatos entre as partes em busca de concretizar um acordo.

O setor, inclusive, é uma lacuna antiga no Botafogo. Desde as saídas de Pedro Raul e Matheus Babi, o clube analisava o mercado. Para a disputa da Série B do Brasileiro, no ano passado, porém, apostou em Rafael Navarro e teve o jovem Matheus Nascimento como opção.

Navarro acabou indo bem e, após o acesso, acertou transferência para o Palmeiras. O Alvinegro voltou o olhar para reforços e buscava um centroavante ainda para o início do Brasileiro, mas a transação não foi concretizada.

Erison, atacante do Botafogo, comemora gol diante do Vasco, pelo Carioca - Vítor Silva/Botafogo - Vítor Silva/Botafogo
Erison, atacante do Botafogo
Imagem: Vítor Silva/Botafogo

Erison, porém, vem se destacando e se tornou um dos grandes nomes da temporada até aqui. Ainda assim, a cúpula nunca escondeu que enxergava a necessidade de um nome "mais pesado" na posição. Zahavi agrada o técnico Luís Castro, e Textor vem acompanhando de perto as movimentações.

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