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Arana será titular na seleção, mas Atlético-MG não queria convocação

Guilherme Arana, lateral da seleção, durante treino em Bogotá, na Colômbia Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Igor Siqueira

Do UOL, no Rio de Janeiro

06/10/2021 04h00

Tite montou a seleção no treino de ontem (5) com Guilherme Arana como titular na lateral esquerda. Contra a Venezuela, o jogador deve fazer sua estreia pelo Brasil, mas, se dependesse do Atlético-MG, isso aconteceria na partida de amanhã (7) ou em qualquer um dos jogos da data-Fifa atual. Arana já tinha sido chamado em setembro, mas não entrou em campo contra Chile e Peru. A participação dele na conquista do ouro olímpico, em Tóquio, ajudou a colocá-lo de vez nos planos de Tite.

Mas a visão da diretoria do clube mineiro é que a comissão técnica da seleção brasileira não deveria convocar jogadores que estão em ação nos campeonatos nacionais por se tratar de um período de definição sobre quem vai se desgarrar na disputa por título. Ao mesmo tempo, o Atlético fez pressão para que a CBF não adiasse três rodadas do Brasileirão, conforme anunciado pelo coordenador da seleção, Juninho Paulista, na convocação.

"Já nos manifestamos antes que o nosso desejo era que não tivéssemos nenhum convocado para a seleção brasileira nesse momento, que afunila tudo. Foi a crítica que a gente fez. Penso que a seleção hoje está longe de ser prioridade para os clubes brasileiros. A gente está preocupado em equalizar o calendário, que vem de dois anos sem parada. A seleção está praticamente classificada. Tem jogador brasileiro espalhado pelo mundo inteiro. Lamento que a CBF não tenha usado de bom senso para não convocar jogador que está disputando as competições nacionais", disse Rodrigo Caetano, diretor de futebol do Atlético-MG, ao UOL.

De acordo com o critério defendido pelos atleticanos, o Flamengo também não deveria ficar sem Everton Ribeiro e Gabigol. Enquanto Palmeiras e Internacional não teriam os desfalques de Weverton e Edenílson, respectivamente.

Em setembro, quando a CBF adiou os jogos de quem teve jogadores convocados, o Atlético-MG cedeu o atacante Hulk e o goleiro Ederson, além do próprio Arana. Atualmente líder da Série A com 10 pontos à frente do Palmeiras e 11 a mais do que o Flamengo —que tem dois jogos a menos—, o Galo também cede nomes para seleções de outros países, como o zagueiro Junior Alonso, convocado pelo Paraguai, e o volante Alan Franco, que defende o Equador. Fla e Palmeiras também cedem jogadores para seleções sul-americanas.

"Mas isso a gente não controla. Lá atrás, quando foi feito calendário, deveria ter previsão de parada em data Fifa. Esse ano é atípico, ok. Mas quem tem que se comunicar com o calendário nacional e a diretoria de competições é a seleção brasileira e não a paraguaia, por exemplo. Quem vive no mesmo prédio é a seleção brasileira", completou Rodrigo Caetano.

Por outro lado, há o contraste com o sentimento de Arana na principal. "Gratidão", "honra" e "muito feliz em ser convocado mais uma vez" foram expressões usadas por ele em postagens recentes nas redes sociais referindo-se à seleção. O sentimento é similar ao de outros que estão no grupo com Tite.

Especificamente sobre Guilherme Arana, o Atlético-MG entende já ter colaborado quando liberou o lateral para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em um período que nem era data-Fifa. Isso fez com que o clube perdesse seu titular para o duelo de oitavas de final da Libertadores, contra o Boca Juniors. O Galo se classificou e ainda deixou para trás o River Plate, nas quartas de final. Mas a eliminação veio na semifinal diante do Palmeiras. Além do Brasileirão, o Atlético também está nas semifinais da Copa do Brasil —mas, depois do arranjo que a CBF fez no calendário em setembro—, esse torneio não será impactado pelos compromissos da seleção.

No caminho inverso, a comissão técnica, por ora, não abre mão de contar com os jogadores do futebol brasileiro. E até quem concorre com eles —como é o caso de Alex Sandro, que contra a Venezuela perde o lugar para Guilherme Arana— acredita que o clube de origem não vai pesar na disputa "sadia", como diz Tite.

"A gente não comenta sobre isso. Também não acho que, por causa do calendário, possa ter alguma diferença. A comissão técnica conhece a qualidade de todos os jogadores, os que atuam no Brasil e na Europa. Tenho certeza que isso não vai influenciar em futuras chamadas para a seleção", disse o lateral esquerdo, em coletiva na segunda-feira (4).

Além dos jogos dos próximos dias, contra Venezuela, Colômbia e Uruguai, o Brasil ainda tem na agenda, em novembro, mais partidas diante dos colombianos e da Argentina, nos dias 11 e 16. A CBF já definiu que não adiará mais jogos de clube algum. Resta saber se Tite manterá o critério de continuar a convocar quem atua em território nacional.

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