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Derrota para o Cuiabá com má atuação expõe dificuldades do Bota de Lazaroni

Bruno Nazário foi um dos piores em campo na derrota do Botafogo para o Cuiabá na Copa do Brasil Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

28/10/2020 04h00

A derrota por 1 a 0 para o Cuiabá não foi a única notícia ruim para o Botafogo na noite de Copa do Brasil. A má atuação contra o terceiro colocado da Série B do Brasileirão, que veio ao Rio de Janeiro com 11 desfalques, expôs as dificuldades de Bruno Lazaroni com o fraco elenco do Alvinegro.

Um dos problemas é crônico: a falta de velocidade. Após negociar seus dois pontas titulares — Luis Henrique foi vendido ao Olympique de Marselha, e Luiz Fernando, emprestado ao Grêmio —, a equipe não repôs a posição à altura, e agora virou refém de reservas antes pouco utilizados, como o peruano Lecaros, e apostas como o experiente Kelvin e o jovem Rhuan, que ainda não renderam o esperado.

Para piorar, destaques da equipe no início da temporada não repetem nem de longe o nível das atuações. Bruno Nazário não é nem sequer sombra do camisa 10 que parecia um achado do Bota no Campeonato Carioca. No ataque, Pedro Raul parecia um centroavante de futuro, mas agora tem jogado mal e balançou as redes apenas três vezes nos últimos 15 jogos. Nem mesmo apostas como Matheus Babi vem dando conta do recado, e a falta de qualidade chama a atenção.

"A gente estava bem posicionado, a partir dos 20 minutos começamos a cometer erros de movimentações. Terminamos com 23 finalizações, 39 cruzamentos contando os escanteios, mas a gente precisa melhorar nossa eficiência para traduzir essa superioridade em gols", afirmou Lazaroni, que na frieza dos números ignorou a falta de perigo que o Bota levou ao fraco Cuiabá.

No comando de um elenco desequilibrado, Bruno Lazaroni patina em sua primeira grande oportunidade como treinador. O antigo auxiliar até fez a equipe vencer quando efetivado, mas com ainda menos alternativas que Paulo Autuori, que deixou o clube, não consegue entregar nem resultado nem performance. Antes uma equipe que atuava bem e não conseguia transformar o domínio em vitórias, o Bota virou um time "arame liso", que agride pouco e não consegue furar retrancas.

Nem mesmo Keisuke Honda, referência técnica da equipe, tem motivos para comemorar. O japonês cometeu a falha decisiva que se transformou no gol do Cuiabá, e foi às redes sociais pedir desculpas pelo lance. O camisa 4, que vinha bem e parecia se readaptar no meio de campo do Alvinegro, não conseguiu retomar a confiança após o erro cometido, e sucumbiu junto com o time.

As poucas notas positivas seguem na defesa, onde Diego Cavalieri consegue substituir Gatito Fernández à altura, bem como os laterais Kevin — um dos poucos a se salvar na noite — e Victor Luis, além dos zagueiros Marcelo e Kanu, que seguem sendo referência na equipe. O problema é dali para a frente: sem opções, até Cícero, antes afastado, voltou a entrar em campo. Mas ainda não disse a que veio, com um futebol modorrento que é uma síntese da equipe em seus piores momentos.

"Infelizmente a ansiedade pelo resultado acabou comprometendo nosso nível de atuação", resumiu o treinador.

Na derrota, Caio Alexandre foi uma ilha no meio de campo. O jovem de 21 anos simplesmente não tinha companhia alguma na criação, e ainda precisava se preocupar em fechar os espaços que Cícero e Honda concediam — depois, com as mexidas de Lazaroni, ficou ainda mais sobrecarregado. A dificuldade do camisa 19 é também a do Botafogo: sem criar jogadas, a equipe finaliza e agride pouco, e se torna previsível demais para vencer times mais fechados.

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