Como o Chiclete com Banana virou amuleto do Palmeiras na Libertadores 1999
Diego Salgado
Do UOL, em São Pauo
01/06/2020 04h00
"O Júnior [Baiano] não fazia nem gol contra, agora já fez sete, oito. Amanhã [a camisa] vai estar por baixo, com certeza."
A frase é de Luiz Felipe Scolari, então técnico do Palmeiras. Proferida na véspera da partida contra o Vasco em São Januário, válida pela volta das oitavas da final da Libertadores vencida pelo time alviverde há 21 anos, ela mostrava como o grupo Chiclete com Banana virou amuleto palmeirense durante a campanha.
Na ocasião, Felipão estava frente a frente com Bel Marques, vocalista da banda que fazia sucesso entre os jogadores palmeirenses, especialmente os baianos Júnior Baiano e Júnior.
O zagueiro deu início a tudo, pois passou a jogar com uma camisa do Chiclete por baixo do uniforme. Coincidência ou não, ele desandou a marcar gols na primeira fase da Libertadores. A visita dos cantores ao CT do clube fez até Felipão se render ao carisma deles.
A presença de Bel Marques foi precedida de um desafio imenso do Palmeiras. O time de Felipão precisava vencer o Vasco no Rio para obter a classificação às quartas de final, pois havia ficado no 1 a 1 no Palestra Itália. A equipe vascaína era a atual campeã continental e defendia uma longa invencibilidade em casa.
Devidamente vestido com a camisa do Chiclete, como prometido, Felipão fez a festa depois de uma vitória por 4 a 2. O triunfo no Rio é considerado por muitos jogadores como um divisor de águas rumo à conquista da Libertadores.
O Palmeiras, na sequência, eliminou o Corinthians nas quartas de final. Depois, bateu o River Plate para voltar a uma final de Libertadores depois de 31 anos. Na decisão, o time derrotou o Deportivo Cali, após derrota por 1 a 0 na Colômbia e vitória por 2 a 1 em São Paulo. Nos pênaltis, os palmeirenses fizeram 4 a 3.