Por que Michel ainda não engrenou, mas será titular de novo no Corinthians
Gabriel Carneiro
Do UOL, em São Paulo
06/09/2019 04h00
Resumo da notícia
- Michel será o substituto de Fagner amanhã, às 11h, contra o Ceará
- O lateral-direito tem 15 jogos pelo Corinthians e ainda não agradou
- Critério de Carille para não "perder" o elenco faz Ramiro não entrar no time
- Dificuldade no apoio é a principal marca que precisa ser atacada
O lateral-direito Michel foi anunciado ainda em outubro de 2018 como primeira contratação do Corinthians para esta temporada. Ele foi campeão paulista e já atuou em 15 partidas, mas está longe de cair nas graças do torcedor. A principal crítica é pelo fato de que o jogador de 29 anos não tem conseguido manter o nível técnico de Fagner, titular incontestável do time pela sexta temporada consecutiva e entre os melhores do país na posição.
Amanhã, às 11h, contra o Ceará, pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro, Michel receberá uma nova chance de provar seu valor, pois o titular está a serviço da seleção brasileira em amistosos nos Estados Unidos. Expulso no último jogo em que teve oportunidade de atuar, dia 25, contra o Avaí, o lateral-direito correu risco de não entrar em campo amanhã, mas seu julgamento ainda não foi marcado.
Pela dúvida, Carille testou em jogo-treino e atividades no CT Joaquim Grava o volante Ramiro, improvisado. E gostou do que viu - o volante já atuou como lateral quando defendia o Grêmio.
No entanto, Michel foi confirmado como titular. A razão da nova chance para um jogador que ainda não engrenou no time é um critério no trabalho do técnico Fábio Carille. Apostar no reserva imediato da posição, e não em um possível improviso (mesmo que o improvisado esteja em melhor fase), é uma medida para não criar insatisfações no elenco, para não perder o grupo. Acontece o mesmo em caso de lesão: o titular machucado retoma a posição após se recuperar. Uma exceção à segunda regra foi recente, na disputa entre Gabriel e Ralf.
Michel jogou cinco vezes no Campeonato Paulista, três na Copa do Brasil, uma na Sul-Americana e cinco pelo Brasileirão, além de um amistoso. Ele não fez nenhum gol ou deu assistência. Com o lateral em campo foram seis vitórias, sete empates e duas derrotas - o time marcou 15 gols e sofreu oito. É uma média de 0,53 gol sofrido por jogo nas partidas em que ele começou. Mas o que chamou atenção nas apresentações foi a dificuldade no apoio, ao contrário do que ocorre com Fagner, que tem na dobradinha com Pedrinho um dos segredos do Corinthians na temporada.
Mais preso na linha defensiva, o lateral com passagens por Flamengo, Atlético-MG, além dos espanhóis Almería e Las Palmas, não se destaca. Ele tem qualidade nos cruzamentos, e mostra isso na rotina de treinos do CT Joaquim Grava. É seu maior ponto forte. Mas durante os jogos não chega ao fundo com frequência e faz ultrapassagens para tentar o lance. Michel também pouco se apresenta para triangular pela direita, o que sobrecarrega o lado esquerdo do Corinthians nos jogos sem Fagner.
Em contrapartida, há pontos a favor de Michel: ele cumpre função defensiva sem comprometer. Também tem um bom número de duelos vencidos quando o time adversário tenta o um contra um.
Amanhã, a sombra de Fagner no elenco terá uma nova chance para convencer. Não só à torcida, mas ao técnico do Corinthians.