Ex-empresário de Arthur é indiciado por difamação após post no Instagram
Jeremias Wernek
Do UOL, em Porto Alegre
22/08/2019 04h00
Jorge Machado, empresário de futebol e ex-procurador de Arthur, foi indiciado por difamação após investigação da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, em Porto Alegre. O inquérito foi concluído na semana passada e repassado à Justiça, onde o agente deverá responder com crime contra a honra do volante ex-Grêmio e atualmente no Barcelona.
A origem do inquérito, presidido pelo delegado André Lobo Anicet, é uma postagem feita por Machado no início de maio, logo após Arthur romper contrato de representação. Advogados do volante entraram com uma notícia-crime.
À época, Jorge Machado disse ao UOL Esporte que a postagem havia sido feita por um hacker.
"Eu não sei o que aconteceu nesse post. Fui hackeado e já estou em contato para resolverem. Não escreveria isso. Tive uns problemas na minha conta e já estou solucionando", afirmou.
Com a alegação do agente, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul pediu autorização judicial para ter acesso ao IP (internet protocol - número que identifica dispositivo em uma rede) da mensagem e conseguiu. Com isso, o inquérito comprovou que o texto foi publicado a partir de um dispositivo (celular ou rede de internet) que pertence ao empresário.
Entregue à Justiça, o inquérito aguardará queixa-crime da vítima para se tornar processo. A partir daí, as partes serão chamadas para audiências onde pode ocorrer acordo. Jorge Machado também tem a possibilidade de realizar transação penal.
Procurado pela reportagem em virtude da conclusão do inquérito, o empresário afirmou que irá repassar o caso ao advogado da empresa de representação de atletas e preferiu não se manifestar sobre o episódio.
Arthur chegou ao Grêmio em 2011 e deixou o clube na metade do ano passado. O Barcelona pagou 32 milhões de euros pelo volante e 75% da quantia ficou nos cofres do time gaúcho.
A coluna De Primeira mostrou que Arthur pagou quase R$ 1 milhão para romper a procuração com Jorge Machado, em documento que tinha validade até junho de 2020.