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Emissoras comemoram "Paranaense do Rádio" sem dupla Atletiba na TV

O velho rádio, agora com a internet: solução para torcedores da dupla Atletiba Imagem: Reprodução/Carrocultura

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL, em São Paulo

31/03/2017 15h33

As duas maiores torcidas paranaenses voltaram alguns anos no tempo no Estadual deste ano. Acostumadas a assistirem os jogos de Atlético e Coritiba na TV, com o desacerto da dupla com a RPCTV/Globo, restou o velho companheiro rádio para sentir a paixão mais perto. Se a TV precisou preencher a grade com jogos alternativos, como Toledo x Cascavel, o rádio, especialmente em Curitiba, celebrou.

“Aumentou bastante a audiência, por que sem a televisão a única forma de acompanhar é pelo rádio”, conta o diretor-geral da Rádio Transamérica Curitiba, Rogério Afonso. Ele estima um aumento de 30% na audiência do rádio, a ser confirmado pelo IBOPE nos próximo dias. No dial da cidade, cinco rádios fazem transmissões de futebol: Transamérica (FM), Banda B (AM), CBN (AM), Iguassu (AM) e Bandnews (FM). As duas primeiras disputam a liderança da audiência, enquanto que CBN e Iguassu não transmitem todas as partidas dos clubes – só as realizadas em Curitiba. Já a Bandnews segue a transmissão da rede, privilegiando o Campeonato Paulista. Há ainda as rádios dos próprios clubes pela web: Rádio Coritiba e Rádio CAP (do Atlético).

A Internet é o novo eldorado das rádios. Na Rádio Banda B, a comemoração é pelo impacto no crossmedia – ou convergência de mídias. “Quando analisamos esse conjunto o crescimento foi absurdo. Por exemplo, tivemos jogos como Paraná x Atlético com mais de 43.000 visualizações só em nossa transmissão no Facebook”, conta Michel Micheleto, diretor da emissora. No Brasil, o direito de Arena é dividido entre os clubes. Assim, mesmo com o Paraná sendo um clube com contrato com a TV, o fato do Atlético não ter assinado o contrato proíbe a transmissão dos jogos.

Mas nem tudo são flores. Os gastos também aumentaram. As duas principais emissoras passaram a enviar equipes completas para as partidas, uma vez que a prática do Off-Tube – ou Tubo, quando o narrador assiste o jogo pela TV e narra como se estivesse no estádio – ficou suspensa. “A gente tem viajado para todos os jogos com equipe completa. Esse jogo de agora, entre Cascavel e Coritiba; o pessoal viaja no sábado e volta na segunda. Aí você tem um gasto muito maior”, conta Afonso.

O narrador Jacir de Oliveira, da Transamérica, foi um dos que voltaram a meter o pé na estrada – para alegria dele mesmo. “Agora, in loco, é um outro tipo de narração. Você se sente mais envolvido. Claro, tem dificuldades para fazer o trabalho, como estádios com estruturas ruins. Mas sinto que o torcedor, principalmente das cidades menores, parece gostar de ter emissoras "importantes" cobrindo o seu time. As rádios da capital presentes no local do jogo são, digamos, um atrativo”, conta, para depois dizer que a cobrança aumentou: “Obrigados a terem somente o rádio, fazem uma abordagem mais crítica, exigindo mais do narrador.”

Sem a dupla Atletiba, a o sistema Globosat tirou do ar também o pacote PPV do Estadual, mas os jogos de Paraná Clube e Londrina na Primeira Liga tiveram transmissão pelo canal Premiere. A TV também aproveitou para fazer uma experiência: o SporTV transmitiu apenas na web, em sua página, o jogo entre Foz x Londrina (0 a 1), mas não repercutiu os índices. O UOL Esporte teve acesso aos números do IBOPE em dois jogos na TV aberta, onde Paraná e Londrina foram prioridade. O jogo PSTC 0 x 1 Paraná teve média de audiência de 13,8 pontos, um pouco abaixo da média mensal da RPC em fevereiro, 16 pontos. Já Toledo 2x1 Londrina atingiu 11,7 pontos em Curitiba. 

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