Novo passo da OAS na Justiça pode ajudar Grêmio a definir compra da Arena
Marinho Saldanha
Do UOL, em Porto Alegre
28/01/2016 17h56
Um próximo passo para consolidação da compra da gestão da Arena pelo Grêmio pode ter sido dado nesta quinta-feira (28). A OAS teve homologada sua recuperação judicial, segundo assessoria de imprensa da construtora. Na prática, isso autoriza a movimentação de compra e venda de ativos do grupo, entre eles o direito de superfície da Arena do Grêmio.
O juiz Daniel Carnio Costa, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo, homologou na quarta-feira o plano de recuperação judicial da OAS, aprovado pelos credores do grupo em dezembro passado.
No plano de ações da empresa consta a venda de ativos seja por leilão ou acordos previamente firmados. Entre eles, o acerto para venda da gestão da Arena do Grêmio, encerrando a parceria que iniciou-se na construção do estádio e teria duração de 20 anos.
De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, a dívida da OAS bate em R$ 8 bilhões e tem prazo de pagamento através da recuperação de 25 anos.
O Grêmio, com isso, pode ter agilizado o acordo já firmado para compra da totalidade do estádio. No início deste ano, o presidente Romildo Bolzan Júnior mantinha o discurso passado, evitando prazos para definir o acerto. Segundo ele, quem precisava dar os próximos passos seria a empresa, resolvendo suas pendências com a Justiça.
"A negociação estacionou, mas o Grêmio está atento a tudo que envolve este tema. É uma operação que custará ao clube, mas é a única forma de gerar receita nova para os cofres do clube. Atualmente, pagamos para jogar lá. Pagamos R$ 1,5 milhão", afirmou o mandatário.
O clube chegou a planejar oficializar a compra da gestão da Arena nos festejos de aniversário em setembro de 2015. Porém, um recuo no negócio evitou que os contratos fossem assinados imediatamente.
A Justiça homologando a recuperação judicial da empresa pode, finalmente, acelerar o processo tratado como um dos principais pilares para saúde financeira do Grêmio.
No negócio de compra da gestão da Arena, o Grêmio pagará R$ 2 milhões por mês durante seis anos para a construtora. O valor, após este período, cai gradativamente e acaba em 20 anos.
O clube, ainda, entregará o estádio Olímpico e assumirá o restante da dívida da OAS com os bancos que fizeram financiamento para construção do estádio. Por outro lado, terá autonomia para negociar salas, patrocínios e passará a receber a renda dos jogos em casa, algo que não acontece hoje em dia.