Grêmio fecha com advogado do Flamengo para julgamento sobre racismo
Jeremias Wernek e Vinicius Castro
Do UOL, em Porto Alegre e Rio de Janeiro
02/09/2014 18h31
O Grêmio será defendido por Michel Assef Filho nesta quarta-feira, no STJD, em julgamento pelos atos de racismo e injúria racial contra o goleiro Aranha, do Santos. O advogado que atua no quadro jurídico do Flamengo há anos foi contratado especialmente para o caso e reforçará o corpo de juristas que tentará livrar o clube gaúcho de um gancho pesado.
Assef Filho passará boa parte da noite desta terça-feira fechando detalhes da estratégia de defesa ao lado dos advogados do Grêmio. Boa parte da comitiva do clube gaúcho já embarcou para o Rio de Janeiro e se prepara para o julgamento. O acerto com ele estava encaminhado, mas foi selado oficialmente apenas nesta terça-feira.
Segundo o advogado, não existe nenhum tipo de conflito no fato dele atuar no Flamengo e representar o Grêmio no caso envolvendo o goleiro Aranha.
“O meu trabalho no Flamengo é voluntário, é feito por amor. Mas todos os clubes podem me contratar. Avalio e decido se aceito ou não o trabalho. Acredito na causa do Grêmio. Por isso vou levar para a tribuna este caso”, explicou Michel Assef Filho.
Além dos argumentos da defesa, o Grêmio aposta na presença de Fábio Koff na sessão. A figura política do presidente de 83 anos é mais uma peça na estratégia do tricolor, denunciado no artigo 243-G do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva). O artigo prevê perda de pontos, mando de campo ou até mesmo exclusão do clube da competição em questão.
Um dos casos mais recentes de atuação de Michel Assef Filho foi o do volante Luiz Antônio e seu suposto elo com uma milícia - grupo de extermínio composto por agentes de segurança que controla, através de força e armas, serviços básicos em comunidades carentes - que atua na zona oeste do Rio de Janeiro.