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Com fama de "chato", COF aprova gestão mão-fechada de Nobre no Palmeiras

Presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, usa guarda-chuva para fugir da água Imagem: Almeida Rocha/Folhapress

Mauricio Duarte e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

14/08/2013 13h00

Mesmo órgão que tratou de ser inflexível em relação aos gastos do Palmeiras no final da gestão de Arnaldo Tirone, o COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) está satisfeito com o econômico Paulo Nobre à frente clube. Para Alberto Strufaldi, presidente do COF, o cartola tem o mérito de não cometer excessos com o caixa alviverde e de manter sob controle uma dívida de, segundo Strufaldi, R$ 150 milhões. A assessoria de imprensa do Palmeiras não confirma o valor apontado pelo conselheiro.

“Desde o início da gestão, o presidente Paulo Nobre mostrou boa vontade, o time B de futebol foi extinto e o futsal profissional também. Ele está se dedicando ao máximo, é uma situação difícil resolver as dívidas”, disse Strufaldi.

No final do mandato de Arnaldo Tirone, no início deste ano, o COF foi o responsável pelo controle de gastos do dirigente com o clube. Com esse poder, o grupo formado por 15 conselheiros fez jogo duro e não aprovou nenhuma proposta levada por Tirone em 2013. Dois exemplos foram a renovação contratual de Marcos Assunção e a contratação de Riquelme, ambos vetados pelos conselheiros.

O COF adquiriu a responsabilidade de controlar os gastos do clube com o consentimento do próprio Tirone no fim do ano passado. Dirigentes do clube chegaram a culpar o fato pela falta de reforços para 2013, quando o órgão passou a vetar os pedidos do ex-presidente.

Com o poder de veto, o órgão engessou qualquer atitude mais drástica de Tirone e ficou conhecido entre seus partidários como intransigentes, no sentido de buscar a responsabilidade fiscal dentro do clube alviverde. Por isso, hoje eles comemoram o fato de a dívida não ter aumentado durante a nova gestão. Dívida essa que é composta de “encargos tributários e trabalhistas, além de utensílios”, segundo Strufaldi.

O veto foi estabelecido após o órgão considerar que vários pedidos feitos a Tirone não haviam sido atendidos e que a saúde financeira do clube estava sendo prejudicada. Atualmente, Paulo Nobre não precisa pedir aval para fazer contratações como seu antecessor, por exemplo, mas precisa se reportar ao COF em uma reunião mensal.

Desde que saiu vitorioso das eleições presidenciais, Nobre estava ciente de que teria que apertar o cinto para não sofrer com a rígida regulamentação do COF. "Assumimos no ano de 2013 com 75% das verbas adiantadas, ou seja, no final de abril acabou o dinheiro. Agora, nós estamos dando nó em pingo d’água para não deixar a roda parar de girar”, resumiu em entrevista ao programa Esporte em Debate, da Rádio Bandeirantes.

Com a nova configuração do COF, inclusive, Mustafá Contursi voltou a ter poder no Palmeiras. O ex-presidente do clube foi colocado como membro de um grupo criado para regulamentar a gestão de Paulo Nobre. A função é inédita no clube, e foi avalizada por Nobre.

Mustafá deu apoio ao atual mandatário no período eleitoral. A decisão foi tomada em uma votação em abril. O grupo regulamentador conta também com Maurício Precivalle e Genaro Marino, dois vices de Nobre. O grupo de Mustafá tem acesso à previsão orçamentária de Nobre e trabalha em conjunto com o presidente. Contratações que excedem gastos programados precisam ser avalizadas.

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