Topo

Rafael Reis

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Por que Cristiano Ronaldo pode voltar ao futebol europeu já no 2º semestre?

Cristiano Ronaldo é o novo camisa 7 do Al-Nassr e embaixador da Arábia Saudita - Reprodução/Twitter
Cristiano Ronaldo é o novo camisa 7 do Al-Nassr e embaixador da Arábia Saudita Imagem: Reprodução/Twitter

04/01/2023 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Anunciado na última sexta-feira como reforço do Al-Nassr, Cristiano Ronaldo assinou contrato por duas temporadas e meia com o clube saudita. No entanto, é bem possível que o camisa 7 mais famoso da atualidade já retorne ao futebol europeu no segundo semestre deste ano.

É que, de acordo com o jornal espanhol "Marca", o acordo selado entre o astro português e a equipe do Oriente Médio prevê sua integração automática, por empréstimo, ao elenco do Newcastle caso ele dispute a Liga dos Campeões da Europa.

E, neste momento, os Magpies estão dentro da zona de classificação para a Champions. O time dirigido por Eddie Howe ocupa a terceira colocação na Premier League e está descolando uma das quatro vagas reservadas à Inglaterra na próxima edição do torneio de futebol mais importante do planeta (Arsenal, Manchester City e Manchester United seriam os outros qualificados).

A existência dessa cláusula escancara que o novo patrão de CR7 não é bem o Al-Nassr, mas sim o governo da Arábia Saudita.

Apesar de não ter um proprietário específico, o clube que contratou o artilheiro português é administrado desde a década de 1960 por um conselho ligado à família real do país. Seu atual presidente, Musalli Al-Muammar, é o ex-comandante da liga que administra o Campeonato Saudita e também trabalha para um órgão que regula a indústria do entretenimento no país.

Ou seja, na prática, ele é subordinado a Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro do trono da Arábia Saudita, que é dono de uma fortuna incalculável (ninguém sabe ao certo quanto petróleo tem no solo das suas terras (a nação inteira)) e tem o Newcastle como sua propriedade.

É por conta dessas conexões que o acordo assinado por Ronaldo prevê dois anos e meio de atuação em campo pelo Al-Nassr (com essa possibilidade de empréstimo ao Newcastle) e posteriormente mais cinco anos na função de embaixador do país, que pretende sediar a Copa do Mundo-2030.

Graças a esse acúmulo de funções, CR7 será, com muita folga, o jogador de futebol mais bem remunerado do planeta.

O contrato do veterano de 37 anos prevê o recebimento de algo em torno de 200 milhões de euros (R$ 1,1 bilhão) por temporada, mais que o triplo do salário recebido pelo francês Kylian Mbappé, o antigo número um do ranking, no Paris Saint-Germain.

Antes de acertar a transferência para o clube saudita, o camisa 7 estava desempregado. Ele teve o contrato rescindido pelo Manchester United durante a Copa do Mundo do Qatar-2022 após uma polêmica entrevista em que atacou a diretoria inglesa e também o técnico holandês Erik ten Hag.

A expectativa da diretoria do Al-Nassr é que Cristiano Ronaldo estreie pelo novo clube "o quanto antes".

Mesmo sem praticamente ter treinado ao lado dos novos companheiros, o português pode ir a campo pela primeira vez já amanhã, contra o Al-Taee. Caso isso não aconteça, sua estreia deve ficar para o dia 14 de janeiro, frente ao Al-Shabab.

A equipe agora liderada em campo pelo astro português é a segunda maior campeã da história da primeira divisão da Arábia Saudita (nove títulos, contra 18 do Al-Hilal) e conquistou o troféu pela última vez em 2018/19.

Nesta temporada, embalado pela ótima fase do brasileiro Anderson Talica (ex-Bahia, Benfica e Besiktas), autor de nove gols e número um no ranking de artilheiros, o Al-Nassr lidera a competição, com 26 pontos, um a mais que o Al-Shabab e dois de vantagem para o Al-Ittihad, segundo e terceiro colocados, respectivamente.