Grêmio teme ser 'bode expiatório' no STJD: "O clube certo para sofrer isso"
Marinho Saldanha
Do UOL, em Porto Alegre
29/08/2014 21h37
O Grêmio teme ser 'bode expiatório' no julgamento do caso de racismo ocorrido na última quinta-feira em jogo contra o Santos. Pelo histórico de denúncias no STJD e as repetidas punições recebidas, o clube não acredita em exclusão da Copa do Brasil, mas está ciente que a punição terá influência pela repercussão do caso.
"Somos o clube certo para sofrer isso. O Grêmio não é um clube bem quisto no Tribunal. O Grêmio sempre é denunciado, sempre é julgado, sempre é sublinhado. Vemos tanta coisa, tantos clubes que sequer são punidos. Mas com o Grêmio é diferente. Sempre ocorre este tipo de coisa", afirmou o advogado gremista Gabriel Vieira, ao UOL Esporte.
Na noite desta sexta, o presidente do STJD atendeu pedido da procuradoria e suspendeu o jogo de volta entre Santos e Grêmio, marcado para a próxima quarta-feira, até que todas as instâncias de julgamento do caso de racismo contra o goleiro Aranha, ocorrido na última quinta, ocorram. O prazo é de 15 a 20 dias, sendo que o primeiro julgamento já pode ocorrer na próxima quarta.
O prazo é tido como normal pelo Grêmio. A alegação da procuradoria ao solicitar a suspensão do jogo, aceita pelo presidente, foi que a pena aplicada poderia ser atenuada por uma eventual eliminação do time gaúcho dentro de campo. No jogo de ida o Santos venceu por 2 a 0.
"Vamos trabalhar forte nesta semana para construir a defesa do Grêmio. É importante dizer que o clube tem feito de tudo, trabalhado duro, para coibir e também com medidas preventivas neste tipo de caso", afirmou Gabriel.
O clube gaúcho não acredita na possibilidade de exclusão do campeonato. Porém, tal possibilidade está prevista em regulamento. Por outro lado, o Grêmio está ciente que pode perder mandos de campo e levar uma multa. De acordo com o CBJD, a punição vai de 5 a 10 jogos atuando longe de casa ou ainda com portões fechados.
"O Grêmio pode ser penalizado. Mas não acredito em medidas extremas. Exclusão é algo muito forte, algo que não se tem feito hoje em dia. Medidas extremas são para casos extremos. No caso, foram alguns torcedores já identificados e punidos", concluiu.
Com a suspensão do jogo de volta entre Santos e Grêmio, a Copa do Brasil terá uma chave atrasada. A CBF ainda não se manifestou sobre como irá adaptar as rodadas até que os julgamentos em primeira e segunda instâncias ocorram.