Opinião

O UFC Rio parece óbvio: Poatan tem tudo para liderar evento no Brasil

Nunca foi tão fácil projetar o futuro de Alex Poatan no UFC. O brasileiro, atual campeão dos meio-pesados (93 kg), apresenta todos os argumentos necessários para pleitear sua vaga na luta principal do card no Rio de Janeiro, no dia 4 de maio. E, de fato, até mesmo o nome do rival parece evidente.

Tudo começa com a lei da oferta e demanda. Como o card de maio no Rio será uma edição numerada, é de se esperar que ela inclua uma disputa de cinturão para liderar o show. Além disso, a estrela principal do evento deve ser capaz de garantir bons índices de venda de ingressos e, claro, de pay-per-view (pacotes de televisão nos EUA). Atualmente, apenas dois atletas brasileiros têm números capazes de atingir o "padrão UFC": Charles do Bronx e Alex Poatan.

O peso-leve, curiosamente, já foi confirmado para o evento de abril nos EUA. Portanto, Poatan é o atleta mais capaz de liderar o show e, além disso, é o atual campeão - é dele o poder de negociar a vinda do desafiante ao país. Afinal, ele é o dono do título. Além disso, as opções de rivais são claras e limitadas.

Jamahal Hill, ex-campeão, seria a escolha mais óbvia. No entanto, após se lesionar no ano passado, o que o fez abdicar do título, o atleta americano não parece recuperado o suficiente para enfrentar Poatan em maio, e tampouco ostenta a forma física ideal para alguém que disputaria o cinturão em apenas quatro meses. Por isso, o nome de Magomed Ankalaev surge como opção mais do que perfeita.

Neste sábado, o russo nocauteou Johnny Walker em Las Vegas e ampliou sua sequência invicta para 12 combates - dez vitórias, um empate e um No Contest (sem vencedor oficial). Ao final do combate, ele desafiou Poatan e deixou clara sua vontade de disputar o título a qualquer momento e em qualquer lugar. O cenário é tão perfeito que tenho medo de ter me convencido a ponto de não ser capaz de ver outra solução para o UFC Rio.

Com o cinturão em jogo e o poder de venda garantido, o evento teria vagas que seriam disputadas nos bastidores por diversos atletas que sonham em lutar em casa, e candidatos não faltam. Tanto que entre eles também está Alexandre Pantoja. Campeão dos pesos-moscas (57 kg), o brasileiro ainda não goza de tamanha popularidade entre o grande público. Por isso, fazer a co-luta principal em casa, em um card recheado de brasileiros, seria perfeito para seu plano de se popularizar no país. Está tudo tão bem desenhado. Só falta o Dana White concordar...

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