Lakers repetem passado com problemas em 'supertime' e crise de relacionamento no elenco
Do UOL, em São Paulo
15/02/2013 12h00
Favorito absoluto antes do início da fase regular da NBA, o Los Angeles Lakers chega à metade da temporada em uma crise que reúne estrelas veteranas, problemas de relacionamento, desempenho irregular e críticas públicas ao treinador. A situação, vivida atualmente, não é inédita na história da franquia. Envolvido em um turbilhão negativo, o time da Califórnia repete o passado e vê novamente um 'supertime' se complicar por erros dentro e fora de quadra.
Para brigar pelo título após dois anos de decepções, os Lakers fizeram as contratações mais badalas da pré-temporada ao adicionarem Dwight Howard e Steve Nash a um elenco que já contava com All-Stars como Kobe Bryant, Pau Gasol e Metta World Peace (ex-Ron Artest). Situação similar à vivida em 2003, quando trouxeram os consagrados Karl Malone e Gary Payton para se juntarem a Kobe e Shaquille O’Neal, tricampeões da NBA entre 2000 e 2002.
Controlar o ego dos astros e encontrar uma maneira de fazê-los jogar como uma equipe foi o grande desafio das duas gerações. Em 2003-04, a crise de relacionamento entre Kobe e Shaq chegou ao auge, com troca pública de farpas. Payton reclamou das limitações do sistema de triângulos, o time sofreu com lesões e o técnico Phil Jackson perdeu o controle do grupo.
“Kobe pode ser consumido por um ódio surpreendente, que tem exibido comigo e seus colegas”, escreveu o técnico Phil Jackson em seu livro The Last Season: A Team In Search of Its Soul (A última temporada: um time à procura de sua alma). O treinador ainda relata um ultimato dado ao gerente geral Mitch Kupchak: “não treinarei este time no próximo ano se [Kobe] estiver aqui. Ele não me escuta mais”.
A crise de relacionamento dentro do elenco parece se repetir em 2013. Agora veterano, Kobe mostra-se impaciente com os resultados ruins e vem soltando o verbo pela imprensa. Howard, Gasol e o técnico Mike D’Antoni já foram alvos do camisa 24. Irritado com a reserva, os espanhol também não tem economizado nas críticas ao treinador.
“Nunca me considerei um reserva e acredito que, na realidade, não sou", reclamou Gasol. "Ele me disse [D’Antoni] que se deu conta que sou mais efetivo nas posições interiores. Desculpe, mas é algo que não é nenhum mistério".
Até mesmo as lesões em série aproximam as duas gerações dos Lakers. No passado, Malone, Kobe e Shaq ficaram afastados por causa de problemas físicos. No time atual, Nash perdeu boa parte da fase regular devido a uma fratura na perna, Howard foi duas vezes afastado por contusão no ombro e Gasol está fora por tempo indeterminado por causa de uma fascite plantar.
A principal diferença entre os dois ‘supertimes’ dos Lakers nos anos 2000 está nos resultados obtidos pelas duas equipes. Mesmo com todos os problemas extra-quadra, a franquia se classificou com facilidade para os playoffs em 2004 e chegou à final, quando foi derrotada pelo Detroit Pistons. Já na temporada atual, o time alterna altos e baixos, perdeu oito dos nove jogos que disputou contra os líderes do Oeste e aparece na 10ª colocação, ameaçado de sequer se classificar ao mata-mata.
A somatória de problemas e os resultados irregulares fizeram com que um dos maiores nomes da história dos Lakers reclamasse publicamente do atual elenco. Magic Johnson utilizou sua conta no Twitter para detonar as trocas de farpas entre integrantes da equipe e pediu maior entrega a jogadores e comissão técnica.
"A responsabilidade é dos jogadores dos Lakers. Kobe vem fazendo uma temporada digna de MVP, mas o time precisa dele como um líder melhor. Dwight Howard tem que parar de reclamar e começar a dominar o ataque. Pau Gasol tem que parar de aliviar e voltar a fazer os seus 18 pontos e 10 rebotes por jogo. Acima de tudo, os jogadores do Lakers precisam começar a se divertir em quadra”, escreveu Magic.