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Brasileiro cria CTs no Quênia para manter tradição de bicho-papão das corridas de rua

Moacir Marconi, o Coquinho, com um de seus atletas quenianos: trabalho desde 1996 Imagem: Divulgação/Fila

Bruno Doro

Do UOL, em São Paulo

02/04/2012 06h00

Brasileiro, Moacir Marconi vibra sempre que um queniano vence uma corrida de rua no país. E não é por falta de patriotismo. Coquinho, como é chamado, é um ex-atleta que virou empresário e hoje sua principal área de atuação é cuidar da carreira de corredores quenianos. O sucesso na carreira é tão grande que ele já comprou dois terrenos no Quênia para montar CTs.

“Algumas pessoas olham esse trabalho que eu faço com preconceito. Afinal, o nível dos quenianos é alto e, quando eles entram em uma prova, correm para ganhar. Acham que estou tirando a vitória de um brasileiro. Mas sei que muita gente vê isso de outra maneira, olha para os africanos como rivais que estão competindo para melhorar o nível do atletismo brasileiro. E tenho certeza que é exatamente isso que estão fazendo”, diz Coquinho.

O intercâmbio com os corredores africanos começou em 1996, quando sua carreira de corredor estava terminando. Morando na Itália, ele conheceu um empresário de maratonistas africanos. Fez o meio-campo para trazer um atleta para o Brasil. A coisa deu certo e, em 2002, ele montou um centro de treinamentos em Nova Santa Bárbara, no Paraná.

 

A casa recebe quenianos para períodos de treinamentos. Eles ficam por lá entre três e quatro meses. No período, disputam – e vencem a maioria – provas pelo país. Para aumentar o intercâmbio com os quenianos, Coquinho já comprou dois terrenos em Iten, cidade de 4000 habitantes no interior do Quênia. Ele já tinha casas no local, para abrigar seus atletas. “O objetivo é criar a mesma estrutura para treinamento que temos no Paraná”, explica.

Com o CT na África, Coquinho pretende aumentar o número de atletas com que trabalha. Atualmente, é ligado a cerca de 40 atletas. “No Quênia, todo mundo é corredor. E vir para o Brasil é um bom negócio, já que paga bem para os corredores. Acredito que isso é bom para eles, que ganham dinheiro, e para os brasileiros, que ganham concorrência de alto nível”.

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