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Mulher xinga Bolsonaro de corrupto ao ser retirada de motociata; assista

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

15/07/2022 11h52

Uma mulher foi afastada do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante motociata realizada na manhã de hoje com apoiadores em Juiz de Fora (MG). Um vídeo mostra que a manifestante, que pediu para não ter o nome revelado, chama o mandatário de "corrupto" enquanto é contida por homens no local. Ao UOL, ela afirmou que sua manifestação foi pacífica e que repudia atos de violência política.

"O presidente estava próximo ao prédio onde moro, e eu não tive nenhum tipo de dificuldade para chegar perto dele. Quando estávamos bem próximos, com os braços para baixo, eu gritei e o chamei de corrupto. Ele me empurrou para tentar se afastar de mim e, em seguida, dois homens me conduziram por alguns metros para fora do local onde a manifestação estava acontecendo. Então, eu caminhei sozinha até a entrada da minha casa. Meu protesto foi contra Jair Bolsonaro, e não em apoio a qualquer outro político", disse ela.

Questionado pelo UOL sobre a motivação da retirada da mulher da manifestação, o Palácio do Planalto não se manifestou. O ato ocorreu durante a primeira visita de Bolsonaro à cidade, em que ele foi alvo de um atentado a faca, durante a campanha presidencial de 2018. Com segurança reforçada durante a passagem, o pré-candidato à reeleição visita o Hospital Santa Casa de Misericórdia, onde recebeu atendimento de emergência logo depois de sofrer o ataque há quatro anos.

Diferentemente de motociatas anteriores, todos os adeptos do ato realizado hoje em Juiz de Fora foram revistados e passaram por detecção de metais. Fontes da segurança presidencial confirmaram que houve reforço das medidas de segurança. Os apoiadores que aguardavam o presidente no aeroporto da cidade também foram submetidos a revistas e passagem por detector de metais.

Visita em meio a polêmicas: morte no Paraná e transfobia

Além da motociata e visita ao Hospital Santa Casa de Misericórdia, Bolsonaro participa de um culto evangélico por ocasião da 43ª Convenção Estadual das Assembleias de Deus. Ele deve retornar para Brasília ainda hoje, conforme previsto na agenda oficial.

A viagem ocorre num momento em que o presidente vê seu nome associado a crimes por parte de apoiadores contra adversários políticos. Hoje, a Polícia Civil do Paraná indiciou o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e por causar perigo a outras pessoas, mas descartou a motivação política do crime. Ele matou o guarda municipal Marcelo Arruda. Filiado ao PT, ele foi assassinado a tiros por Guaranho enquanto comemorava o aniversário de 50 anos na noite de sábado (9).

Ontem (14), em Imperatriz (MA), Bolsonaro afirmou que ele e seus apoiadores querem que "o Joãozinho seja Joãozinho a vida toda". Hoje, durante viagem a Juiz de Fora (MG), o pré-candidato à reeleição disse entender que a sociedade estaria "cedendo às minorias" e reclamou: "As minorias têm que se adequar".

A declaração de hoje ocorreu em um culto evangélico da igreja Assembleia de Deus em Juiz de Fora —cidade que foi palco do atentado a faca sofrido pelo então candidato a presidente na corrida eleitoral de 2018.

Cercado por pastores, fiéis e apoiadores do governo, Bolsonaro se mostrou confortável para discursar por mais de uma hora, aparentemente sem um roteiro predefinido. O governante abordou diversos temas, entre os quais economia, pandemia da covid-19, críticas ao adversário na eleição —o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)— e considerações sobre a retorno da esquerda ao poder nos países sul-americanos.

Bolsonaro buscou dar ênfase à chamada pauta de costumes, permeada por assuntos que interessam diretamente aos evangélicos, como o direito ao abordo, a possível descriminalização das drogas, entre outros.

Em um dos trechos do discurso, o pré-candidato à reeleição usou como gancho o posicionamento da cantora Anitta —que tem feito críticas ao chefe do Executivo federal e declarou voto em Lula.

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