Aníbal diz que Doria deveria desistir de candidatura; PSDB-SP rebate
Colaboração para o UOL
23/02/2022 12h03Atualizada em 23/02/2022 16h13
O ex-presidente do PSDB José Aníbal disse, em entrevista à revista Veja publicada hoje, que o governador de São Paulo, João Doria, não tem credibilidade e deveria desistir da pré-candidatura à Presidência.
"Se tivesse um átomo de sensatez, Doria abriria mão da candidatura, de tão grande a rejeição e de tão pequena a intenção de voto. Ele não inspira confiança e não tem credibilidade", disse o suplente do senador José Serra (PSDB).
Pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte) em parceria com o Instituto MDA divulgada esta semana aponta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua na liderança para a disputa eleitoral deste ano para a Presidência. Ele aparece com 42,2% das intenções de voto. Doria fica atrás de Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (Podemos), com apenas 1,8%.
Aníbal diz que, caso a candidatura de Doria não avance e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, migre para o PSD, uma opção seria a federação com o Cidadania. "O Cidadania tem o pré-candidato deles, o Alessandro Vieira, senador em Sergipe. Se a candidatura do Alessandro se mostrar mais viável, ainda existe a chance de o PSDB não ser cabeça de chapa."
O Diretório Nacional do Cidadania decidiu no último dia 19 que seguirá para a eleição nacional de 2022 junto com o PSDB. Os presidentes dos dois partidos, Roberto Freire e o tucano Bruno Araújo, vinham costurando o acordo em torno do nome do governador paulista João Doria como candidato à Presidência da República.
PSDB-SP rebate Aníbal
Em nota enviada ao UOL, o presidente do PSDB de São Paulo, Marco Vinholi, rebateu as críticas de Aníbal. Ele definiu a opinião do ex-presidente tucano como "problema pessoal". Depois, o líder tucano também se manifestou nas redes sociais.
"Respeito a história política do Senador José Aníbal, mas é lamentável que ele se deixe levar por seus problemas pessoais com o governador João Doria, de quem perdeu as últimas três disputas internas em 2016, 2018 e 2021. Sua opinião, longe de representar a vontade do PSDB, expressa de maneira inequívoca nas prévias tucanas, reflete mais uma questão local, um problema pessoal a ser superado."
O UOL tenta contato com a assessoria de imprensa de Doria. Caso haja resposta, o texto será atualizado.
Doria admite desistir de candidatura
Pré-candidato ao Palácio do Planalto, o governador João Doria defendeu, ontem, a manutenção das candidaturas da chamada terceira via, mas admitiu publicamente que "lá adiante" pode abrir mão em prol de outro nome.
"Não vou colocar o meu projeto pessoal à frente daquilo que sempre foi a índole. Se chegar lá adiante e, lá adiante, eu tiver de oferecer o meu apoio para que o Brasil não tenha mais essa triste dicotomia do pesadelo de ter Lula e Bolsonaro, eu estarei ao lado daquele ou de quantos forem os que serão capacitados para oferecer uma condição melhor para o Brasil", afirmou o governador diante de uma plateia de empresários e investidores no CEO Conference 2022, evento organizado pelo banco BTG Pactual.
Ao falar no mesmo evento antes de Doria, Moro foi no caminho oposto e deixou claro que não abre mão da disputa. "Não faz sentido abdicar da pré-candidatura se ela tem o maior potencial para vencer extremos", completou.