O biólogo e ambientalista Everton Miranda é do Rio de Janeiro, mas se mudou para a Alta Floresta, em Mato Grosso, e não pretende voltar. Desde 2015, coordena um programa de turismo e de resgate de harpias, maior ave de rapina brasileira, em Alta Floresta e em Sinop (MT).
A harpia é carnívora e está no topo da cadeia alimentar, é a maior águia do mundo e se alimenta de preguiças e macacos. Everton paga a moradores que acham ninho ou ave. Assim, criou uma rota de turismo de observação. O dinheiro vai para um abrigo. Quando chegou na Amazônia mato-grossense, imaginou que projetos de conservação seriam difíceis de serem colocados em prática na região.
Não à toa, os estados do Centro-Oeste costumam ser lembrados como pólo do agronegócio. Já a Amazônia seria, no imaginário popular, um lugar só com rios, indígenas, uma natureza imperativa e desigualdades. Em Mato Grosso, encontrou uma mistura das duas realidades, - e mais um pouco.
"Aqui tem cinema, shoppings, e uma urbanização muito avançada e rica junto com áreas de conservação", diz Everton. Segundo ele, é possível encontrar árvores com diâmetros imensos em meio às ruas, nas áreas de conservação.