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Vacilos sobre duas rodas: 5 erros na moto que vão deixar você a pé

Imagem: Adenir Britto / Divulgação

Arthur Caldeira

Colaboração para o UOL

01/12/2023 04h00

Nada pior do que sair para ir ao trabalho e a moto deixar você na mão, parado no meio da rua ou da estrada. Muitas vezes esta situação é causada por descuidos ou a falta de atenção com a manutenção, que podem ser facilmente prevenidos.

Conversamos com alguns mecânicos e especialistas para saber o quais descuidos mais comuns fazem a sua moto deixar você a pé; confira.

1 - Bateria arriada

Imagem: Divulgação

"O principal problema que deixa os motociclistas na mão é a bateria", responde o experiente mecânico Alexandre Sauro.

Segundo ele, a maioria dos clientes que chegam com a moto no guincho em sua oficina Iron Machine Motorcycles, localizada na zona sul da capital paulista, está sem carga na bateria.

Não se atentar ao prazo de validade e à carga da bateria é um descuido que deixa muita gente na mão. Para evitar esse tipo de problema, o ideal, segundo o mecânico, é não deixar a moto muito parada e fazer manutenções periódicas.

Em geral, uma bateria original dura entre três e quatro anos, se a moto for usada constantemente. Contudo, quem deixa a moto parada por muito tempo na garagem pode se deparar com uma bateria descarregada, que não consegue nem dar partida na moto.

A instalação de acessórios - como alarmes, farol auxiliar ou sistema de som - também pode comprometer a durabilidade e a carga da bateria. Ou seja, antes de instalar, consulte o manual do proprietário ou um mecânico para se certificar que a bateria da sua moto tem capacidade para receber tais acessórios.

A bateria supre toda demanda de energia da moto. Por essa razão, é sempre importante fazer a manutenção preventiva. O objetivo é detectar algum problema elétrico previamente.

"Por isso, fazer manutenções na moto periodicamente, pode auxiliar para que a bateria funcione corretamente por mais tempo", ensina o coordenador de assistência técnica das baterias Heliar, Adelmo Leite.

2 - Falta de óleo

Imagem: Reprodução

Pode parecer mentira, mas muitos motociclistas descuidam de um item fundamental para o bom funcionamento do motor da moto: o óleo lubrificante.

"O dono dessa scooter rodou 20 mil quilômetros sem verificar o nível ou trocar o óleo. Resultado: o motor travou. O orçamento para o conserto foi de R$ 4.000, ou seja, economizou R$ 70 de um litro de óleo e agora vai gastar muito mais", conta Alexandre, enquanto desmonta a parte de cima do motor de uma Yamaha NMax 160, para trocar o pistão e outras peças internas do motor.

Mas quando deve-se trocar o óleo? Essa informação pode ser encontrada no Manual do Proprietário, pois varia de acordo com o modelo da moto e o tipo de óleo utilizado. Em geral, as motos de 150 cm³ e 160 cm³ precisam ter o lubrificante substituído a cada 5 mil km.

"Eu recomendo trocar nessa quilometragem ou a cada 12 meses, se o cliente não roda muito com a moto", ensina o mecânico.

Entretanto, além de trocar o óleo, é preciso verificar o nível periodicamente - de preferência, a cada 15 dias. Afinal, algumas motos costumam "queimar" óleo. "Tem gente que chega aqui para trocar o óleo e o nível está bem abaixo do recomendado. O motor pode travar ou ter desgaste prematuro", diz Sauro.

3 - Cabos rompidos

Outros itens que costumam deixar muitos motociclistas na mão são os cabos de embreagem e acelerador. Com o tempo esses componentes vão se desgastando e podem se romper. Caso isso aconteça, sua moto vai te deixar na mão.

O ideal é sempre verificar os cabos e lubrificá-los, se for necessário. Em geral, os cabos têm longa vida útil, mas podem se romper se houver atrito com outras partes da moto. "Às vezes, com o atrito com outras partes da moto o cabo pode se romper", diz Alexandre.

Para evitar esse tipo de problema, o ideal é sempre fazer revisões completas na sua moto. Principalmente, se for fazer uma longa viagem.

4 - Carburador

O bom e velho carburador é outro item que deixa muita gente parada na rua. Apesar de hoje estar presente em poucas motos novas, há muitos modelos mais velhos que são carburados. "Nas motos mais antigas, o carburador é o que dá mais problema", conta Alexandre.

Com o tempo e o uso de combustível de má qualidade, o carburador pode "entupir" e interromper a alimentação do motor. Daí, não tem jeito, a moto para mesmo.

Outro problema que afeta os carburadores são as motos de garagem, aquelas que rodam pouco. O combustível envelhece e acaba formando uma borra que entope o sistema de alimentação.

Se a sua moto é carburada e não injetada, o conselho do mecânico é usar combustível de qualidade, não deixar a moto parada por muito tempo e, claro, fazer revisões periódicas.

5 - Pane seca

Imagem: Paulo Whitaker

Um vacilo que deixa muito motociclista parado na rua é, por incrível que pareça, a falta de combustível. Para se ter uma ideia, em 2022, nos 11,1 mil quilômetros de rodovias concedidas sob gestão da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) foram registradas 54.735 ocorrências de pane seca, envolvendo automóveis, caminhões e motos.

Como as motos têm baixo consumo e algumas não têm marcador de combustível, é comum ver motociclistas na mão por pane seca. Em alguns casos, o motociclista acha que o combustível na reserva é suficiente para chegar em casa e acaba sem gasolina.

Entretanto, vale lembrar que, além do incômodo de ficar parado na rua ou na estrada, a pane seca é considerada uma infração média, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que rende quatro pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e multa de R$ 130,16.

A dica é sempre abastecer antes de pegar a estrada e nunca confiar muito na reserva. Assim que a luz do combustível acender, pare no próximo posto e evite ficar na mão e ainda levar uma multa.

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