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Renan bebeu 2 litros de água após acidente; é possível driblar bafômetro?

Marcela Schiavon

Do UOL, em São Paulo

13/08/2022 04h00

O zagueiro Renan, ex-Bragantino, se envolveu em acidente após ter ingerido bebida alcoólica antes de dirigir no final de julho deste ano. Ele tentou algumas técnicas que seriam uma forma de enganar o bafômetro.

A Polícia Civil de Bragança Paulista ouviu dois motoristas que passavam pela rodovia Alkindar Monteiro Junqueira no momento do acidente, por volta das 6h40 do dia 22 de julho, uma sexta-feira. Segundo o relatório desses depoimentos, ao qual o UOL Esporte teve acesso, depois atropelar e matar Eliezer Pena, o jogador foi visto chorando, admitindo que estava bêbado, vomitando, ingerindo dois litros de água trazidos por uma pessoa não identificada e urinando às margens da rodovia, que liga as cidades de Bragança e Itatiba

O depoimento das testemunhas comprometeu a situação do zagueiro, investigado pela morte do motociclista no interior de São Paulo no mês passado. Depois do acidente, o jogador de 20 anos teve o contrato rescindido por justa causa pelo Palmeiras e pelo Red Bull Bragantino e agora procura novo clube. Mas é verdade que dá para driblar a Lei Seca?

Mitos e verdades sobre o bafômetro

Tomar muita água para urinar mais, vomitar, mascar chiclete, comer banana, chupar gelo, tomar vinagre ou deixar remédios embaixo da língua são algumas das muitas táticas listadas na internet para tentar passar pelo bafômetro sem ser pego. Mas a verdade é que nada tira o teor alcoólico do sangue tão rapidamente, como afirma o Prof. Dr. Carlos Machado, clínico geral especialista em Medicina Preventiva e Nefrologista.

A hidratação contínua, sempre benéfica, ajuda na digestão de alimentos e bebidas. Então, a etiqueta de pedir um vinho e uma garrafa de água é válida, mas não vai limpar o que o álcool causou, relata o especialista.

Mais da metade do peso de um homem adulto é feito de água. Porém, mesmo a água sendo um alimento primordial para nós, seres humanos, que conseguimos ficar dias sem ingerir alimentos, mas não sem tomá-la, nada impede que o teor alcoólico em nosso sangue se mantenha após a sua ingestão. Além disso, o álcool afeta o funcionamento de diversos órgãos e urinar e/ou vomitar para tentar amenizar os efeitos da bebedeira não adianta.

O doutor ainda pontua que é preciso lembrar do funcionamento do nosso corpo para perceber que não há lógica nessas tentativas. "A eliminação de tudo o que comemos e bebemos sai pela urina. Alguns alimentos passam pelo fígado, mas todos saem pela urina. "Tomar bastante água junto à bebida alcoólica é interessante, porque ajuda o líquido a circular rapidamente, já que o fígado terá que quebrar o álcool em moléculas menores e o rim o eliminará", conta.

"Tudo o que não é água é um líquido com carga de açúcar: seja vinho, cerveja, caipirinha e até suco. Isso será digerido pelas bactérias intestinais e se transformará em álcool. Todos esses açúcares alimentícios, carboidratos, e bebidas, vão se transformar em gordura e afetar o fígado".

Mesmo sem o hálito alcoólico, após mascar chiclete ou ingerir alimentos, é impossível enganar o bafômetro rapidamente, já que o álcool continuará circulando e evaporando pelas glândulas salivares. Tentar entupir o canudo do aparelho de alguma forma também não é eficaz. "Hoje, há bafômetros ainda mais sensíveis, em que basta respirar próximo a eles que já é passível a detecção", finaliza Carlos.

Se beber, não dirija

Dirigir após a ingestão de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa é considerado infração gravíssima, com multa de R$ 293,47 multiplicada por dez e suspensão do direito de dirigir por 12 meses.

Quando um indivíduo leva uma punição como essa, sua CNH (Carteira Nacional de Habilitação) é suspensa e o veículo é retido até a apresentação de um condutor habilitado em condições de dirigir. Se o motorista praticar um novo crime no período de doze meses, multa descrita acima é aplicada em dobro. Além disso, quem se nega a fazer o teste do bafômetro tem as mesmas penalidades, de acordo com o CTB (Código de Trânsito Brasileiro).

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