VW Zé do Caixão: sedã que "micou" no Brasil vira novo desejo no exterior
José Antonio Leme
do UOL, em São Paulo (SP)
11/12/2021 04h00
Se no Brasil o Volkswagen 1600, conhecido como "Zé do Caixão", não fez muito sucesso, talvez é no exterior que tenha chegado a sua vez. O modelo está entrando no radar do mercado externo de carros antigos e pode ter um salto de popularidade em breve.
Como outros modelos a ar que foram desenvolvidos no Brasil, como projetos nacionais em cima do Fusca, o Zé do Caixão é pouco conhecido ou completamente desconhecido em outros países e é esse apelo exótico que está abrindo os olhos de amantes de VW a ar mundo afora.
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De acordo com José Paulo Parra, especialista em carros antigos e comerciante do setor, o carro não tem uma procura grande aqui no Brasil e nem seus preços decolaram como do seu "pai", o Fusca, que dependendo do modelo e estado de conservação já supera pedidas de R$ 100 mil.
"O apelo de exclusividade para o mercado lá de fora é o que tem chamado atenção de colecionadores estrangeiros. Esses carros não foram vendidos em mercados como os EUA, onde os VW a ar tem uma boa aceitação, então se tornam exóticos, como já aconteceu com o SP2, por exemplo", diz Parra.
Por outro lado, lá fora, algumas unidades anunciadas aparecem com lances que, até o fechamento dessa reportagem, já chegaram a US$ 10 mil, o equivalente a R$ 60 mil.
O exemplar que ilustra essa reportagem está na Flórida, nos EUA, e foi exportado para lá este ano. O modelo não está em completo estado de originalidade e ganhou uma personalização típica dos VW com motor a ar.
Quatro portas não ajudou no sucesso aqui
Lançado no Brasil em 1968, o simpático sedã não fez o sucesso que esperava. Equipado com quatro portas, em um período no qual apenas duas portas eram símbolo de carro familiar ou particular, o carro não virou o sucesso esperado entre pessoas físicas, mas agradou taxistas, pela facilidade de entrada e saída dos passageiros.
O apelido de Zé do Caixão veio por causa sim, do cineasta e ator, José Mojica Marins, que também era chamado do mesmo modo desde o lançamento do filme "O Estranho Mudo de Zé do Caixão", no mesmo ano que o carro foi lançado no Brasil.
O motor é o já conhecido 1.6 boxer (cilindros deitados e opostos) arrefecido a ar posicionado na traseira, atrás do eixo que tracionava o carro. Ele entregava 50 cv e 11 mkgf com câmbio manual de quatro marchas.
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