A nave da Hebe: última Mercedes virou xodó exclusivo feito para acelerar
Alessandro Reis
Do UOL, em São Paulo (SP)
09/10/2020 04h00Atualizada em 09/10/2020 16h35
Fã da Mercedes-Benz, a apresentadora Hebe Camargo tinha cinco carros da marca quando faleceu aos 83 anos, em 29 de setembro de 2012.
A coleção até hoje é guardada e mantida com carinho pelo sobrinho Claudio Pessutti na mansão que pertenceu à apresentadora, localizada no bairro Cidade Jardim, na capital paulista.
UOL Carros visitou a garagem de Hebe. Chama a atenção o último carro que ela adquiriu, cinco anos antes de morrer.
Feito sob encomenda, de acordo com as preferências da comunicadora, o raro S 65 AMG branco 2007 era na época o sedã mais potente do mundo e também o modelo mais completo e caro da marca alemã - perdendo apenas para os veículos da Maybach, divisão de alto luxo da montadora.
Equipada com motor 6.0 V12 biturbo construído a mão, a "nave" de 5,2 metros de comprimento tem desempenho de superesportivo: são 612 cv de potência e 102 kgfm de torque, gerenciados pela transmissão automática de cinco marchas. Segundo a Mercedes, a aceleração de zero a 100 km/h acontece em apenas 4,4 segundos.
Em conversa com a reportagem, Pessutti conta que sua tia comprava os carros não em uma concessionária e sim na sede da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
"Ela foi várias vezes almoçar lá na fábrica com o presidente da Mercedes. Foi em um desses almoços que a Hebe escolheu todos os itens do S 65, desde a cor do painel até o estofamento. Tudo nesse carro foi escolhido de acordo com o gosto dela e mandado fazer", relembra Claudio, que também foi empresário da apresentadora e hoje é guardião do seu acervo.
De acordo com Pessutti, que prefere não comentar quanto o carrão custou, todos os itens disponíveis foram instalados - exceto um suporte de teto para transportar esquis de neve, por motivos óbvios.
O sobrinho diz que a entrega do sedã demorou cerca de três meses. Hebe gostou tanto da aquisição que passou a usar o AMG quase exclusivamente, deixando seus outros Mercedes-Benz de lado.
E olha que os demais veículos da frota também oferecem requinte e performance de sobra: SLK 230 1998, S 600 L 2001, CLS 500 2005 e S 65 AMG 2003.
Embora já estivesse com quase 80 anos, Hebe Camargo fazia questão de dirigir ela mesma seu S 65 AMG branco no dia a dia, dispensando motorista particular e segurança. Eventualmente, Pessutti assumia o volante, para dar mais conforto à tia.
Segundo ele, para maior "tranquilidade", todos os carros de Hebe, incluindo seu "xodó", são blindados.
"Ela não escolheu o AMG pela elevada potência e sim por conta do estilo, da importância desse sedã. Não fazia questão de saber a quantidade de cilindros do motor, embora dirigisse muito bem".
Não é só o motorzão
O último carro de Hebe é cheio de superlativos, que impressionam mesmo com seus 13 anos de idade.
Além do motor forte, traz belas rodas escurecidas de 19 polegadas e freios enormes, com discos de 15,4 polegadas na dianteira.
A suspensão a ar, por sua vez, é ajustável para uma tocada mais esportiva ou confortável. Um seletor de modos de condução também ajusta a assistência do volante e a resposta do pedal do acelerador de acordo com as preferências do motorista.
Apesar de ter sido fabricado há mais de dez anos, o S 65 2007 já conta com recursos avançados, como controle de velocidade de cruzeiro adaptativo e central multimídia, cuja tela ainda não é tátil - navega-se nela por meio de um seletor no console central.
Afinal de contas, trata-se de um Classe S em versão topo de linha. A lista de amenidades inclui, ainda, portas que se fecham automaticamente (basta encostá-las), teto solar e bancos dianteiros ajustáveis eletricamente com três memórias.
Por dentro, praticamente todas as superfícies são cobertas por couro, metal ou outro tipo de material nobre.
Tudo do jeito como Hebe gostava.