Por que aumento de preços ameaça futuro de carros PCD no Brasil
Vitor Matsubara
Do UOL, em São Paulo (SP)
23/07/2020 12h58
Resumo da notícia
- Fabricantes pedem revisão no teto de R$ 70 mil para carros PCD
- Aumentos nos preços podem resultar em fim das versões especiais
- Onix Plus LT foi mais uma 'vítima' dos reajustes feitos recentemente
Recentemente, as fabricantes de automóveis pediram ao governo brasileiro que reveja o teto de R$ 70 mil para carros PCD.
Devido ao aumento nos custos de produção, as montadoras afirmam que não vão mais conseguir oferecer configurações especiais, adaptadas com a retirada de alguns itens de série de forma a custarem menos do que R$ 70 mil.
Enquanto o impasse não se resolve, a oferta de carros PCD pode despencar nos próximos meses. Segundo o colunista Jorge Moraes, a Citroën já não aceita mais pedidos pelo C4 Cactus na configuração voltada para pessoas com deficiência.
Adeus ao carro PCD?
Esta lista deve crescer com os aumentos realizados pelas fabricantes, seguindo o exemplo do Onix Plus LT.
Conforme apontou um colaborador da rede de concessionárias da Chevrolet à UOL Carros, antes do último reajuste feito pela empresa, o sedã saía com R$ 68.400 com o pacote opcional R8G, que custa R$ 4.000.
Entretanto, o valor de tabela do modelo passou para R$ 68.190 sem opcionais. Com a transmissão automática do mesmo pacote, a conta sobe para R$ 72.990 - acima, portanto, do teto de R$ 70 mil para obter isenções de IPI e ICMS.
Perto do limite
Outros modelos já se aproximam perigosamente da faixa limite mencionada acima. O VW Voyage 1.6 custa R$ 69.350 com a transmissão automática de seis marchas, enquanto o Toyota Etios Sedan X é vendido por exatos R$ 69.990.
Nos dois casos, os preços não superam o teto estipulado. Mas como as próprias montadoras já avisaram que não conseguirão manter os valores por muito tempo, qualquer novo aumento nos preços deve causar a diminuição no número das versões PCD ou a oferta de uma configuração ainda mais "depenada" do que os modelos atuais.
Seja qual for a decisão, nos dois casos quem sairá perdendo é o consumidor.