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Mercedes C 180 nacional entra na onda do turboflex; veja como anda

Leonardo Felix

Do UOL, em São Paulo (SP)

29/08/2016 08h00

A Mercedes-Benz já havia lançado seu motor 1.6 turboflex em junho de 2015, para modelos da família Classe A. Desde aquela época sabia-se que o Classe C também ganharia configuração bicombustível, mas a estreia foi deixada para depois de a produção ser nacionalizada.

Em julho deste ano o Classe C flex nacional enfim se tornou realidade. Oferecido só na versão de entrada C 180 -- único a ser empurrado pelo propulsor de 1,6 litro turbocomprimido --, o três-volumes apto a beber tanto gasolina quanto etanol já está nas lojas por R$ 148.900.

"Escolhemos o C 180 porque é a versão mais vendida da gama", explicou Evandro Bastos, gerente de marketing da marca, durante o lançamento. Segundo a fabricante, o C 180 corresponde a 54% das vendas do produto, contra 30% da intermediária C 200 e 15% da C 250, ambas munidas de motor 2.0 a gasolina.

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A chegada do Classe C flexível foi tratada de forma muito discreta, desde a apresentação -- feita em cerimônia simples -- até a ausência de uma insígnia indicativa da tecnologia na carroceria do carro, passando pelo fato de que a configuração conviverá por algum tempo com o C 180 movido apenas a gasolina.

É uma tática para dar ao cliente maior liberdade de escolha e permitir que best seller da Mercedes enfim assuma a liderança do segmento de sedãs médios de luxo -- após os sete primeiros meses de 2016 ele emplacou pouco menos do que o BMW Série 3 (2.093 contra 2.132 unidades).

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O que o Classe C turboflex tem

Por ser o veículo de entrada da gama, o C 180 tem lista de equipamento relativamente módica -- para um carro de luxo -- do ponto de vista de conforto, embora já conte com algumas tecnologias mais avançadas de segurança.

De série o sedã traz: controles de estabilidade e tração com distribuição eletrônica de torque; auxílio à partida em rampas; assistências à frenagem de emergência; piloto automático com limitador de velocidade e assistente de fadiga.

Por dentro o motorista tem à disposição: partida do motor por botão com função start-stop (desligamento automático durante períodos de imobilidade); sete airbags -- frontais, laterais, de cortina e joelho (este último só para o motorista); direção elétrica progressiva; ar-condicionado automático digital de duas zonas; sensores de luminosidade e chuva; sistema multimídia com conectividade básica via Bluetooth, cabo USB, navegação GPS, toca-CD e comandos via touchpad no console central; e ganchos para cadeirinhas infantis na fileira traseira.

Motor, conforme mencionado, é o 1.6 bicombustível de 156 cv e 25,5 kgfm. Dados de potência e torque são iguais com qualquer combustível. Transmissão automática 7G-Tronic, de sete marchas, faróis integralmente em LED e rodas de liga leve aro 17, calçadas por pneus verdes, completam o pacote.

As ausências mais sentidas por UOL Carros são as dos bancos e coluna de direção com ajustes elétricos (algo que um automóvel de quase R$ 150 mil já poderia trazer) e -- esta uma falta inadmissível para um modelo de segmento superior -- sensores de estacionamento, inexistentes mesmo na parte traseira.

Qualidade do acabamento é digna de um Mercedez-Benz: materiais suaves ao toque, metal escovado, tapetes aveludados e soleiras em metal escovado com a insígnia e o nome da marca conferem charme e elegância ao interior.

O que muda no motor e como anda

Não vá esperando qualquer tipo de esportividade do C 180 nacional, embora os cinco modos de condução, incluindo "Sport" e "Sport+" sugiram isso. A força do motor, idêntica para os dois tipos de combustível, é suficiente para empurrar os 1.425 quilos do sedã de maneira honesta -- especialmente porque os 25,5 kgfm surgem logo a 1.200 giros --, mas não mais do que isso.

O mais importante é saber que o propulsor está tão linear e agradável quanto na configuração só a gasolina. Em avaliação de 220 quilômetros de UOL Carros foram mesclados tanto o derivado do petróleo quanto etanol no tanque, sem qualquer tipo de mudança no comportamento.

Item que gerou problemas ao Série 3 ActiveFlex em seu lançamento, o sistema start-stop (que desliga automaticamente o motor em períodos breves de imobilidade, a fim de economizar combustível) funcionou normalmente.

Para chegar a tal resultado a Mercedes mudou muita coisa no projeto: tanque e galerias de fluxo do combustível ganharam reforços nas camadas anticorrosão (já que o etanol possui teor oxidante maior), assim como aumentou a capacidade de vazão do próprio tanque e também do bico injetor (injeção direta e eletronicamente comandada). Centralina foi reprogramada e as válvulas do cabeçote, reforçadas para aguentar temperaturas mais altas.

O Classe C flex dispensa tanquinho para partida a frio e até mesmo as flautas pré-aquecedoras no cabeçote, por meio de controle eletrônico capaz de aumentar ou reduzir a pressão da injeção direta. No teste de UOL Carros, com os dois combustíveis misturados e em uso predominantemente urbano, o sedã obteve média de 8,1 km/l. No programa de etiquetagem do Inmetro ele possui nota A para o segmento e B no geral.

Ah, sim! A Mercedes recomenda que os proprietários do modelo utilizem somente gasolina aditivada, com opção de escolher entre etanol aditivado ou comum. Afinal, ainda estamos falando de um carro de luxo... 

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