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Audi A4 que chega em 2016 faz até curva sozinho; leia impressões

Murilo Góes<br>Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em Veneza (Itália) e Frankfurt (Alemanha)

22/09/2015 08h00

Vivendo o final de seu ciclo de vida, a atual geração do sedã médio-grande premium A4 jamais conseguiu se destacar frente aos rivais. Se o consumidor deste tipo de carro buscasse performance e/ou dirigibilidade, acabaria escolhendo o BMW Série 3 -- aliás, o modelo teve sua atualização apresentada neste Salão de Frankfurt e começa a ser fabricada no Brasil até o final do ano; se pedisse visual agradável e conforto interno, acabaria colocando um Mercedes-Benz Classe C na garagem. Agora, há ainda uma opção dinâmica e seca, sem firulas, do inglês Jaguar XE. Todos mais atraentes que o A4.

Por conta disso, a Audi do Brasil apostou boa parte de suas fichas no médio-compacto A3, que é líder em seu segmento e consegue boas vendas até mesmo entre quem só pensava em levar um Toyota Corolla ou Honda Civic para casa. O sucesso é tanto que o modelo começa a ser fabricado este mês no Paraná com motor flex. Mas como fica o carro-chefe da Audi? Como fica o A4? Não fica.

Uma nova geração do sedã executivo tenta mudar todo o panorama e chega ao Brasil logo no primeiro trimestre de 2016, se os planos da Audi se confirmarem. De início, haverá apenas uma motorização, feita especificamente para o Brasil: trata-se do 2.0 TFSI (turbo, com injeção direta de gasolina) de 220 cavalos, que também será usado com esta potência no Q3 fabricado localmente. 

Ao mesmo tempo em que cresceu, A4 ficou até 120 kg mais leve na nova geração; isso significa mais espaço interno e agilidade Imagem: Murilo Góes/UOL

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Nova geração, velho motor

Na Europa, este novo A4 tem gama totalmente nova de motores a gasolina: começa com o 1.4 de 152 cavalos (25,5 kgfm de torque) e vai ao 2.0 com 192 cv (32,63 kgfm) ou 255 cv (37,72 kgfm). Além de entregar força de motor V6, a nova calibragem do motor de 2 litros promete consumo variando entre 16 e 20 km/l.

Por que o Brasil não vai adotar os novos motores logo de cara? Além do funcionamento conhecido e da homologação já feita, o 2.0 de 220 cv pode estar perto de receber uma aplicação bicombustível, sobretudo para atender ao interesse de compradores do Q3. A marca, porém, ainda não abre o jogo.  

Também segue em segredo o preço do novo A4, mas fontes ligadas à fabricante afirmam que o pacote tecnológico ampliado deve modificar um pouco o atual patamar de preços, que orbitam os R$ 130 mil. Espere algo entre R$ 140 mil e R$ 150 mil para versões iniciais. 

Motor do A4 para o mercado brasileiro será exclusivo: o já conhecido 2.0 TFSI de 220cv, que tem chances de virar flex para equipar as versões de topo do Q3 nacionalizado Imagem: Murilo Góes/UOL

Ao volante, evolução total

Embora as primeiras imagens apontem para um carro muito parecido com o atual, observar o novo A4 de perto revela um modelo bem diferente. Ao volante, então, a evolução é inegável. Gigante, para dizer a verdade: o sedã cresceu em todos os sentidos e agora tem 4,72 metros de comprimento, com espaço entre-eixos de 2,82 m favorecendo ombros e cabeça dos passageiros à frente; ao mesmo tempo, quem vai atrás jamais apertará seus joelhos. No porta-malas são 480 litros -- é preciso dobrar bem a coluna para enxergar o final do habitáculo.

Ainda assim, o carro está até 120 quilos mais leve na atual geração. E também mais seguro: não falamos apenas de freios com ABS (antiblocante), EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem), ASR (controle eletrônico de tração), ESC (controle de estabilidade) e EDL (bloqueio eletrônico de diferencial). 

Painel do A4 tem soluções estéticas muito mais de "tiozão" do que outros modelos da Audi; sobriedade é o que pede o público-alvo do modelo Imagem: Murilo Góes/UOL
Este novo A4 realiza um enorme salto tecnológico ao acelerar, frear, estacionar e até fazer curvas sozinho. Com isso, abre a era comercial de carros que um dia andarão sozinhos para a Audi: além do piloto automático adaptativo (ACC), e do assistente inteligente de de estacionamento (que permite ao carro manobrar pelo motorista), o sedã controla a direção em curvas a velocidades moderadas, caso o motorista se distraia ou tenha um problema de saúde.

Não há permissão para que o carro mantenha a condição autônoma por longas distâncias. Pelo contrário, avisos sugerem que o motorista assuma imediatamente o controle. Mas já é um passo interessante nessa direção.

Além disso, há um ar de sofisticação mais definido, enquanto o modelo anterior tentava ser mais arrojado, apostando curvas e pontas, em metal e couro. Por fora, o novo A4 tem vinco lateral mais profundo, lanternas e faróis menos angulosos, mas dotados de xênon e até de matriz inteligente de LEDs (full LED). Na cabine, o novo painel de instrumentos com "cockpit virtual", inaugurado pelo cupê TT, salta aos olhos e reúne todas as informações para o condutor. 

Cockpit digital já está presente no TT; conheça

Conectado

Entre as novas tecnologias e interatividade, há o uso de apps do celular, o GPS com imagens de satélite do Google e até carregamento de celular sem fio (por indução).

Tanta tecnologia não deixa o carro "bobo". De fato, cresce a sensação de controle e este A4 contorna curvas de forma com muito mais propriedade, do que o anterior. Quando parado, a visão 360 graus amplia ao máximo a segurança em manobras. Além disso, é interessante notar como o modelo ficou mais silencioso.

Apesar do teste por 230 quilômetros de estradas italianas, não é possível apontar um índice relevante de consumo, já que a condução foi dividida entre diferentes pessoas e com diferentes versões do sedã -- na Europa, além das diferentes motorizações, há também três níveis de acabamento (A4, A4 Design e A4 Ultra), com valores entre 30.650 euros a 45.750 euros (de R$ 137 mil a R$ 204 mil, sem impostos ou taxas). Agora é aguardar pela chegada ao Brasil.

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