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Sol forte também é prejudicial dentro do carro; saiba como se proteger

Vidros verdes, películas, óculos de sol e filtro solar ajudam a evitar dores de cabeça e até câncer de pele Imagem: Murilo Góes/UOL

Leonardo Felix

Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)

19/02/2014 13h26Atualizada em 19/02/2014 19h40

Diante de um verão tão intenso quanto o atual, é preciso ter cuidado para evitar os males que o excesso de radiação solar causa à saúde também dentro do carro. Filtro solar, vidros verdes e películas (o popular insulfilme) ajudam a barrar os raios nocivos do sol.

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Pouca gente se dá conta, mas passar o dia inteiro dirigindo também é um fator de risco, em especial à pele, mas também aos olhos. Os mais expostos são os profissionais com longa carga horária durante o dia, seja em viagens nas rodovias brasileiras ou presos no trânsito das grandes cidades.

É verdade que ficar dentro de um automóvel não é o mesmo que encarar um dia ensolarado a pé, diretamente exposto aos raios UV (ultravioleta) e IV (Infravermelho). Porém, se o automóvel for equipado com vidros com 100% de transparência -- modelos mais antigos usam essa configuração --, cerca de 40% da radiação acaba transmitida para dentro da cabine.

"Esse percentual é bem alto", alerta a presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Denise Steiner. "Se o processo perdurar por muitas horas, há riscos de penetração dos raios UV e IV, que podem esquentar a pele e provocar doenças", enfatiza.

Carros mais recentes usam vidros verdes (a camada que filtra parte da luminosidade e radiação dá a cor esverdeada à peça, que reduzem em pelo menos 25 pontos percentuais a incidência de raios solares sobre os ocupantes.

USE O FILTRO SOLAR
Não caia no mito de que os riscos só existem das 11h às 14h, período do dia em que o sol emite a chamada radiação UV B, mais forte. Estudos recentes mostram que o tipo UV A, emitido durante todo o período de presença do sol, também é prejudicial à saúde, embora com efeitos menos visíveis.

"Os raios UV B agem sobre a epiderme, camada exterior da pele. São eles que causam vermelhidão, ardência e o câncer de pele. Já os raios UV A atingem a derme, uma camada mais profunda, podendo pegar também vasos, fibras, glândulas e causar outro tipo de câncer, chamado melanoma", explica a médica.

Outras reações possíveis são as fotodermatoses (como a urticária), alergias, oxidação e liberação de radicais livres, que aceleram o envelhecimento da pele.

Para evitar tudo isso, basta usar filtro solar, de preferência a partir do fator 30, com repetição da dose a cada duas horas. "É preciso atentar ao modo de uso, pois muita gente passa as loções em quantidade insuficiente e não realiza a reposição", adverte Steiner.

UOL Carros pesquisou os preços das linhas mais baratas de filtro solar fator 30 em São Paulo e o preço médio é de R$ 20 pelo tubo de 200 ml.

DE OLHO NOS OLHOS
Os olhos também são bastante sensíveis aos raios solares e precisam de proteção. "Se um motorista dirige por cinco horas seguidas, já começa a sentir a vista bem cansada e não tão atenta aos movimentos", adverte Newton Kara, oftalmologista da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).

"Também pode haver perturbação da retina, provocando dores de cabeça por franzir demais ou a piscar menos os olhos, deixando-os ressecados", completa.

O médico recomenda ainda um descanso antes de dirigir após passar um dia inteiro sob sol intenso, como na praia.

Durante o dia, usar óculos de sol é essencial. Ter uma camada degradê no topo do para-brisa, também. Em viagens longas, vale usar colírio para lubrificar os olhos após algumas horas. "Na ausência do colírio, o motorista pode passar um pouco de água gelada, com os olhos fechados, para relaxá-los", ensina Kara.

VIDROS E PELÍCULAS
Com a evolução do setor automotivo, vidros verdes se tornaram item de série em praticamente todos os veículos produzidos no Brasil, o que é uma boa notícia quando se trata de proteção solar. "Já não se vende mais carro novo com para-brisa transparente há uns dez ou 15 anos", aponta o proprietário de uma rede de reparo de vidros em São Paulo (SP), Carlos Bibe.

Atualmente, o Código Brasileiro de Trânsito permite uma redução da transparência a 75% no vidro da frente, 70% nos laterais dianteiros e 28% nos três da parte de trás.

Muitos carros já saem de fábrica com o nível mínimo de transparência previsto, sobretudo no para-brisa e vidros laterais dianteiros. Atrás, o índice costuma ficar em 50% nos carros populares e chega aos 28% apenas em modelos de luxo. Agora, se seu carro for mais antigo, ou mesmo possuir  vidros com maior transparência, é possível completar a proteção com películas.

Atenção: usar uma camada que extrapole os índices de transparência da lei é considerado infração grave (multa de R$ 127,69). Há o risco de comprometer a visibilidade do condutor, especialmente à noite.

O funcionário público Rafael Stankevicius, de São Caetano do Sul (SP), comprou um Fiat Palio 1.0 em 2010 e optou por colocar a película em todos os vidros, exceto no da frente, já na concessionária. "No meu caso, ajuda a evitar aquele 'braço de caminhoneiro' [quando a parte esquerda do braço esquerdo fica exposta aos raios transmitidos pelo vidro e queima mais do que o resto]", diz.

UOL Carros apurou que o preço para aplicação da película em um veículo popular de quatro portas pode variar de R$ 80 (em loja da Zona Leste de São Paulo (SP), com camada conhecida como "tintada", de qualidade inferior) a R$ 300 (na Zona Oeste, com películas profissionais).

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