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Primeiras impressões: Uno Vivace 1.0 estaciona no andar de cima

<b>Novo Uno na versão Vivace, com motor 1.0 e sem adereços, ressalta o design original</b> Imagem: Murilo Góes/UOL

Claudio de Souza

Do UOL, na Praia do Forte (BA)

07/05/2010 19h33

Depois de experimentar o Novo Uno com motor 1.4 na versão "aventureira" Way , em test-drive durante o evento de lançamento do modelo no litoral da Bahia, conseguimos dirigir uma unidade com o acabamento Vivace, o de entrada da gama (preço inicial: R$ 27.350 com quatro portas, e R$ 1.800 menos, ou R$ 25.550, com duas). Também foi a chance de experimentar o propulsor Fire EVO de 1 litro, com o qual o Novo Uno deveria se sentir muito à vontade -- afinal, ele pertence à linhagem do primeiro "carro mil" do país (e cujo espírito sobrevive no Mille).

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Como piso da linha Novo Uno, a versão Vivace é desprovida de decorações de qualquer tipo. Nem friso preto na porta ela tem -- como é o caso da intermediária Attractive, de motor 1.4. Livre de adereços, ela faz um forte contraste com a Way (1.0 e 1.4). E o fato é que o design quadrado-redondo do Novo Uno se beneficia desse acabamento externo sem firulas. Nada desvia o olhar de sua mescla de linhas retilíneas com bordas arredondadas que, como dissemos, não chega a ser original, mas ainda é incomum no Brasil.

Como de praxe nos carros "baratos", quase todo recheio do Novo Uno Vivace que não seja estritamente necessário para seu funcionamento é opcional. Nas fotos que você vê nesta página, isso vale para maçanetas das portas, carcaças dos retrovisores e para-choques na cor do veículo, além de -- obviamente -- as rodas de liga-leve e os faróis de neblina. Por dentro, essa unidade -- segundo uma pessoa da produção, era a única da versão "pobre" do carrinho levada ao evento, entre dezenas de Way e Attractive  -- tinha ar-condicionado e vidros dianteiros com acionamento elétrico. Tudo cobrado à parte e além dos R$ 27.350 pedidos pelo carro "pelado".



A cabine do Uno Vivace é mais austera que a do Way que testamos, mas ainda assim mantém um razoável nível de respeito aos ocupantes. Há plástico por todo lado, o que de certa forma é compensado pelos encaixes caprichados e arestas suaves das peças. O painel tem o mesmo desenho circular das versões mais caras, mas sem conta-giros. Este é substituído pelo econômetro, dispositivo presente nas versões Economy de Mille e Palio, e que nos Uno só existe na Vivace. O carro de teste também não tinha a cortesia das regulagens de altura do banco do motorista e do volante, opcionais interessantes para democratizar o uso do carro por pessoas de diversas estaturas. Constatação pessoal: com 1,71 metro, dá para dirigir esse carro numa boa.

IMPRESSÕES AO DIRIGIR
Dada a partida, uma surpresa: depois de começar a "conversa" com o motorista em tom macio, o motor Fire EVO 1.0 do Novo Uno deu respostas iniciais incisivas quando o acelerador foi solicitado. O câmbio de cinco marchas é tão mole e alongado quanto o do carro 1.4, mas a disposição do trem de força em velocidades mais baixas, com trocas de marcha até no máximo a terceira -- situação típica do trânsito das grandes cidades --, pareceu forte. Em parte, isso se deve à curva de torque, cujo pico ocorre por volta de 4.000 rpm (com etanol, são 9,9 kgfm). Em pista plana, não é necessário esticar exageradamente cada marcha até engatar a seguinte.

Mas não se deve esperar um show de desempenho desse motor, porque ele não vai dá-lo mesmo; além disso, andar acima dos 100 km/h -- velocidade que custa a ser atingida -- pode trazer oscilações laterais no comportamento do Novo Uno, a depender do entorno. Cruzar com caminhões de grande porte em estrada de pista única, por exemplo, foi uma experiência "emocionante". O nível de ruído dentro da cabine pareceu menor que o da versão com propulsor 1.4, mas isso não quer dizer que tenha sido pouco, já que o motor maior gritou demais durante o test-drive. Por fim, um irritante barulhinho relacionado ao funcionamento do ar-condiconado ajudou a compor um cenário já esperável num carro que surge para ficar entre os mais baratos do país: não dá para querer milagre quando o custo é um fator preponderante.

Já a suspensão do Uno Vivace se mostrou mais firme (e curta) que a do Way, o que passou uma dose extra de segurança nas curvas. Vale lembrar que os pneus de série são gordinhos, de medida 165/70, mas o aro da roda é de 13 polegadas. Um calçamento mais generoso faria bem ao carro.

O jeito normal de terminar este texto seria escrever algo como: "O Novo Uno na configuração 'pé-de-boi' cumpre bem o seu papel de carro de entrada". Mas o maior triunfo da Fiat talvez seja ter tornado isso complicado. O Uno Vivace é, mas não parece, um carro de entrada. Uma parte do mérito é do seu design, outra talvez venha da real renovação que o modelo representa no piso de nosso mercado automotivo. Por enquanto, e talvez por um bom tempo ainda, esse carro -- apesar de suas limitações -- passará a sensação de estar no andar de cima.

Viagem a convite da Fiat

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