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Mercedes EQC: elétrico chega com identidade própria e pacote de comodidades

Rafaela Borges

Colunista do UOL

17/08/2020 11h00

Primeiro elétrico produzido em escala pela Mercedes-Benz, o SUV EQC chegou nesta sexta-feira às concessionárias do Brasil. Em única versão, 400 4MATIC, o carro tem preço sugerido de R$ 575 mil e vem para concorrer com Audi e-tron (por enquanto o mais vendido da categoria) e Jaguar I-Pace.

O preço inclui Wallbox de 7,2 kW, a ser instalado sem custo no local desejado pelo cliente, que conta ainda com um ano de energia elétrica destinada a recarregar o veículo gratuitamente. A Mercedes-Benz também oferece três anos de manutenção preventiva.

O carro tem bateria de 80 kWh com seis módulos, que podem ser trocados separadamente. De acordo com a Mercedes-Benz, a estimativa é de que, em uma tomada caseira, de 110V e 2 kW, a recarga completa leve 40 horas.

Com o Wallbox de 7,2 kW, o tempo cai para 11 horas. Já em estações de recarga rápida (DC), são 40 minutos de 10% a 80% da bateria, mas em um Wallbox de 300 kW, ainda não disponível no Brasil. Para os de 50 kW, mais comuns no País, a Mercedes-Benz não divulga estimativa.

Mercedes EQC

Preço

R$ 575.000 (ago/2020)
Carros
4,4 /5
ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

3,0

5,0

5,0

4,0

4,0

5,0

5,0

Pontos Positivos

  • Acabamento
  • Agilidade
  • Pacote de serviços

Pontos Negativos

  • Controle do ar-condicionado
  • Persiana manual do teto
  • Preço

Veredito

A Mercedes-Benz chegou atrás da Audi, da Jaguar e da BMW ao segmento de elétricos. Mas chegou bem. Apesar do preço um tanto exagerado do EQC, seu pacote de benefícios é muito amplo. E simpático. Oferecer um ano grátis de energia elétrica é algo que pode não fazer diferença para o consumidor de um carro de quase R$ 600 mil, mas mostra o empenho da montadora em fazer com que o segmento tenha êxito no País. Apenas o tempo de recarga em estações DC é uma incógnita, já que os Wallbox de 300 kW, para os quais a marca divulga 40 minutos para 80% da bateria, não existem no Brasil.

O EQC 400 4MATIC é baseado no SUV médio GLC, mas conforme informações da fabricante, o carro teve 70% de suas partes modificadas para receber a tecnologia elétrica. As dimensões são semelhantes às do modelo a combustão, embora ele seja um pouco mais comprido.

O SUV elétrico tem 4,76 metros de comprimento (8 cm a mais) e 2,87 m de entre-eixos, oferecendo ótimo espaço para as pernas de dois ocupantes do banco de trás. O passageiro do meio não tem conforto, pois o túnel central é alto.

Atrás, faz falta também comandos para o ar-condicionado, algo já oferecido em outros modelos da Mercedes. O sistema tem apenas duas zonas de comando. Para quem viaja no banco traseiro, há só as saídas.

Além disso, as duas entradas para recarga de aparelhos eletrônicos são do tipo mini-USB, que exigem adaptadores. Já o acabamento segue a linha de qualidade dos demais modelos da marca. Há couro, alumínio e texturas muito macias.

O EQC vem com sistema MBUX, que estreou nos modelos da linha Classe A e recentemente foi incorporada ao GLE. São duas telas de 10", uma para o painel virtual configurável e outra para a central multimídia, com monitor sensível ao toque e muito intuitivo.

O MBUX tem sistema de inteligência artificial "Hi, Mercedes", que evoluiu bastante do Classe A para o GLE, sendo capaz de executar mais funções. No EQC, no entanto, ele pareceu estar ainda mais próximo do usado no modelo mais barato.

Não foi capaz de executar algumas funções que o do GLE processa, como abrir o teto solar (aliás, nem as persianas, já que a abertura dessa parte não é elétrica). Por outro lado, o comando de voz funciona muito bem para operar o navegador GPS.

Por fora, não há grande identificação com os modelos da Mercedes. Isso porque o EQC faz parte da divisão EQ, apenas de modelos eletrificados da marca, que trazem identidade própria. A traseira tem linhas muito limpas e a dianteira, uma grade larga e escurecida, com a estrela que identifica a montadora bem em evidência.

Os faróis de LEDs têm contorno na cor azul, uma característica da divisão EQ. As rodas são de 20 polegadas. O porta-malas leva 500 litros de bagagem, de acordo com a montadora. Sob seu assolho, há um carregador portátil para as baterias, com dois tipos de entrada.

Imagem: Divulgação/Mercedes

Além da MBUX, o EQC traz um amplo pacote de equipamentos, com muita tecnologia de segurança e comodidade. No primeiro grupo estão sete air bags, controles de estabilidade e de distribuição da força de frenagem e PRE SAFE.

Esse sistema prepara o carro para uma eventual colisão, ajudando a amenizar ferimentos aos ocupantes. Outro destaque fica por conta das assistências à condução. O EQC oferece tecnologia de estacionamento automático (o motorista só precisa acionar pedais, enquanto as manobras do volante ficam por conta do carro) com câmeras 360.

Há ainda o sistema semiautônomo de condução, capaz de frear, acelerar o carro e até virar o volante em curvas, por alguns segundos. O Head Up Display, por sua vez, projeta informações do painel de instrumentos no para-brisa. Assim como o quadro, esse recurso é configurável.

Os bancos do motorista e passageiro da frente têm ajustes elétricos, por meio de botões que ficam nas portas. A central multimídia traz Android Auto e Appla CarPlay. Além de sensível ao toque, ela também pode ser comandada por um touchpad no console central.

Imagem: Divulgação/Mercedes

O EQC tem dois motores elétricos, um na traseira e outra na dianteira, com total de 408 cv e 77,5 mkgf de torque. Essa força é jogada às rodas instantaneamente, desde a rotação zero. Por isso, como era de se esperar, o carro oferece muita agilidade desde que se coloca os pés no acelerador, mesmo levemente.

E, ao se pisar fundo nesse pedal, o SUV de quase 2,5 toneladas dispara. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 5,1 segundos, de acordo com a Mercedes-Benz, que informa também 180 km/h de velocidade máxima (limitada eletronicamente).

Como em todo carro elétrico, há apenas uma marcha no câmbio (com alavanca na coluna de direção). As hastes atrás do volante são para quatro níveis de regeneração de bateria. No D+, o EQC é mantido em ponto morto quando o motorista tira o pé do acelerador e praticamente não há regeneração.

O D e o D- aplicam uma espécie de freio motor, em níveis diferentes, quando o acelerador é abandonado. Já no D—, o pedal fica mais duro e, mesmo quando o motorista está com o pé nele, esse efeito de desaceleração é sentido. O carro fica bem travado, e quase para ao se remover o pé do acelerador. Com isso, a regeneração é mais eficiente.

Para poupar bateria, os motores são desativados automaticamente, conforme demanda. Em acelerações leves, só o dianteiro funciona. Nas mais fortes, o traseiro entra em ação também, e fica impulsionando o carro sozinho em velocidade constante, como em rodovias.

São esses dois motores que formam o 4MATIC, nome que a Mercedes dá a seus modelos com tração 4x4. O do EQC funciona como um sistema por demanda.

De acordo com a montadora, o SUV tem autonomia de 445 a 470 km no ciclo NEDC. No WLTP, que vem sendo mais adotado no Brasil, ela varia de 370 a 417 km. O consumo, durante a avaliação, ficou em 3 kw/km.

O carro traz suspensões independentes com molas pneumáticas, que garantem um rodar confortável. Elas se adaptam ao estilo de condução automaticamente, ou por meio dos comandos do modo de condução (econômico, confortável, esportivo ou individual).

Além das suspensões, esse sistema altera também o comportamento do conjunto mecânico. A direção é muito precisa, mantendo o carro firme nas mudanças de trajetória, nas quais a inclinação de carroceria é quase nula. As baterias ajudam a reduzir o centro de gravidade do SUV. Os freios usam discos ventilados nas quatro rodas.

Imagem: Divulgação/Mercedes

O segmento de SUVs médios é a grande aposta das marcas de luxo para lançar seus modelos elétricos. Foi assim com a Jaguar e agora, com a Audi. Apenas a BMW, por enquanto, está fora da categoria (vende no Brasil o hatch compacto i3).

Os números do EQC são muito semelhantes aos do e-tron. Ambos têm 408 cv, mas o Mercedes-Benz é um pouco mais rápido no 0 a 100 km/h (5,7 segundos para o Audi). A vantagem do modelo mais velho está no preço.

Como tem duas versões, elas são oferecidas por R$ 531.990 e R$ 571.990. No entanto, desde o lançamento a Audi vem aplicando os valores promocionais de R$ 491.990 e R$ 531.990, respectivamente.

Mas enquanto o EQC já vem com pacote fechado, o e-tron tem diversos opcionais, que podem elevar demais a tabela.

Mecânica
  • Motorização

  • dois motores elétricos

  • Combustível

  • eletricidade

  • Potência (cv)

  • 408 cv (208 cv em cada motor)

  • Torque (kgf.m)

  • 77,5 kgfm (38,7 kgfm em cada motor)

  • Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)

  • 5,1

  • Velocidade máxima (km/h)

  • 180

  • Consumo cidade (km/l)

  • n/d

  • Consumo estrada (km/l)

  • n/d

  • Câmbio

  • automático de uma marcha

  • Tração

  • integral sob demanda

  • Direção

  • elétrica

  • Suspensão Dianteira

  • independente, duplo A

  • Suspensão Traseira

  • independente, multilink

  • Freios Dianteiros

  • discos ventilados

  • Freios Traseiros

  • discos ventilados

Pneus e Rodas
  • Pneus

  • 235/50 R20

  • Rodas

  • 20 polegadas

Dimensões
  • Altura (mm)

  • 1624

  • Comprimento (mm)

  • 4762

  • Entre-eixos (mm)

  • 2873

  • Largura (mm)

  • 1884

  • Ocupantes

  • 5

  • Peso (kg)

  • 2495

  • Porta-malas (L)

  • 500

  • Tanque (L)

  • n/d

Concorrentes

Jaguar I-Pace

Audi e-tron

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