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Liga de Carnaval de SP se pronuncia após fala racista de presidente da X9

Momento inicial do desfile da X9 Paulistana com fala racista do presidente está disponível no YouTube da Liga SP - Reprodução/ YouTube/ Liga Carnaval SP - Oficial
Momento inicial do desfile da X9 Paulistana com fala racista do presidente está disponível no YouTube da Liga SP Imagem: Reprodução/ YouTube/ Liga Carnaval SP - Oficial

Colaboração para o UOL, em São Paulo

21/02/2023 15h47Atualizada em 21/02/2023 16h30

Após repercussão de fala racista do presidente da X9 Paulistana, Mestre Adamastor, no início do desfile da escola de samba em São Paulo, a Liga de Carnaval do estado se pronunciou repudiando a fala.

"Como organizadora de uma festa cuja identidade é essencialmente negra e enquanto representante do samba em São Paulo, a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo vem a público para se opor às falas de cunho racista, manifestadas por falta de conhecimento durante o início do desfile da X-9 Paulistana, no último domingo (19)", iniciou nota.

Mestre Adamastor havia convocado membros da escola de samba e pedido para eles levantarem a mão e fecharem o punho e perguntou se eles sabiam o que significava o símbolo.

"Porr* nenhuma", respondeu ele, que no perfil do Instagram sinaliza ser palestrante motivacional. "Se a gente não cantar, a gente tá morto com farofa. Essa é a real", completou.

A Liga Independente das Escolas de Samba de SP ressaltou que o punho cerrado é um símbolo da luta antirracista "que expressa a unidade, a força e o orgulho do povo preto".

"A Liga-SP não compactua com a fala equivocada de um presidente, manifestada durante o Carnaval SP 2023, e vai tomar as medidas cabíveis internamente", afirmou a organização.

'Infelicidade'

Na madrugada de hoje, a escola de samba X9 Paulistana publicou um vídeo do presidente se pronunciando sobre as falas. Classificando o episódio como "um mal entendido".

A escola de samba afirma que "toda comunidade xisnoveana presente entendeu que a ali a intenção era motivar os integrantes da escola e que não houve nenhuma relação com banalização ou racismo, isso JAMAIS seria tolerado", justificaram.

"Eu tive a infelicidade de usar um termo que hoje eu aprendi que faz parte do princípio da resistência negra. Jamais passaria isso pela minha cabeça de uma fala de ofensa, provocação. [...] Que as pessoas usem esse meu erro, para que estudem sobre o tema", disse o presidente da X9 Paulistana no vídeo.

"A gente vive em um país racista e a gente precisa realmente estudar sobre isso", disse Adamastor no vídeo de retratação, pedindo para as pessoas olharem o vídeo na íntegra.

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