Componente desfilou motivada por traição: 'Ganhei chifre e título'
Rafael Godinho
Do UOL, no Rio
26/02/2020 19h11
Jaqueline Braga de Jesus Alves é uma das mais eufóricas na comemoração do título da Viradouro, campeã do Carnaval carioca de 2020, na quadra da escola, em Niterói.
A técnica de enfermagem, de 50 anos, componente da ala 26, "Lavadeiras do Abaeté", entrou para a agremiação do Barreto motivada por uma traição do marido, depois de dez anos de casamento.
"Estava dando plantão e descobri que meu marido estava me traindo. Cheguei em casa, ele estava com a amante e acabou o casamento. Aí, decidi sair na Viradouro. Livre posso fazer fazer o que quiser. Desfilei pela primeira vez e a Viradouro ganhou. Ganhei um chifre e um título. Estou literalmente de alma lavada", relata ela fazendo uma alusão ao samba-enredo da agremiação: "Viradouro de Alma Lavada".
Veja o samba-enredo da Viradouro:
Ó, mãe! Ensaboa, mãe!
Ensaboa, pra depois quarar
Ó, mãe! Ensaboa, mãe!
Ensaboa, pra depois quarar
Ora yê yê ô oxum! Seu dourado tem axé
Faz o seu quilombo no Abaeté
Quem lava a alma dessa gente veste ouro
É Viradouro! É Viradouro!
Ora yê yê ô oxum! Seu dourado tem axé
Faz o seu quilombo no Abaeté
Quem lava a alma dessa gente veste ouro
É Viradouro! É Viradouro!
Levanta, preta, que o Sol tá na janela
Leva a gamela pro xaréu do pescador
A alforria se conquista com o ganho
E o balaio é do tamanho do suor do seu amor
Mainha, esses velhos areais
Onde nossas ancestrais acordavam as manhãs
Pra luta sentem cheiro de angelim
E a doçura do quindim
Da bica de Itapuã
Camará ganhou a cidade
O erê herdou liberdade
Canto das Marias, baixa do dendê
Chama a freguesia pro batuquejê
Camará ganhou a cidade
O erê herdou liberdade
Canto das Marias, baixa do dendê
Chama a freguesia pro batuquejê