'É minha maior paixão': para quem dedica a vida, Anhembi é coisa séria

Para a família da profissional de TI Raquel Borges, 48, o carnaval é tradição há muitos anos. Foi na Vai-Vai que ela conheceu o marido, criou os filhos e é essa é a escola que ela desfila há 28 anos.

O carnaval é parte da nossa vida. A gente já começa a se preparar em agosto do ano anterior para desfilar. É sempre uma realização estar aqui.
Raquel Borges

Raquel é mãe de Derick, 31, que desfila na Vai-Vai há 24 anos, e de Lara, 16, que se orgulha de dizer que praticamente nasceu na escola.

Pisei os pés pela primeira vez na avenida aos 6 anos, mas antes já tinha pisado os pés aqui antes, quando era bebê. Tenho uma camiseta que diz: 'já nasci no samba', porque foi assim.
Lara Borges, 16

Em 2008, Raquel levou a filha para comemorar o 13º título da Vai-Vai no Sambódromo. "Ela estava completando 40 dias, a Vai-Vai ganhou um campeonato. Coloquei um algodãozinho no ouvido e trouxe ela", relembra a mãe.

Naquela época, a Vai-Vai havia vivido um hiato de 7 anos sem nenhuma vitória.

Para mim, é a vida inteira de escola.
Lara Borges

'Todo mundo pergunta'

Com a filha estudando uma escola particular, Raquel diz que Lara é frequentemente questionada sobre a rotina na Vai-Vai. "Lá não tem quase ninguém em escola de samba, então as pessoas perguntam muitas coisas para ela sempre, já que ela nasceu em uma", explica a mãe.

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É uma cultura que não é muito estudada ou falada nas escolas e aqui a gente aprende muito. Não tenho palavras para descrever o que sinto pela Vai-Vai. É minha maior paixão. Assim como a minha família, eu espero levar a Vai-Vai para os meus filhos e netos.
Lara Borges

Para o irmão, Derick, a Vai-Vai ter trazido neste ano a cultura do hip-hop para o samba-enredo foi uma decisão significativa.

É algo muito importante. É como se estivéssemos falando sobre nós mesmos, nossa realidade.
Derick Borges

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