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Existem substâncias tóxicas escondidas na sua cozinha: descubra quais são

Cozinha Imagem: Arquivo Pessoal

Colaboração para VivaBem

25/05/2024 04h00

Utensílios escolhidos para a preparação ou armazenamento de alimentos podem trazer riscos à saúde. Algumas panelas, recipientes de plástico e até talheres contêm compostos químicos sintéticos que afetam o organismo e se tornam foco de contaminação e intoxicação.

De acordo com Durval Ribas Filho, nutrólogo e presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia), alguns utensílios podem conter substâncias químicas que são capazes de interferir no sistema endócrino e nos hormônios, bloqueando a sua ação natural, por exemplo.

"Essas substâncias tóxicas são conhecidas como disruptores endócrinos e são utilizadas em objetos sintéticos e produtos de indústrias. A contaminação dos alimentos ocorre pela ingestão principalmente quando os utensílios são aquecidos", afirma Ribas Filho.

A seguir, veja as substâncias químicas "escondidas" em sua cozinha.

Bisfenol-A (BPA)

Imagem: iStock

A substância está presente em utensílios de plástico que apresentam em sua composição o policarbonato. Pesquisas mostram que, quando encontrada em grandes quantidades, provoca desequilíbrio nos hormônios do corpo. O contato prolongado contribui com o aparecimento de doenças como diabetes, obesidade e até infertilidade.

"Para evitar comprar produtos com bisfenol-A, fique atento se há alguma indicação na embalagem. Geralmente, vem um número dentro de um triângulo no fundo, que indica a composição do utensílio de plástico. Evite os números sete e três e busque sempre itens livre da substância", explica Patrícia Modesto, nutricionista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Antiaderentes

Imagem: Divulgação

Apesar de práticas, as panelas antiaderentes contêm substâncias que, quando expostas a altas temperaturas, podem liberar metais, como o níquel e alumínio, e contaminar os alimentos. Isso ocorre principalmente quando estão mais velhas e começam a descascar após muito tempo de uso.

Inox

Imagem: iStock

A panela de inox não oxida facilmente e é resistente. No entanto, pode liberar níquel nos alimentos, caso esteja bastante usada e deteriorada. Sabe-se que a exposição prolongada a esse metal causa alergias e contribui com o surgimento de câncer. O ideal é lavar o utensílio com uma esponja macia e evitar a palha de aço ou raspar os restos de alimentos com talheres.

Alumínio

Imagem: iStock

"Não há estudos conclusivos sobre a toxicidade das panelas de alumínio, mas sabe-se que os metais são cumulativos no organismo. Ela não é resistente ao calor e é fácil de riscar, o que libera partículas que são ingeridas. Além disso, por ser usada com frequência, vai se degradando. Eu não recomendaria o uso de panelas de alumínio", opina Álvaro César Camargo, professor do curso de engenharia de alimentos da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).

Com que frequência trocar?

Você pode até mesmo ter aquela panela preferida e achar que as receitas não ficam tão saborosas sem ela. Mas é importante substituir os utensílios assim que estes apresentarem um mau estado de conservação, presença de incrustações e deformidades.

Panelas

Devem ser trocadas ao perderem o revestimento de teflon ou ficarem amassadas. Isso porque o material pode se desprender e ser incorporado ao alimento. O teflon, ou PTFE (politetrafluoroetileno), é um tipo de "PFAS" (compostos perfluoroalquil e polifluoroalquil).

Frequentemente chamados de "produtos químicos permanentes" por causa de sua extraordinária persistência, os PFAS foram detectados na água potável, poeira e até mesmo na corrente sanguínea humana. Na verdade, é quase certo que você tenha esses compostos tanto em sua casa como em seu corpo.

Para evitar esse problema, melhor se desfazer dos produtos ou se atentar à limpeza. "Evite usar talheres que causem atrito nesses revestimentos e esponjas abrasivas", explica Viviani Fontani, nutricionista e especialista em vigilância sanitária e qualidade em alimentos pela Universidade Estácio de Sá (RJ).

Potes

Os de plásticos devem ser substituídos ao apresentar fissuras, deformações e mudanças de cores. Já os de vidro, quando apresentarem trincos ou estiverem lascados.

Esponja de cozinha

As esponjas convencionais para lavar pratos são compostas por diversos tipos de plásticos, entre eles o poliuretano. Quando se degradam, liberam microplásticos, substâncias altamente poluentes que podem contaminar o meio ambiente e acabar sendo incorporadas à cadeia alimentar, chegando até mesmo a fazer parte da alimentação humana. Além disso, as esponjas acumulam resíduos.

A recomendação então é substituir essas esponjas sintéticas por outras, vegetais e biodegradáveis, e lavá-las após o uso com água e detergente e deixar secar. "Se os cuidados de higiene não são seguidos, recomenda-se que esse utensílio seja trocado toda semana. Seja qual for a esponja (sintética ou vegetal), requer os mesmos cuidados quanto à limpeza", destaca Fontani.

*Com informações de reportagem publicada em 06/04/2021 e 30/09/2021

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