"Perdi 16 kg e venci a depressão quando comecei a comer como minha bisavó"
Thamires Andrade
Colaboração para o UOL VivaBem
18/10/2018 04h00
Após a mãe ter câncer de mama, Maria Leal entrou em depressão e engordou. Ela superou a doença, emagreceu e recuperou a autoestima com a ajuda da bisavó de seu marido, que deu muitas dicas de alimentação saudável. A seguir, a futura nutricionista conta como conseguiu:
"Apesar de sempre ter aquela gordurinha abdominal, fui magrinha durante toda a minha infância e adolescência. Confesso que minha genética ajudava, pois não era muito ligada em alimentação saudável. Não chegava a comer exageradamente, mas não era regrada, consumia poucos legumes e enchia o prato de vários carboidratos, como arroz, macarrão e batata.
Fui começar a engordar por volta dos 28 anos. Minha mãe descobriu um câncer de mama e, como somos muito próximas, a notícia foi um baque para mim. Tive depressão e síndrome do pânico. Não conseguia nem sair de casa e precisei tomar remédios. Não sentia vontade de fazer nenhuma atividade, só queria dormir e comer. Era lasanha, pizza, doce e refrigerante. Em seis meses, engordei 16 kg.
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Meu marido sempre me apoiou muito. E sofria por me ver daquele jeito. Tinha dias que eu comia muito, enquanto em outros ele e a minha sogra tinham que me dar comida na boca. Foi aí que ele resolveu pedir ajuda para a bisavó dele, que gosto muito e também considero como minha bisavó. Ela mora em Salvador e veio passar três meses com a gente no Rio.
Nós conversávamos bastante e ela sempre teve uma atitude positiva sobre a minha mãe ficar boa e eu ser forte para ajudá-la. Um dia ela falou para eu me olhar no espelho e ver como eu estava ficando, falou muito sobre alimentação saudável e etc.
Foi um choque me olhar no espelho, vi que estava entregue. Como minha mãe já estava reagindo bem a quimioterapia, resolvi que era a hora de mudar
A 'bisa' sempre comeu muitas frutas, legumes e verduras e começou a deixar vários produtos saudáveis em casa, como aveia, tâmara, damasco e ameixa. Quando vi, estava trocando o doce por esses alimentos. E ela me ajudou a fazer isso de forma muito natural. Eu a via comendo com tanto gosto que pensava: 'deve ser bom mesmo'.
Foi ela também que começou a falar sobre o curso de nutrição. Comentou comigo que na época dela não estudou essa área porque não era muito rentável. Ela me trouxe vários livros e eu fui melhorando dia após dia nos três em que veio me dar uma força. Eu comecei a descer aos poucos para caminhar no condomínio, depois passei a dar a volta no quarteirão. Cada dia era uma conquista.
A ajuda de minha bisavó me fez ter vontade de voltar a viver, a ver graça e alegria nas coisas
Quando ela foi embora, resolvi que queria cursar nutrição --já era formada em marketing -- e meu marido me deu apoio total. Fizemos a matrícula e depois de um ano de faculdade comecei minha reeducação alimentar para valer, com base nos conhecimentos que adquiri. Com o tempo, aprendi sobre a importância de fazer a mudança na alimentação aliada à atividade física. Um complementa o outro e o exercício ajuda a evitar flacidez.
Quando entrei na faculdade, busquei uma nutricionista, que me pediu uma série de exames e descobri que não me dava muito bem com a lactose, que me deixava com gases e inchada. Por isso, comecei a evitar leite e derivados. Também cortei os doces e a farinha branca —presente no pão branco e nas massas. Passei a caprichar nos legumes, nas saladas e nas frutas. Não foi difícil incluir esses alimentos no cardápio, pois eu já gostava deles, só não tinha o costume de comer no dia a dia.
O mais difícil foi incorporar a atividade física. Eu praticava de forma esporádica. Gostava de pedalar e fazer exercícios ao ar livre, mas sabia que precisava ir para a academia.
Depois de seis meses de reeducação alimentar, perdi 9 kg e contratei um personal trainer por três meses, para que ele me ajudasse a tornar a malhação um hábito, explicasse os nomes dos exercícios e aparelhos etc.
As mudanças no meu corpo foram impressionantes. Com o passar do tempo peguei gosto pelo exercício e hoje treino de segunda a sábado. Mesmo quando tenho um dia corrido, reservo pelo menos 30 minutos para um aeróbico.
Gosto de comida de verdade e na minha casa não entram congelados e açúcar. De vez em quando, me permito sair e comer uma fatia de pizza. Ter iniciado a reeducação alimentar me fez mudar de vida. Além de perder 16 kg, parei de tomar meus antidepressivos e minha autoestima foi lá para as alturas.
Realmente acredito que você é que você come, pois depois da mudança comecei a ter mais energia e vigor. Sem dúvida, o nosso corpo influencia a nossa saúde mental.
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