Estudo revela o que faz células nervosas morrerem nos doentes com Parkinson
Do VivaBem, em São Paulo
26/02/2018 14h56
Um pesquisador da Universidade de Guelph, no Canadá, descobriu um dos fatores por trás da morte das células nervosas na doença de Parkinson. A descoberta pode dar origem a um tratamento capaz de retardar a progressão deste transtorno neurodegenerativo.
Scott Ryan descobriu que a cardiolipina, uma molécula dentro das células nervosas, ajuda a garantir que a proteína alfa-sinucleína se multiplique adequadamente. O desdobramento inadequado desta proteína leva a depósitos tóxicos, que são a marca registrada da doença de Parkinson. Quando em excesso, esses depósitos se acumulam e acabam com as células que controlam o movimento voluntário.
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"Identificar o papel crucial que a cardiolipina desempenha ao manter essas proteínas funcionais significa que ela pode representar um novo alvo para o desenvolvimento de terapias contra a doença de Parkinson", disse Ryan, professor do Departamento de Biologia Molecular e Celular.
Publicado na revista Nature Communications, o estudo utilizou células-tronco coletadas de pessoas com a doença. A equipe de Ryan estudou como as células nervosas tentam lidar com alfa-sinucleína dobrada de forma inadequada.
"Se pudermos entender melhor como as células normalmente dobram a alfa-sinucleína, talvez possamos explorar esse processo para diminuir a propagação da doença", disse.
O estudo ainda revelou que, dentro das células, a alfa-sinucleína se liga às mitocôndrias, onde a cardiolipina reside. As células usam mitocôndrias para gerar energia e impulsionar o metabolismo.
Normalmente, a cardiolipina na mitocôndria puxa a sinucleína para fora dos depósitos de proteínas tóxicas e encaminha-a para uma forma não tóxica.
Os pesquisadores descobriram que, em pessoas com doença de Parkinson, esse processo fica sobrecarregado ao longo do tempo e as mitocôndrias --responsáveis pela respiração celular-- são destruídas.
"Como resultado, as células morrem lentamente. Com base nessa descoberta, agora temos uma melhor compreensão de por que as células nervosas morrem na doença de Parkinson e como podemos ser capazes de intervir", explica Ryan.
Essa descoberta pode ajudar a retardar a progressão da doença. "A esperança é de agora poderemos estudar isso em animais. É um grande passo para tratar a causa dessa doença".
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