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Este conteúdo é uma produção do UOL Content_Lab para GSK e não faz parte do conteúdo jornalístico do UOL. Publicado em junho de 2023

A dor do herpes zoster

Sendo um dos sintomas mais característicos da doença, a dor pode prejudicar até ações simples da rotina (1,3)

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A vida é cheia de surpresas. Algumas boas, outras nem tanto. Mas o que ninguém quer é abrir mão dos sonhos e planos por causa de uma doença, certo? Pior ainda é quando essa enfermidade vem carregada de muita dor e impacto no dia a dia, como no caso do herpes zoster. (1)

A infecção, também conhecida como cobreiro, é causada pelo vírus varicela zoster, o mesmo da catapora. A doença geralmente ocorre na infância, o vírus pode permanecer adormecido dentro do corpo e pode vir a se manifestar décadas depois por consequência de um processo chamado de imunossenescência, que nada mais é do que o envelhecimento natural do sistema imune e a redução da capacidade de resposta a esse vírus, assim como a tantos outros processos infecciosos.

Jessé Reis Alves, médico infectologista gerente da área de vacinas da GSK

Há cerca de 10 anos, a aposentada Afife Cury, 84, brasileira, percebeu um incômodo e coceira na palma da mão. "Na época achei que se tratava de algum problema de circulação ou, até mesmo, uma queimadura. Porém, poucos dias depois, a dor se tornou muito forte e surgiram pequenas bolhinhas no local, que se espalharam da mão em direção ao braço, formando uma espécie de 'caminho'", ela lembra.

Depois de algumas consultas, ela foi diagnosticada com o herpes zoster e iniciou o tratamento.

Como o problema era do lado direito, o mesmo em que há alguns anos eu tinha feito uma mastectomia, os médicos resolveram me internar para acompanhar a evolução do quadro. Lembro que durante semanas ainda sentia uma dor terrível, que se estendia até a axila. Não tinha posição que aliviasse, não conseguia dormir, foi muito difícil. Fiquei internada por cinco dias e depois continuei o tratamento em casa. Nas semanas seguintes, as lesões secaram até sumir, mas a dor persistiu por mais de um mês até desaparecer.

Afife Cury, aposentada

Segundo Maisa Kairalla, geriatra e presidente da comissão de imunização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), o herpes zoster é comum. "A maioria das pessoas no mundo já teve contato com o vírus varicela zoster, sendo, então, um potencial candidato a desenvolver a infecção. Porém, nem todos irão desenvolvê-la".

Assim como acontece com muitas outras infecções, o herpes zoster pode ser prevenido e tratado quando identificado a tempo (1).

Quem está no grupo de risco?

Segundo o infectologista, qualquer pessoa que teve catapora na vida poderá manifestar o herpes zoster. Ele destaca, porém, que a chance de desenvolver a doença é maior para:

- Adultos acima de 50 anos: quando o processo de imunossenescência se torna mais proeminente e a resposta do sistema imune fica mais prejudicada. (1,2)

- Indivíduos imunocomprometidos, como os pacientes transplantados, aqueles com doenças reumatológicas, que usam medicamentos imunossupressores, pessoas com diagnóstico de câncer, pessoas vivendo com HIV, entre outros. Eles têm o risco aumentado de apresentar a doença e, também, de desenvolver um caso mais grave, pois apresentam um sistema imunológico enfraquecido. (1,3,12)

As possíveis complicações

Além de trazer impactos negativos à qualidade de vida, o herpes zoster pode ter consequências graves e prolongadas. (1,5). "A mais comum é a neuralgia pós-herpética (NPH), que afeta até 30% dos pacientes e provoca dores intensas por meses ou até anos", explica Jessé Reis, destacando que a probabilidade de desenvolver a NPH aumenta com a idade.

O médico conta que na fase aguda do herpes zoster pode haver, ainda, uma manifestação oftálmica, que acomete o nervo trigêmeo, localizado na face e responsável pela sensibilidade na região da testa, ao redor do nariz e próximo ao olho. "Nesse caso podem ocorrer danos à córnea e à retina, inclusive com riscos definitivos à visão".

O cenário menos favorável da doença pode evoluir, também, para pneumonia, causar problemas de audição e danos ao sistema nervoso central, periférico ou cardiovascular. (1,6)

Diagnóstico e tratamento

"Por ter características bem definidas, o exame clínico geralmente é suficiente para que os profissionais de saúde façam o diagnóstico do herpes zoster. No entanto, se necessário, o vírus pode ser isolado através de análises laboratoriais e confirmado através de métodos como o PCR, por exemplo", conta Jessé Reis.

Já Maisa Kairalla alerta sobre a importância do diagnóstico precoce. "O herpes zoster deve ser tratado o quanto antes. Quando o paciente inicia o tratamento com antivirais nas primeiras 72 horas após o início dos sintomas, reduz o risco de desenvolver complicações como a neuralgia pós-herpética".

A busca por avaliação médica logo no início dos sintomas fez toda a diferença para a corretora de imóveis Thalita Rodrigues, 32, que há cerca de 1 ano começou a sentir uma dor na perna direita. "Na época, como ainda andava de moto, achei que alguma planta poderia ter encostado no local, durante um passeio, e causado uma irritação. Porém, rapidamente a dor começou a incomodar demais, me impedindo até mesmo de encostar o pé no chão, e surgiram bolhas no local", ela conta.

Grávida de 16 semanas e com diabete gestacional, Thalita imediatamente entrou em contato com a obstetra, que diagnosticou o herpes zoster e começou o tratamento.

Em poucos dias as lesões começaram a secar e a dor diminuiu bastante. A preocupação foi grande por causa da gravidez, mas nem eu nem meu bebê tivemos complicações. Acredito que esse quadro poderia ter sido mais grave se eu tivesse demorado a consultar o médico.

Thalita Rodrigues, corretora de imóveis

É contagioso?

Segundo o infectologista, se uma pessoa que nunca teve a catapora na vida entrar em contato com as lesões herpéticas, ela poderá desenvolver no primeiro momento a catapora, mas não o herpes zoster. "Ou seja, o zoster é contagioso para aquelas pessoas que não têm imunidade prévia para o vírus varicela, pois o micro-organismo ficará latente no sistema nervoso e poderá vir a se manifestar tempos depois", ele destaca.

E quem teve herpes zoster pode sofrer novamente com a doença? "Sim. Para uma pequena parcela da população, em torno de 5% dos casos, o vírus pode ser reincidente. E quanto mais velha e imunossuprimida a pessoa, maiores as chances", responde a geriatra.

Como acontece a infecção

Na infância, quase todos temos contato com o vírus varicela zoster, causador da catapora, mesmo que a doença em si e suas típicas manchas vermelhas não se manifestem (1). Depois desse primeiro encontro, o vírus se aloja no sistema nervoso, mais especificamente em gânglios nas regiões do tórax e abdômen — uma espécie de raiz dos nervos localizada na medula espinhal (1). Ali, o patógeno fica adormecido, controlado pelo sistema imune (1).

O despertar do vírus

Quando acontece uma queda na imunidade, seja pelo envelhecimento, pela supressão do sistema imune causada por medicações ou outras condições, o vírus encontra um terreno fértil para ser reativado. Desta vez, porém, ele surge não como varicela zoster, e sim como herpes zoster (1).

O caminho do herpes zoster

O vírus caminha dos gânglios dorsais para os nervos sensoriais, que se conectam com a pele, provocando dor e o surgimento de pequenas bolhas que aparecem em um só lado do corpo (direito ou esquerdo) e que seguem o trajeto do nervo. Geralmente, essa lesão tem formato de faixa (1).

As vesículas surgem de modo gradual e levam de 2 a 4 dias para se estabelecer (3). Quando não ocorre infecção secundária, elas se dissecam, formam-se crostas e o quadro evolui para a cura em até 4 semanas (1,3). Alguns pacientes, no entanto, sofrem de dor prolongada ou outras complicações (3).

O herpes zoster em números

Ilustração: Thiago Límon
  • Infecção silenciosa

    Cerca de 94% dos adultos brasileiros** podem estar infectados com o vírus que causa o herpes zoster (10,11);

  • Pode se manifestar ao longo da vida

    Estima-se que 1 em cada 3 poderão desenvolver a doença em algum momento da vida * (1);

  • Dor crônica

    A neuralgia pós-herpética, uma das complicações do herpes zoster, pode afetar até 30% dos pacientes (1,4);

  • Quando atinge os olhos

    A manifestação oftálmica, outra complicação da doença, pode ocorrer em até 25% dos casos (1,4);

  • Aumento no número de casos

    Depois da chegada da Covid-19, o Brasil registrou um aumento de 35% no número de casos de herpes zoster, segundo um estudo da Universidade Estadual de Montes Claros (7);

  • A relação com o coronavírus

    Outra pesquisa, feita nos Estados Unidos, com adultos a partir de 50 anos, mostrou que aqueles que foram infectados pelo coronavírus tiveram risco aumentado em 15% de desenvolver o herpes zoster. Em pacientes hospitalizados por causa da Covid-19, o risco foi 21% maior (8).

Cobreiro, por que?

"O herpes zoster também é conhecido popularmente como cobreiro porque antigamente se acreditava que, ao deixar a roupa estendida para quarar ao sol, podia passar uma cobra por cima e era isso que provocava a doença", conta o infectologista Jessé Reis.

Não confunda o herpes zoster com herpes labial e genital

Eles têm em comum a latência, ou seja, o fato de o patógeno não ir embora totalmente do organismo após a primeira infecção, além de provocar vesículas e dor no local afetado. Mas as semelhanças param por aí (9).

A presidente da comissão de imunização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) alerta que são famílias virais que têm uma certa semelhança, mas causam diferentes doenças. Enquanto o herpes zoster é causado pelo vírus varicela zoster (VZV), o labial, caracterizado por lesões na boca, é provocado pelo vírus herpes simples tipo 1 (HSV-1) e o genital, uma infecção sexualmente transmissível, pelo tipo 2 (HSV-2) (9).

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