DPOC: Nunca ouviu falar?
É impressionante como uma doença tão comum ainda seja desconhecida, piorando sem ser notada até ameaçar a vida
Ela não surge da noite para o dia. Aliás, o estopim pode ser na juventude, quando se acende o primeiro cigarro. Sim, são gases tóxicos como os da queima do tabaco que vão irritando todo o trajeto do ar até os pulmões. E, dentro neles, provocam danos que, para complicar, impedem a absorção adequada do oxigênio. Sem ele, que é o combustível para tudo o que acontece em nosso organismo, fica difícil viver. Literalmente.
Esse mal, descoberto na maioria das vezes quando já é tarde demais, isto é, quando falta disposição física para tocar o dia a dia ou quando as hospitalizações se tornam frequentes, se chama Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Ou, se preferir a sigla, DPOC.
O diagnóstico, infelizmente, leva 10 anos ou mais para acontecer. Em parte, porque as pessoas não valorizam os sintomas. Atribuem ao estresse, as noites mal dormidas. Aprendem a conviver com o cansaço que nunca vai embora. O chiado e a tosse? Elas acabam considerando normais. Mas o mais triste é que, enquanto isso, o fôlego vai sumindo aos poucos. Nos primeiros anos, de forma quase imperceptível.
E veja: nada menos do que 6 milhões de brasileiros têm DPOC. Uma situação muito comum para ninguém falar dela.