Seis roteiros de bike, testados e aprovados, para conhecer SP pedalando
Andar de bicicleta não precisa ser uma atividade exclusiva para se praticar nas orlas das praias no Rio de Janeiro, ou para colorir aquela fantasia de viagem ao exterior, com uma garrafa de vinho e uma toalha xadrez de piquenique na cestinha da frente. Pedalar pode fazer parte do dia a dia de São Paulo, ser um meio de transporte que quebra a rotina, insere uma atividade física no trajeto casa-trabalho, integra o paulistano à cidade e, de quebra, ajuda a fugir do estresse do trânsito.
Para inspirar, convidamos dois ciclistas que conhecem bem as ruas da cidade para sugerir alguns roteiros possíveis em São Paulo, seja para aqueles que encaram as ruas na semana, seja para os bikers de feriados e fim de semana.
Da zona sul ao centro, ou em uma rota cultural pela região da Augusta, veja abaixo os percursos indicados pelo empreendedor social e criador do Bike Tour SP, Daniel Moral e pela designer Kareen Sayuri.
DANIEL MORAL*, ciclista e empreendedor social, criador do Bike Tour SP
Da zona sul ao centro, parando para um pastel
"Gosto de ir para o centro de São Paulo e passar pelos pontos turísticos. Um local que não pode ficar de fora é a praça da Sé. Saindo da Vila Mariana, onde moro, desço a rua Vergueiro e paro na praça da Liberdade para comer um pastel, que é um programa bem bacana aos domingos e tem onde parar com a bike. Depois vou descendo a Vergueiro até chegar à Praça da Sé, onde tem o Marco Zero da cidade. Sempre tiro uma foto na escadaria da praça, que é tranquila aos fins de semana. Saindo de lá passo em frente ao Pateo do Collegio e vou sentido ao Largo São Bento. Lá tem uma parada legal que é o Café Girondino, onde tem um bicicletário em frente. Dali, subo a Consolação e chego à Paulista que, além da ciclovia, fica aberta para as pessoas aos domingos. A parada obrigatória é almoçar no América, porque tem suporte para o ciclista, um bicicletário, e você é bem recebido. Voltando para casa, paro no BBC Ciclo Café, um bike café na Ana Rosa. Eles fornecem chá gelado grátis para o ciclista. É um percurso de 15 km, leve e só tem uma subida."
Ibirapuera ao Villa Lobos, passando pelo Parque do Povo
"Saio da Vila Mariana, desço a rua França Pinto, entro no Parque do Ibirapuera e dou uma volta lá dentro. Saindo, pego a ciclovia da avenida Hélio Pellegrino, vou para a avenida Faria Lima e passo pelo Parque do Povo. Depois continuo na avenida até o Instituto Tomie Ohtake. Em frente tem uma Lanchonete da Cidade, onde eles fornecem limonada ou chá gelado para qualquer ciclista que passa por lá. É só mostrar o capacete. E aí saio de lá e vou até o Parque Villa Lobos. O percurso é 30 km, de nível médio. À noite é bom ir com mais pessoas."
Semana: reuniões de trabalho na região da Berrini
"O começo do percurso é o mesmo: saio da Vila Mariana, desço a rua França Pinto, entro no Parque do Ibirapuera e pego a ciclovia da avenida Hélio Pellegrino. Chegando à avenida Faria Lima, entro à esquerda na rua Funchal, depois na ciclovia da Berrini até chegar ao shopping Market Place. Ali tem vários restaurantes e o Shopping Morumbi, com estrutura para ciclistas, um bicicletário grande. Quando faço reunião na Berrini, vou ao Parque da Cidade, um complexo de prédios comerciais. Eles dão toda a infraestrutura para o ciclista: tem ciclovia ligando os prédios e vestiário com chuveiro disponível para qualquer ciclista, mesmo quem não trabalha lá, é sensacional. E gratuito."
*As rotas sugeridas por Daniel são todas em ciclovias e ciclofaixas.
KAREEN SAYURI, ciclista e designer
Da Água Branca a República, com acarajé (roteiro sem ciclovia ou ciclofaixa)
Começo na Associação de Agricultura Orgânica do Parque Água Branca, que tem feiras aos sábados e domingos, com café da manhã ou não, e também dá para aproveitar eventos e festivais. Depois pego a avenida Francisco Matarazzo até o Minhocão e pedalo ele inteiro (o Elevado João Goulart, popularmente conhecido como Minhocão, fecha para carros a partir das 15h dos sábados, além de domingos e feriados). Saio na última saída, à direita, e pego a General Cesário Mota Júnior e paro para comer um acarajé maravilhoso no Tabuleiro do Acarajé, onde as meninas são superlegais. Tomo um café no Takko, na praça Rotary, e ali em frente dou uma olhada nas plantas da cafeteria Jardin. O lugar é lindo, tem quadrinhos, flores soltas para você levar. Saindo de lá vou em direção à praça da República e atravesso ela até o Sesc 24 de Maio. No Sesc dá para estacionar a bicicleta na frente e subir, ver o espelho d'água em cima, tem biblioteca e exposições.
Ibirapuera, Paulista e Augusta
Começo no Parque do Ibirapuera e subo até a Paulista, uma subidona (trecho sem ciclovia ou ciclofaixa). No começo da avenida tem a Japan House onde dá para aproveitar as exposições, tomar um café e até dar uma olhada na biblioteca de livros japoneses. Pedalo a Paulista inteira e dá para parar ali na região do Masp, no parque Tenente Siqueira Campos (Trianon). Atrás dele tem a praça Alexandre de Gusmão, onde você pode sentar no gramado e ver a 9 de Julho. Continuo até o Instituto Moreira Salles, que tem um estacionamento de bicicletas bem seguro. Não indico mais parar bicicleta na Augusta, porque nem as travas mais seguras garantem que não vá ser roubada. A exposição permanente em homenagem a São Paulo do IMS é bem legal e resgata a história da cidade. Depois desço a rua Augusta (trecho sem ciclovia ou ciclofaixa) e paro no Mate Por Favor, que tem o melhor açaí de São Paulo. Tem também comidinhas vegetarianas e veganas. No fim da Augusta tem o Soroko, uma sorveteria vegana bem tradicional. Depois dá para tomar uma sangria no Madreperola.
Na ciclovia, pela zona sul
Pedalo a Paulista inteira, desço a Vergueiro e vou passando por todos os metrôs: Vila Mariana, Santa Cruz, até o São Judas. E depois a ciclovia continua na Avenida Jabaquara, depois Indianápolis e você chega até o Parque do Ibirapuera dando uma volta gigante. Lá dentro dá para dar uma volta, pegar a República do Líbano, descer a Hélio Pellegrino e cair na Faria Lima. Lá você pedala ela inteira, chega em Pinheiros e vai até o Parque Villa Lobos. Nem faço tantas paradas porque dá para ir direto e é supersegura a rota.
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