Conheça um roteiro por 7 casas incríveis em SP
Em meio a altos edifícios, escondem-se casas que, além de serem um passeio interessante para quem gosta de arquitetura, ajudam a contar a história de São Paulo. Preparamos uma seleção com sete moradias de estilos bem diferentes -- tem construção modernista na zona sul, castelinho na região central, casa de vidro, palacete francês. Siga os passos abaixo, atente aos horários e possibilidades de visitação e bom passeio.
Casa Modernista
Obra do arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik, um dos introdutores do modernismo no Brasil. Suas linhas retas causaram estranhamento em sua inauguração, em 1928. Conta-se que Warchavchik teve que adicionar ornamentos que nunca foram executados para burlar a fiscalização dos "censores de fachada" que não permitiriam que uma obra tão inusitada fosse construída. Foi considerada patrimônio histórico da cidade na década de 1980 graças a um movimento de moradores da região contrários ao projeto de uma construtora que queria criar um loteamento residencial no local. Atualmente é uma das 11 casas do Museu da Cidade de São Paulo.
Vai lá:
Rua Santa Cruz, 325 - Vila Mariana.
Aberta das 9h às 17h para visitação (exceto às segundas).
Informações: (11) 5083-3232.
Mansão Martinelli
Nada mais paulistano que uma casa em cima de um prédio. O primeiro -- e durante anos o mais alto -- arranha-céu de São Paulo possui uma inusitada mansão em seu topo. Fruto da megalomania do conde Giuseppe Martinelli, a casa acrescenta cinco andares ao prédio. O projeto inicial do edifício, que trouxe a tecnologia inovadora do concreto armado ao país, era de 14 andares. Em sua inauguração, em 1929, chegou aos 20, gerando críticas dos que achavam que ele iria cair a qualquer momento. Aos poucos, foram sendo acrescentados novos pisos e, com o acréscimo da mansão, finalmente alcançou os 30 almejados pelo seu idealizador. Sem dúvida é a casa com a melhor vista de São Paulo. A visitação está suspensa devido a um projeto que deve ser implementado este ano e irá acrescentar um museu, restaurantes e bares à cobertura.
Vai lá:
Rua São Bento, 405 - Centro.
Informações: (11) 3104-2477.
Casa do Gaudí de Paraisópolis
Durante 30 anos, o jardineiro Estevão da Silva construiu seu "castelo de pedras" no bairro de Paraisópolis. A obra começou como um simples anteparo para uma roseira, mas ao longo dos anos foi crescendo com a adição de todo o tipo de material -- pratos, xícaras, bonecas, celulares -- tudo compondo uma construção orgânica que lembra as obras de Gaudí, em Barcelona. Estevão foi, em 2002, convidado pela Fundação Gaudí para a comemoração de 150 anos do arquiteto catalão, quando finalmente conheceu ao vivo os edifícios e parques do seu colega espanhol.
Vai lá:
Rua Herbert Spencer, 38, Morumbi.
Informações: http://paraisopolis.org
Casa Bola
Um projeto que era para ser temporário e acabou virando definitivo. Hoje um pouco encoberta pelas construções ao redor, a Casa Bola chama a atenção por parecer uma espaçonave saída de um filme de sci-fi clássico. Criada na década de 1970 pelo arquiteto Eduardo Longo para ser um protótipo de moradia de baixo custo. Com 8 metros de diâmetro e 100 metros quadrados de área, ela utiliza ferrocimento (uma estrutura de ferro preenchida com argamassa) como alternativa ao uso de tijolos. Construída em cima da casa do arquiteto, o protótipo acabou virando uma dependência da casa, com móveis criados por Longo, portas e janelas que lembram escotilhas de navio.
Vai lá:
Rua Amauri, 352 - Itaim.
Visitação ao interior da casa ocorre em determinados períodos. É possível, no momento, observar de fora.
Palacete de Dona Veridiana
As mansões dos barões de café também são uma estilo arquitetônico tradicional paulistano, tendo dominado a avenida Paulista até a metade do século 20, quando a cidade começou a se verticalizar. Hoje restam poucos exemplos dos palacetes de inspiração francesa, como a Casa das Rosas e a Residência Joaquim Franco de Melo, ambos na Paulista. Um dos melhores exemplos é o palacete de Dona Veridiana Prado, em Higienópolis, apesar de não ter sua fortuna originada no café. A mansão tem um jardim com espelho d’água, uma escultura de Brecheret e um afresco de Almeida Junior. Considerada uma das primeiras feministas do Brasil (o palacete é fruto de uma briga com o marido que queria “arranjar” o casamento da filha), é um tanto irônico que a propriedade tenha sido comprada na década de 50 por um banqueiro que ali fundou um clube que não permitia a entrada de mulheres. Hoje, ali funciona o Iate Clube de Santos que possui um projeto para criação de um Instituto Cultural que irá permitir visitas guiadas ao palacete.
Vai lá:
Avenida Higienópolis, 18 - Higienópolis.
Eventualmente, em jornadas arquitetônicas, a casa é aberta à visitação, sendo possível no momento observá-la de fora.
Casa do Sítio Tatuapé
Por incrível que pareça, São Paulo ainda tem algumas casas do século 17 que permitem ao visitante saber como viviam os habitantes da cidade (ou melhor, vila) daquela época, as chamadas Casas Bandeiristas. Apesar do nome, elas não eram moradias exclusivamente de bandeirantes. A mais bem conservada fica no bairro do Tatuapé. Construída em taipa de pilão, ela tem seis cômodos e dois sótãos. Foi tombada em 1951. Atualmente é um museu arqueológico contendo peças de mobiliário, utensílios de cozinha, ferramentas, adornos domésticos, imagens religiosas e outros objetos de imóveis rurais dos séculos 17, 18 e 19.
Vai lá:
Rua Guabijú, 49 - Tatuapé.
Aberta das 9h às 17h (exceto às segundas-feiras).
Informações: (11) 2296-4330.
Casa de Vidro da Lina Bo Bardi
Primeiro projeto da arquiteta Lina Bo Bardi e ícone da arquitetura moderna brasileira, a Casa de Vidro causa impacto por sua ampla fachada de vidro suspensa por finos pilares que a fazem parecer levitar. Durante 40 anos a arquiteta e seu marido viveram na casa, que hoje abriga a sede do Instituto Lina Bo Bardi e Pietro Mari Bardi. É circundada por um jardim de mais de 7 mil metros quadrados planejado e plantado pela própria Lina, que transformou a antiga chacára local em um fidedigno pedaço de mata atlântica.
Vai lá:
Rua General Aumério de Moura, 200.
Informações: http://institutobardi.com.br. Há no momento uma exposição em cartaz por lá, abordando o uso do vidro na arquitetura.
Castelinho da Rua Apa
São Paulo também tem seus castelos e casas assombradas. Temos o “Castelinho da Brigadeiro”, o da Rua Sepetiba, na Lapa, e, mais famoso de todos, o Castelinho da Rua Apa. Construído em 1912, com sua torre de jogo de xadrez, ganhou notoriedade por ter sido palco de um crime misterioso. Na década de 1930, seus moradores -- mãe e dois filhos -- foram encontrados mortos a tiro e relatos contradito responsável nunca foi encontrado. Passou décadas abandonado e foi reformado recentemente, sendo administrado por uma ONG voltada a população em situação de rua.
Vai lá:
Av. São João, 2150 - Campos Elíseos.
Informações: http://clubedemaes.org.br
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