Um olhar sobre a Mooca: confira dicas para curtir o bairro
Além de ser um lugar bonito, o Museu da Imigração tem acervo, exposições, exibições de filmes e debates Imagem: Divulgação
Adriana Terra
Do UOL, em São Paulo
04/09/2017 20h53
A primeira vez que a gerente educacional Jacqueline Brizida, 35, foi à Mooca foi em 2000, para estudar, mas a paixão pelo local não veio de uma vez. Foram necessários alguns jogos do Juventus e idas até a padaria Carillo na madrugada, a convite do namorado, para que ela entendesse melhor o charme dali. Com a mudança de seu trabalho para a zona leste, a decisão foi certa: em 2014 ela fez as malas e foi viver no bairro.
A nova vizinhança, que preserva algumas casas antigas e vilas operárias incrustadas em meio a prédios altos e bem murados, despertou em Jacqueline a vontade de dividir com o mundo essa outra São Paulo que via, quase interiorana e de muros baixinhos. Há três anos ela criou a conta @Instamooca, pela qual compartilha detalhes de casas e ruas "mooquenses": pisos de cacos, caixas de correio, ladrilhos, fachadas coloridas, grades com desenhos diversos, portas de madeira, paredes de pastilha, fuscas, kombis, árvores no quintal.
Imagem: Simon Plestenjak / UOL
Viu seu Instagram gerar interesse: a editoria "Cities" do jornal britânico "The Guardian" a elegeu uma das melhores fotógrafas de cidade nesta rede social. Nesse meio tempo, ela tomou conhecimento também de uma ligação sua anterior com o bairro. "Descobri que meu avô materno, português, trabalhou na rua Javari e morou no Brás em seus primeiros anos no Brasil. Quando li essas informações no cartão de imigração dele, fiquei emocionada. Passo por esses lugares hoje e penso nele", conta ela, cuja família vive hoje em Pirituba. Abaixo, pedimos para Jacqueline indicar um roteiro para aqueles que querem conhecer tanto a Mooca mais antiga quando os novos estabelecimentos do bairro.
Museu da Imigração
Imagem: Gabriel Cabral / Folhapress
"Um lugar que todo paulistano de berço ou de coração, descendente de imigrantes ou não, deveria conhecer. Esse museu é muito especial para mim porque ele abrigava a antiga Hospedaria de Imigrantes e abrigou milhares de pessoas em seus primeiros dias no Brasil, entre elas o meu avô e seus irmãos. Vale a pena conhecer o lugar, que é lindo, e pesquisar o acervo", recomenda Jacqueline. O museu tem uma programação que aborda tanto as imigrações do século passado quanto as que estão em curso atualmente, com exposições, exibições de filmes e debates. O café do local, chamado Cantina, tem inspiração na cozinha dos imigrantes e é comandado pelo chef do Hospedaria, Fellipe Zanuto.
Vai lá: Rua Visconde de Parnaíba, 1.316. Mais informações aqui.
Estação Juventus-Mooca da CPTM
"Inaugurada em 1898 e vizinha de uma antiga fábrica de cervejas, a estação, que teve seu prédio reconstruído em 1960, preserva o charme da Mooca de antigamente. Se for possível chegar de trem, o passeio fica ainda mais interessante. Adoro o lugar porque sinto que o tempo parou, embora a estação funcione normalmente. É um exemplo bacana de preservação do patrimônio histórico da cidade", acredita Jacqueline.
Vai lá: Rua Almirante Brasil, 685.
Rua Javari e arredores
Imagem: Divulgação
"Além da experiência única de assistir a um jogo do Juventus, ali você pode caminhar um pouquinho e comer uma deliciosa comida árabe na Esfiharia Juventus, almoçar no descolado restaurante Hospedaria, comer uma das maravilhas da Confeitaria Di Cunto ou visitar o Disjuntor, um espaço moderno de arte e música onde tem sempre boas exposições acontecendo", recomenda a gerente educacional.
Vai lá: Esfiharia Juventus - Rua Visconde de Laguna, 152. Mais informações aqui. Hospedaria - Rua Borges de Figueiredo, 82. Tel.: 11 2291-5629. Saiba mais. Confeitaria Di Cunto - Rua Borges de Figueiredo, 61/103. Mais informações aqui. Disjuntor - Rua da Mooca, 1747. Tel.: 11 2291-2120. Saiba mais.
Cateto Bar
Imagem: Letícia Moreira / Folhapress
"De todos os mais novos estabelecimentos do bairro, esse é para mim o mais original", opina Jacqueline. "Das cervejas e comidas artesanais à decoração simples e autêntica, esse bar, que já tem até uma filial em Pinheiros, traduz bem o espírito da vida na Mooca: encontrar gente boa e comida da melhor qualidade pertinho de casa."
Vai lá: Rua Fernando Falcão, 810. Mais informações aqui.
Parque Sabesp
Imagem: Vinicius Pereira / Folhapress
"Tanto a avenida quanto o parque são especiais porque preservam o bem mais escasso no bairro: árvores. Infelizmente, a Mooca tem um dos menores índices de área verde da cidade, então é gostoso passear por ali e ver belos prédios antigos convivendo com um pouco de natureza".
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