Paola encontrou o amor. Ela lapidou o homem que queria para si e, quando ele apareceu, não só o reconheceu imediatamente, como atacou. E teve "48 graus" de febre.
"O dia em que vi o Jason, abrindo a porta da minha casa, me apaixonei perdidamente. Tive febre e sabia que era o homem da minha vida. No dia seguinte, mandei para ele uma poesia de (Jorge Luis) Borges (poeta e escritor argentino)", conta Paola.
"Ele me faz rir. Traz café na cama pra mim. Fala o tempo todo o quanto me ama, como sou maravilhosa, como sou linda. Me traz presentes incríveis, me manda flores quando viaja e, antes de viajar, enche a casa de flores".
O fotógrafo irlandês Jason Lowes havia feito uma foto de Paola cerca de 20 anos atrás, num restaurante em que ela trabalhava no Uruguai. Há três, quando a chef já morava no Brasil, uma editora quis fazer o livro de suas receitas, mas o momento, conta Paola, era o pior possível.
"Eu havia acabado de comprar um restaurante dos meus sócios (Arturito, em São Paulo), tinha um empréstimo de dois milhões para pagar, e estava trabalhando horrores. Além disso, estava num relacionamento ruim, mas que eu já tinha aceitado que a vida não ia ser aquilo que eu queria, e que eu precisava me acomodar com ele", relembra Paola.
E foi aí que Jason reapareceu. "Mas esse editor insistiu muito. Para desencorajá-lo, disse que queria Jason como fotógrafo, porque achei que ele era muito caro e o editor não aceitaria. Duas semanas depois, Jason chegou. Eles o trouxeram para minha casa, fizemos um café da manhã, e isso foi o final de uma vida e o começo de outra".
O namoro durou três anos sustentado em viagens, uma vez que Jason morava na Inglaterra. Hoje, os dois moram em uma grande e deliciosa casa, com quiabos e berinjelas no jardim, uma cozinha pequena com panelas nas paredes, frutas em charmosos cestos de vime e louças com um perfume antiguinho e uma edícula que armazena as ferramentas de Jason. Em sua fachada, há pintado de vermelho: "Casinha do Jas".
"Ele admira profundamente o meu sucesso. Não tem ciúme; respeita e me encoraja. Se vamos a um museu e 36 pessoas pedem para tirar foto comigo, ele fala: 'Quer que eu tire? A luz não está boa, vamos de novo".