Corrida de salto alto em Madri desafia gravidade e homofobia
Dezenas de homens e algumas mulheres de salto alto correram pelo centro da capital espanhola nesta quinta-feira, desafiando a gravidade, o calor e as tentativas do partido de extrema-direita Vox de restringir suas comemorações do orgulho gay neste ano.
A corrida em Chueca, um bairro do centro de Madri que é acolhedor com gays, atrai competidores até do exterior e é uma das partes mais ansiosamente aguardadas do festival anual da comunidade de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT).
A competição conta com jovens e idosos, atléticos e corpulentos. Cruzar a linha de chegada não é uma tarefa fácil: as regras estipulam que os saltos precisam ter ao menos 10 centímetros de altura -- os sapatos são medidos antes da prova.
O Orgulho de Madri, uma das maiores celebrações LGBT do mundo, culminará em um desfile no centro da cidade no sábado.
O ultraconservador Vox, estreante político que conquistou cerca de 10% dos votos na eleição nacional de abril e recentemente permitiu que a centro-direita assumisse a prefeitura de Madri, vem atacando cada vez mais o festival e os direitos LGBT na Espanha.
Javier Garcia, enfermeiro de 23 anos, quer que a corrida continue no centro de Madri para manter sua visibilidade.
"As pessoas ainda têm que lutar e tornar visíveis certas desigualdades que ainda não estão plenamente resolvidas", disse ele antes de participar da prova.
Garcia disse estar nervoso por ser a primeira vez que corre no evento de Madri, mas que já participou de um semelhante nas Ilhas Canárias.
O vencedor recebe 350 euros.